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Por uma Educação Profissional Democrática e Mancipatória

Por:   •  17/8/2023  •  Resenha  •  1.407 Palavras (6 Páginas)  •  72 Visualizações

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POR UMA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DEMOCRÁTICA E EMANCIPATÓRIA

Ramon de Oliveira (2012), neste capítulo apresenta uma visão geral sobre a economia e o capital, onde analisa como o capitalismo vem dificultando a compreensão nos campos político, social e cultural, assim como, analisa os governos de FHC e Lula. Procurou também, expor a importância e os desafios de uma educação profissional baseada em pressupostos democráticos e emancipador.

Para Oliveira (2012, p. 83) “a velocidade das mudanças ocorridas no campo da ciência e da tecnologia, produzidas, particularmente, pelo desenvolvimento da microeletrônica, acelerou a produção de novos produtos”, que ampliou as fronteiras que possibilitou o surgimento de novos conceitos e necessidades.

Nos países mais desenvolvidos, a população tem a oportunidade de desfrutar das novas tecnologias e bens de consumo, surgindo através da valorização do trabalho e da tecnologia de mais fácil acesso. Nos países menos desenvolvidos, a tecnologia ainda é uma realidade para os mais favorecidos, onde o analfabetismo e o trabalho escravo ainda é uma de suas principais características.

O autor cita vários outros autores que descrevem sobre esse momento atual que o país vem passando, criticando o aumento do desemprego e o surgimento de empregos mais precários, onde surgiu como uma forma de afastar ainda mais os trabalhadores de sua emancipação, aumentando o poder político e econômico dos mais favorecidos.

O autor compara os governos de FHC e Lula, apontando as contradições nesses dois governos, referentes a educação profissional. Já no início faz uma forte crítica, onde o governo FHC tinha uma característica autoritária e no governo Lula novos mecanismos foram criados, sendo baseados em uma educação profissional, mais democrática e emancipatória.

O governo Lula foi apontando como a saída para a educação profissional, pois envolveu a comunidade e deu novos rumos para os jovens inseridos no mercado de trabalho. Esses rumos, começaram com a elaboração do decreto nº 5.154/2004, revogando o decreto nº 2.208/97, “possibilitando uma nova institucionalidade à educação profissional, especificamente na sua articulação com o ensino médio” (OLIVEIRA, 2012, p. 86).

Na comparação entre os governos, Oliveira (2012), analisou o governo FHC como não totalmente fechado a sugestões, porém só as recebia dos setores ligados diretamente a economia, onde não era visível as discordâncias. Já o governo Lula “assegurou a existência dos espaços de debates e de proposições de política” (OLIVEIRA, 2012, p. 86), no entanto, havia um limite, pois, o governo não queria confrontar-se com o governo anterior, pela indisposição que provocaria entre os governos.

Porém, para o autor, as estratégias utilizadas pelo governo para minimizar a dualidade da educação básica e profissional não surtiram o efeito desejado, pois os projetos eram “conflitantes e antagônicos”, frustrando as expectativas criadas. O governo Lula foi considerado conservador, pois se acomodou ao governo FHC, representando, o que estes autores chamam de “modernização do arcaico”, tendo características neoliberais, voltadas para o individualismo e a formação por competências, onde, tanto no governo FHC, quanto no governo Lula, não havia falta de emprego, mas sim de “empregáveis” (FRIGOTTO; CIAVATTA e RAMOS, 2005a, p.1.095, apud OLIVEIRA, 2012, p. 89).

A formação profissional deve estar vinculada a um processo social, político e cultural, onde deve objetivar a qualificação profissional nos diversos setores, começando por oferecer uma educação básica de qualidade, muito além daquela que é oferecida atualmente. No entanto segundo Oliveira (2012, p. 89),

Assumir uma agenda para a educação básica tendo como foco a melhoria do perfil profissional dos trabalhadores brasileiros não pode implicar, em hipótese alguma, o direcionamento de investimentos à educação básica de acordo com o quanto ela pode dar como retorno ao processo econômico.

Neste contexto, o foco principal da educação profissional é formar cidadãos competentes para o mercado de trabalho, assegurando uma maior empregabilidade (OLIVEIRA, 2010, apud OLIVEIRA, 2012, p, 89).

No entanto, o capitalismo criou características para que a competividade pudesse ser mantida, onde destaca-se a manutenção de trabalhadores e condições precárias e a redução de seu número na economia, onde só conseguem se manter, “transformando tudo e todos em mercadorias” (OLIVEIRA, 2012, p. 92), e controlando o trabalhador de acordo com seus interesses, não permitindo que sejam criativos e autônomos sobre o capital, dominando-os sobre o processo de trabalho para que sintam menos estimulados e satisfeitos. O trabalhador luta todo os dias para “continuar reproduzindo sua existência e aspirando a um futuro de melhor sorte” (OLIVEIRA, 2012, p. 93).

Essa questão acima exposta pelo autor, é indispensável para entendermos como a educação profissional pode modificar o capital e as condições de trabalho, pois segundo o autor:

Não entendo a escola como local de confecção de mentalidades revolucionarias ou anticapitalistas, mas considero que a passagem pelos bancos escolares ou pelos espaços educativos deve propiciar aos indivíduos o domínio de saberes qualificadores para um a intervenção social mais consciente e mais autônoma (OLIVEIRA, 2012, p. 96).

A escola para o autor, é campo de experiências vividas e conhecimentos aprendidos, que não podem ser descartados, mas sim utilizados para formar cidadãos mais críticos e criativos. No entanto, entende que a escola não formara trabalhadores altamente capacitados para determinada função, mas sim indivíduos capazes de “redefinir seus valores e suas ações”, onde a escola

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