PROJETO EDUCATIVO: LENDO E RELENDO AS NARRATIVAS RIBEIRINHAS DO MARAJÓ

PROJETO EDUCATIVO: LENDO E RELENDO AS NARRATIVAS RIBEIRINHAS DO MARAJÓ

Introdução: O presente projeto tem por finalidade desenvolver “Narrativas Orais”, com alunos do 1º ao 3º Ano da Escola Margarida Azevedo Nemer, uma escola na periferia da cidade de Breves, no Marajó, onde as crianças, quase sempre saem do bloco de alfabetização sem ter domínio da leitura e escrita. Este projeto tem uma visão multidisciplinar. A intenção é desenvolver nos alunos o gosto e interesse  pela leitura, usando suas próprias vivências ribeirinhas, já que o município fica as margens dos rios, onde constantemente nos envolvemos com narrativas e memórias que construíram nossas identidades. O projeto também serve para valorizar diversas narrativas orais presente em nosso Município, nas comunidades ribeirinhas e na própria cidade de Breves. O presente projeto traz ideias de como desenvolver o trabalho com narrativas Orais na escola.

O projeto trata de narrativas orais, onde serão contadas “estórias” de velhos e ribeirinhos como: As aparições de Sacis, cobra-grande entre outros seres lendários, para caçadores, que normalmente são contados pelos idosos de nosso município. Também é possível usar as lendas existentes em nosso município, bem como contos que as próprias crianças forem criando, após ouvirem as contações de narrativas que as estimularão durante a aplicação do projeto.

Histórico: Trabalhar com Narrativas é valorizar a oralidade como uma forma de comunicação e linguagem, pois através deste método é possível registrar e valorizar histórias ocultas da História geral do Brasil que conhecemos. Na literatura antiga percebemos com Aristóteles, que a oralidade já era considerada em sua época, uma dentre as formas (schemata) de linguagem. Já que não se tinha o hábito de escrever. Tratando as narrativas como produto histórico da cultura da humanidade, elas servem, dentre várias funções, para buscar, armazenar e transmitir conhecimentos.

Segundo o psicólogo Jerome Bruner (1991), as narrativas servem como meio de percepção e a nossa realidade é resultado de uma construção narrativa. Narrar contribui para uma formação de experiências, pois organizamos nossas aprendizagens e memórias principalmente através da narrativa (Bruner 1991, 14, 21).

A partir das narrativas são construídas teorias sobre a realidade (Ochs et al. 1992), e, sendo assim, elas servem como uma ponte onde se pode explicar nosso cotidiano (Mendonça et al. 2001, 9). Elas são meios de sociabilidades, pois através delas as experiências individuais são comunicadas e tornadas públicas ou socialmente conhecidas. Uma vez que uma narrativa é sempre proferida e fabricada por alguém, assistida por alguém de fora as atividades com narrativas podem ser percebidas como monológicas. Mas nesse trabalho linguístico estão sempre os ouvintes e a elaboração de uma narrativa precisa da participação destes. Daí se percebe que não há narração sem ouvinte (Barthes 1988, 125), a narrativa oral é construída através de diálogos em um discurso.

Justificativa:  O bloco de alfabetização é voltado para que a criança saia dali já com domínio de leitura e escrita, no entanto nestes últimos anos o déficit, na escola onde este projeto será realizado, tem sido degradante em relação aos aspectos de leitura e escrita. Os alunos chegam ao quarto ano, sem conseguir o mínimo de conhecimento do alfabeto, o que nos leva a repensar as metodologias, para que a realidade venha mudar.

Identificação do projeto:  Narrativas orais na escola – Voltado para o incentivo a leitura e escrita, de forma a melhorar o desempenho dos alunos do bloco de alfabetização, traz como título: “Lendo e relendo as narrativas ribeirinhas do Marajó”

Objetivos gerais: Sensibilizar na criança o amor, respeito e ética pelos saberes e memórias de nosso município e das pessoas mais velhas, bem como incentivar a leitura e escrita através de suas próprias vivencias.

Objetivos específicos:

• Desenvolver na criança a oralidade, falando em público.
• Aperfeiçoar as coordenações motoras através das pinturas e desenhos de lendas naturais de nosso município.
• Desenvolver a leitura e escrita através das contações de estórias pessoais da criança e dos ribeirinhos.
• Despertar no aluno o sentimento mutuo de companheirismo entre ele e os colega.
• Incentivar as crianças a ouvirem seus pais, avós e pessoas mais velhas com suas memórias de vida.
• Sensibilizar o aluno quanto à importância da memória dos velhos em nossa sociedade.

Metas:  Formar alunos, capazes respeitar os mais velhos e as próprias vivencias ribeirinhas, sabendo que todo ser humano tem uma vivencia que precisa ser valorizada. Contribuindo assim para associação de conhecimentos escolares essenciais como a leitura e escrita.

Desenvolvimento metodológico: