REFLEXÕES SOBRE IDEIAS NA PRÁTICA: CURRÍCULO, CONHECIMENTO E CULTURA
Por: Yo Pastorelli • 25/5/2017 • Trabalho acadêmico • 1.424 Palavras (6 Páginas) • 516 Visualizações
RELFEXÕES SOBRE IDEIAS NA PRÁTICA: CURRÍCULO, CONHECIMENTO E CULTURA
1ª Ideia - Currículo, conhecimento e cultura: Do objetivo do capítulo
“...oferecer [...] elementos que permitam a reflexão e a discussão de questões que consideramos significativas para o desenvolvimento do currículo em nossas escolas, na perspectiva da promoção de uma educação de qualidade para todos e todas, democrática, relevante do ponto de vista da construção do conhecimento escolar e multiculturalmente orientada” (Moreira & Candau, 2007, p. 17)
O objetivo proposto para o próprio capítulo já pode ser colocado como ponto de reflexão. Da mesma forma como que em diversas partes do texto é possível aplicar ou não nas escolas, a opção por um currículo sólido que considere as passagens teóricas proposta em todo o texto depende da vontade de colocar em prática por parte e professores e colaboradores envolvidos numa escola. Algumas escolas tendem a encarar a elaboração do currículo como mera formalidade, deixando de lado o tão importante processo de discussão e também os resultados que deveria proporcionar (educação de qualidade, democrática, relevante e multiculturalmente orientada).
2ª Ideia – Fatores que contribuem para o entendimento do currículo
“Diferentes fatores sócio-econômicos, políticos e culturais contribuem, assim, para que currículo venha a ser entendido como:
(a) os conteúdos a serem ensinados e aprendidos; (b) as experiências de aprendizagem escolares a serem vividas pelos alunos; (c) os planos pedagógicos elaborados por professores, escolas e sistemas educacionais; (d) os objetivos a serem alcançados por meio do processo de ensino; (e) os processos de avaliação que terminam por influir nos conteúdos e nos procedimentos selecionados nos diferentes graus da escolarização” (Moreira & Candau, 2007, p. 17).
Subentende-se que tais fatores devem ser claramente colocados para que o currículo tenha clareza na comunicação só que, por tópicos, algumas considerações podem ser feitas (sempre levando em consideração que algumas escolas praticam a sério e outras não):
- As vezes o conteúdo a ser ensinado e aprendido é simplesmente copiado de outras instituições, comprado de um sistema educacional ou até mesmo inventado e não seguido na prática. O desafio de descrever em detalhes o conteúdo torna difícil e trabalhoso identificar com clareza qual conteúdo deve ser trabalhado;
- Se descrever o conteúdo já é trabalhoso as experiências também são um desafio. É possível imaginar quais são as experiências que podem ser proporcionadas aos alunos só que nem sempre elas acontecem como planejado ou até mesmo são proporcionadas outras;
- Nem sempre os professores dedicam tempo suficiente para a elaboração dos planos, o que pode fazer com que as aulas sejam um tanto confusas ou não sigam uma linha bem definida;
- Se a elaboração de objetivos específicos, mensuráveis, atingíveis e relevantes já é um desafio em âmbito da gestão educacional a definição deles para o currículo escolar deve ser feita com muito cuidado, já que representam o resultado esperado após todo o processo de aprendizagem;
- Por fim o processo de avaliação nem sempre é efetivo como deveria ser. Algumas vezes é aplicado como mera formalidade sem fim pedagógico e sério.
3ª Ideia – O currículo oculto
Trata-se do chamado currículo oculto, que envolve, dominantemente, atitudes e valores transmitidos, subliminarmente, pelas relações sociais e pelas rotinas do cotidiano escolar. Fazem parte do currículo oculto, assim, rituais e práticas, relações hierárquicas, regras e procedimentos, modos de organizar o espaço e o tempo na escola, modos de distribuir os alunos por grupamentos e turmas, mensagens implícitas nas falas dos (as) professores (as) e nos livros didáticos. São exemplos de currículo oculto: a forma como a escola incentiva a criança a chamar a professora (tia, Fulana, Professora etc); a maneira como arrumamos as carteiras na sala de aula (em círculo ou alinhadas); as visões de família que ainda se encontram em certos livros didáticos (restritas ou não à família tradicional de classe média) (Moreira & Candau, 2007, p. 18)
O currículo oculto tem o potencial de representar uma grande parte do sucesso da escola, já que é determinante para a coerência das práticas de toda a comunidade escolar. Escrever, registrar e representar o currículo oculto é uma grande oportunidade para direcionar e melhorar ainda mais os benefícios das práticas. O lado ruim é que muitas vezes as práticas descritas do currículo oculto não condizem com as práticas reais que acontecem ou até mesmo têm sua importância desvalorizada. Práticas inadequadas também são algumas vezes colocadas como irrelevantes ou de pouco impacto por quem as pratica, dificultando a mudança e piorando o seu impacto nos resultados da escola.
4ª Ideia – O papel do educador
O papel do educador no processo curricular é, assim, fundamental. Ele é um dos grandes artífices, queira ou não, da construção dos currículos que se materializam nas escolas e nas salas de aula. Daí a necessidade de constantes discussões e reflexões, na escola, sobre o currículo, tanto o currículo formalmente planejado e desenvolvido quanto o currículo oculto. Daí nossa obrigação, como profissionais da educação, de participar crítica e criativamente na elaboração de currículos mais atraentes, mais democráticos, mais fecundos. (Moreira & Candau, 2007, p. 19)
A importância do educador na elaboração do currículo, seja ele oculto ou formalmente planejado e desenvolvido, é inquestionável. Tal importância é evidente no discurso de todos os colaboradores e professores da escola, só que nem sempre o que é proclamado acaba por acontecer. Muitas vezes ideias ou aspectos apontados pelos educadores são simplesmente ignorados ou deixados de lado. Coordenadores ou lideranças pouco capacitadas e com maior poder acabam sobrepondo contribuições dos educadores e impondo ideias incoerentes se comparado com o percurso que a escola deveria seguir. Outras vezes nem mesmo momento de discussão ou oportunidade da palavra aos educadores acontecem. É claro que há casos em que as escolas aproveitam bem o tempo e dão aos educadores espaço para participar com ideias para os currículos e até mesmo alterar seu conteúdo para melhorar a escola.
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