REFLEXÃO SOBRE O LIVRO PINÓQUIO ÀS AVESSAS
Por: Cíntia Ranusia • 2/11/2017 • Trabalho acadêmico • 1.806 Palavras (8 Páginas) • 355 Visualizações
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
Líder: Aline Cardoso Santos – RA D3595G5, Cíntia Ranusia V. Carvalho – RA D4649B1, Jaqueline Silvério da Silva – RA D304097 e Vanessa Cruz da Lima Peres – RA D3982C6.
REFLEXÃO SOBRE O LIVRO PINÓQUIO ÀS AVESSAS
SÃO PAULO
2017
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
REFLEXÃO SOBRE O LIVRO PINÓQUIO ÀS AVESSAS
Trabalho apresentado para fins avaliativos à disciplina PTDA – Psicologia do desenvolvimento e Teorias da Aprendizagem, sob a orientação da profª Mestre Mônica da Silva.
SÃO PAULO
2017
INTRODUÇÃO
Queremos a seguir fazer uma reflexão a respeito do livro “Pinóquio às Avessas” do autor Rubens Alves, porém, mais do que isto, pretendemos relacioná-lo com as formas básicas de educação e ensino mencionadas no livro “Ensino: as abordagens do processo” de Maria da Graça Mizukami. São elas: Abordagem Tradicional, Abordagem Humanista e Abordagem Comportamentalista.
À primeira vista nos parece que o livro trata apenas de uma abordagem (a tradicional), mas ao nos aprofundarmos na análise de ambos os livros, podemos perceber, que todas as abordagens são evidentes na obra de Alves.
Comecemos através da ordem cronológica do livro “Pinóquio às Avessas”, por abordagens, e assim decorremos pela obra de Mizukami.
REFLEXÃO SOBRE O LIVRO: PINÓQUIO ÀS AVESSAS
Abordagem Tradicional
A estória é iniciada com o pai de Felipe contando uma fábula ao menino e enfatizando a importância do papel da escola na vida e na formação das pessoas (páginas 10 a 13). Nesse primeiro ponto já podemos citar da Abordagem Tradicional, porque ela, além de falar diretamente de uma prática educacional, considera três “poderes” detentores do conhecimento, que são: a escola, igreja e a família. Assim acontece com Felipe, quando os pais depositam todas as suas esperanças e projetos sob a criança, que se vê obrigada a seguir os passos de todas as outras pessoas. Felipe, de antemão, é visto como um adulto em miniatura (conforme é explicitado nessa abordagem), que precisa ser desenvolvido e tornar-se “alguém na vida”.
Das páginas 20 a 24, quando o pai de Felipe explica, novamente, que ele precisa ir à escola, que lá ele será avaliado e passará de ano em ano, até enfim formar-se em uma profissão, conseguimos enxergar mais uma vez a Abordagem Tradicional, que no texto de Mizukami diz: “A reprovação do aluno passa a ser necessária quando o mínimo cultural para aquela faixa não foi atingido, e as provas e exames são necessários para a constatação de que este mínimo exigido para série, foi adquirido pelo aluno”. Portanto, o diploma é visto, neste caso, como um sistema de hierarquização do indivíduo.
A partir da página 24 do livro de Alves, uma questão muito importante a respeito da Abordagem Tradicional, passa a ser levantada. Podemos falar nesse ponto sobre a “Educação Bancária”, segundo dizia Paulo Freire. Felipe, questiona sobre um assunto fora da grade escolar e a professora o poda, quase imediatamente. Limitando o seu aprendizado a apenas o que é proposto por ela ou pela escola, num sistema vertical de ensino. Sendo assim, o menino tem um papel insignificante no processo de aprendizagem. Segundo o texto de Mizukami, é justamente nesse momento que a Abordagem Tradicional recebe críticas, pois Aebli (um dos autores mencionados por ela) disse “que seus elementos fundamentais são imagens estáticas que progressivamente serão ‘impressas’ nos alunos, cópias de modelos do exterior que serão gravadas nas mentes individuais”. Sabemos e podemos adiantar que isso acontece com Felipe. Ele, em dado momento, para de pensar por si mesmo e começa a pensar o que os outros querem que pense e passa a ser “robotizado”. Uma cópia do mesmo.
Outra característica da Abordagem Tradicional encontra-se na página 26 do livro. Felipe chega à escola e se depara com o som da campainha que serve de aviso para que os alunos formem filas. Essa característica enfatiza a abordagem mencionada, porque revela a “ordem” e “submissão” dos alunos às regras. Trazendo o professor, que conduz as filas até a entrada da escola, como personagem de autoridade máster, “moral e intelectual”.
A abordagem tradicional é ainda evidenciada em diversos outros momentos do livro. Citaremos dois últimos exemplos. Na página 30 a professora diz: “A escola não é para se aprender aquilo que quer. A escola é para aprender aquilo que se deve aprender”. Ou ainda na página 36, quando o menino tenta pintar um elefante verde e outro cor de rosa e é repreendido pela professora, porque as cores não condizem com a realidade. Obrigando-nos a citar mais um trecho do livro de Mizukami: “O indivíduo nada mais é do que um ser passivo, um receptáculo de conhecimentos escolhidos e elaborados por outros para que ele deles se aproprie”.
Abordagem Comportamentalista
Skinner é um dos autores bastante mencionados quando Misukami fala sobre essa abordagem. Uma das citações diz: “Uma pessoa é responsável por seu comportamento, não só no sentido que merece ser admoestada ou punida quando procede mal, mas também no sentido em que merece ser elogiada e admirada em suas realizações”. Partiremos pois deste princípio para realizar algumas análises no livro “Pinóquio às Avessas”.
Entre as páginas 20 e 21, o pai de Felipe explica (na visão dele) como funciona e o que objetiva o sistema educacional – a escola. Em dado momento ele diz: “Diploma é um papel grande, bonito, em que se encontra escrito o nome da sua profissão. É o diploma que diz quem você é”. Podemos observar que o diploma é visto como a “recompensa” relacionada à citação anterior, bem como uma outra menção do livro de Maria da Graça que diz: “Os comportamentos desejados dos alunos serão instalados e mantidos por condicionantes e reforçadores arbitrários (...) os quais, por sua vez, estão associados com uma outra classe de reforçadores mais remotos e generalizados, tais como: o diploma, as vantagens da futura profissão, aprovação final do curso (...)”.
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