Paradigmaas da educaçao na formaçao de professores
Por: Dhyego Aldama • 25/4/2023 • Trabalho acadêmico • 1.924 Palavras (8 Páginas) • 88 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
UNIDADE ACADEMICA DE EDUCAÇAO
LICENCIATURA RM PEDAGOGIA
DISCIPLINA: SEMINARIOS TEMTICO I
DOCENTE: LURDES CAMPOS
DISCENTE: DIEGO DA SILVA
PRODUÇAO TEXTUAL: PARADGAMA DA EUCAÇAO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E O TRABALHO PEDAGOGICO
No cenário atual para se adequar às demandas da sociedade, a educação brasileira vem passando por contínuas transformações que impactam diretamente a formação do professor, construindo um novo perfil de docente: multifacetário e aberto para o aprendizado contínuo. Entretanto, essas são apenas algumas das características do professor do século XXI. Conforme Behrens e Oliari (2007), o paradigma científico, no entanto, vem se transformando ao longo do tempo e sob o ponto de vista etimológico significa “padrão” ou “modelo”. Mas esse enunciado significar algo ou entrar em crise, que pode se desmembrar na construção de novas concepções, apesar por sempre acompanhando a linha historiográfica da humanidade. Sendo assim, a depender do período ao qual se refere (pré-histórico, clássico/antigo, medieval, moderno etc.) portanto a ideia de paradigma é vista e interpretada sob diferentes contextos e aspectos.
A inserção da tecnologia no ensino, assim como as significativas melhorias na base curricular, no qual ajuda a desenvolver a ideia de um profissional que, para se destacar, precisa atender a uma realidade que requer conhecimentos muito além do saber teórico. A escola parece perdida, inadaptada com às circunstâncias do tempo presente, como se ainda não tivesse conseguido entrar no século XXI. É certo que há muitas promessas do passado ainda por cumprir, a começar pelo compromisso de uma escola pública de qualidade para todos. Mas a escola revela, sobretudo, uma grande incapacidade para pensar o futuro, um futuro que já faz parte da vida das nossas crianças. Sem cedermos a uma simplificação excessiva, pois é dividida em duas tendências, muito distintas, de pensar a crise atual da escola e o seu futuro presente. A primeira tendência põe em causa o contrato social em torno da educação com base em lógicas de privatização e procura ultrapassar as dificuldades do modelo escolar através de processos de individualização.
para o pensamento tradicional onde o paradigma newtoniano-cartesiano levou a fragmentação do conhecimento e a supervalorização da visão racional. Essa fragmentação se reverberou nas Ciências, para a Educação, onde sua influência atingiu diretamente a sala de aula no trabalho do professor e na aprendizagem dos alunos.
Desta forma, o educador ganha a ideia de possuidor absoluto do conhecimento e reduzindo o seu trabalho a um simples reprodutor de conhecimento. O que é questionável e problemático para uma Educação Emancipadora. No entanto, convergem com ideias outras, também apontadas por Behrens e Oliari (2007), sobre os benefícios trazidos pela perspectiva tradicional. Por este outro lado existe a defesa de uma tese desenvolvimentista industrial/tecnológica que teria sido ajuda a partir do advento do paradigma tradicional da racionalidade cientificista na escola.
A privatização tem um duplo sentido, social e econômico do ponto de vista social, traduz um maior recolhimento das crianças no interior das suas comunidades de origem, dos seus espaços culturais ou familiares a expansão de práticas de educação domiciliar, uma espécie de regresso a um tempo anterior ao modelo escolar, é um bom exemplo destas tendências. Do ponto de vista econômico, denunciam-se as incapacidades do Estado para, assim, abrir o campo educativo à operação de grupos econômicos, diretamente ou através de organizações da sociedade civil as políticas ditas de liberdade de escolha, escolares, que ilustram bem a ideologia que procura redefinir, e diminuir, o papel do Estado na educação.
Mas, do outro ponto de vista, tem-se o fato que a ideia tradicional fez perder o caráter humanitário da escola, bem como os alicerces religiosos que por longos anos foram a principal fonte da idealização de valores para a sociedade. Portanto, nos últimos respiros da modernidade surgem cientistas que começam a satisfazer essa crise estabelecida e que tratam de maneira mais satisfatória a nova realidade.
A individualização manifesta-se em discursos que valorizam a educação mais como bem privada do que como bem público, assim como em críticas à escola única. Consequente, a expansão de vias distintas de ensino profissionais e acadêmicas. As referências à aprendizagem estão onipresentes, uma espécie de um discurso excessivo, exagerado, sobre a aprendizagem, que relega para segundo plano as outras dimensões da educação. Verifica-se a desvalorização do sentido coletivo da escola, ao mesmo tempo em que se sublinha a importância de pôr as novas tecnologias ao serviço da individualização das aprendizagens. A segunda tendência refere a necessidade de repensar o contrato social e o modelo escolar, mas sem pôr em causa a dimensão pública da educação e a importância da escola na construção de uma vida em comum.
Portanto, o século XX cheio de incertezas, conflitos, entre outros fatores a nível mundial, leva a necessidade de um pensamento complexo. Essa nova forma de ver a realidade, então, busca o apoio das várias áreas do conhecimento como a ecologia, a biologia, a física, as ciências sociais, entre outra. Para isso, a complexidade conta com três pressupostos. O primeiro, a própria complexidade, que busca a contextualização dos fenômenos e reconhece as causas recursivas. O segundo, a instabilidade, refere-se ao mundo como um processo contínuo e inacabado. E o terceiro, a intersubjetividade que reconhece a impossibilidade de um conhecimento objetivo do mundo.
Uma das melhores notícias dos nossos dias é a emergência, em todo o mundo, de movimentos que procuram refundar a escola, mas sem pôr em causa um compromisso público com a educação. A mudança faz-se a partir de uma matriz cultural e científica, afirmando a importância do conhecimento, sem ceder nem à ideologia, em que a escola mínima de antigamente, do ler, escrever e contar, nem a uma escola folclórica afogada numa infinidade de projetos que, tantas vezes, apenas revelam a dificuldade para renovar as práticas pedagógicas. Não vale a pena alimentarmos ilusões, trazendo tudo para dentro da escola, uma escola transbordante, sem rumo e sem sentido. Mas vale a pena trabalhar para a construção de um espaço público de educação, a cidade educadora, no qual a escola se articula com outras instituições, grupos e associações. No plano organizacional, é interessante acompanhar dinâmicas de inovação que estão a acontecer em muitos lugares, abrindo o modelo escolar a novas formas de trabalho e de pedagogia. É impossível ignorar o impacto da revolução digital, bem como a necessidade de diferenciar os percursos dos alunos, mas isso não implica que a escola abdique de ser um lugar de construção do comum. Hoje em dia, a fragmentação a que estamos a assistir no cibermundo, no qual coloca a escola perante a urgência de valorizar a nossa humanidade e a um mesmo o planeta. Este comum não vem de comunidade de identidade, mas sim de comunidade de trabalho, isto é, o que fazemos em comum, uns com os outros independentemente das nossas origens, crenças ou ideias. E agora? As opções apresentadas são claras. Pessoalmente, enquadro o meu pensamento e a minha ação nesta segunda tendência: a renovação da escola no contexto de um espaço público da educação; e o esforço para reconstruir o comum, nunca deixando de valorizar a diversidade. É neste sentido que me interessa refletir sobre a metamorfose da escola, um processo histórico que, obviamente, provoca mudanças profundas na profissão docente e na formação de professores.
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