REGGIO EMILIO: REFLEXÃO E INSPIRAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO NA INFÂNCIA
Por: ywinter • 1/10/2016 • Trabalho acadêmico • 1.629 Palavras (7 Páginas) • 691 Visualizações
REGGIO EMILIO: REFLEXÃO E INSPIRAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO NA INFÂNCIA
Lóris Malaguzzi nasceu na Itália em 1920 e faleceu em 1994. Formou-se em pedagogia e psicologia.
Após o termino da segunda guerra, no nordeste de Itália, próximo a Régio Emilio. Lóris Malaguzzi toma conhecimento do movimento que os integrantes da província de Villa Cella estavam a realizar, assim ele toma conhecimento da causa nobre, bastante entusiasmado e contagiado com o empenho dos cidadãos de Villa Cella. Oferecendo sua ajuda para o desenvolvimento desse projeto com seus diversos conhecimentos.
Resolveram fazer uma escola para a educação infantil, já que estava tudo devastado. O pedagogo e educador, Lóris Malaguzzi, foi o criador da ideia de Reggio Emília, sendo até hoje seu incentivador primordial.
Lóris Malaguzzi tinha participado ativamente da constituição das primeiras pré-escolas, em 1945, mas com alguns diferenciais que o fizeram ser considerado o fundador da filosofia Reggiana: Ele era capacitado para dar o suporte necessário a essas instituições criadas por pessoas da própria comunidade, que não tinham formação específica. Foi ele também quem liderou a batalha para conseguir que o governo da cidade assumisse a gestão dessas instituições e abrisse a primeira pré-escola municipal, em 1963.
Foi ele quem introduziu o trabalho com diversas linguagens. Há uma dimensão social muito forte nas escolas de Reggio Emilia e o princípio fundamental é valorizar a criança como construtora de conhecimento: cada uma individualmente e não em termos gerais.
Então quem é Lóris Malaguzzi? É o criador e inspirador das escolas reggianas. Maestro aventureiro educacional e educador que dedicou sua vida à construção de uma experiência educacional de qualidade, onde a aprendizagem é alcançada através de pesquisas e trabalhou na criação experimentacional.
Para crianças carentes: Elas eram subestimadas a expressar. Lóris Malaguzzi tinha certeza de que as crianças têm de 100 línguas a mais, isto é, que veem para além de todas as partes de coisas. Para ele, as ideias vêm de experiências reais e as respostas resultantes conclusões, Lóris Malaguzzi entende que cada criança é diferente e possui diferentes formas de se expressar.
A escola de Reggio Emilia trabalha com a teoria da Pedagogia da Escuta e a Teoria das Cem Linguagens, que trata de escutar a si próprio e aos outros. Sendo capaz de interpretar e observar as coisas. Mesmo eles sendo tão pequenas as crianças são capazes de aprender por meio dos sentidos, corpo, a palavra, o pensamento.
As lições de Lóris Malaguzzi têm três grandes princípios:
A- As crianças podem compartilhar seus conhecimentos e saberes, sua criatividade e imaginação por meio de múltiplas linguagens, sem enfatizar nenhuma. As múltiplas linguagens se evidenciam através do desenho, do canto, da dança, da pintura, da interpretação, enfim, divulgadas por distintas passagens que se somam na execução do projeto e nos saberes que são construídos. Anotar, fotografar, gravar e filmar são partes principais da rotina.
B- O mundo de conhecimentos não esta dividido em assuntos escolares, mas é um grupo único, onde certas áreas são sugeridas por meio de projetos com uma matéria de trabalho.
C- A interação entre o adulto e a criança deve ser uma parceria, na qual interesses e envolvimentos recíprocos devem permanecer e interagir para que um objetivo comum seja alcançado: o saber.
Podemos perceber que na escola Reggio Emília a metodologia educacional é orientar, guiar, cultivar o desenvolvimento intelectual, emocional, social e moral das crianças. Acredita que a criança tem potencial, curiosidade e interesse na sua aprendizagem. A criança não aprende isoladamente, mas em conjunto com outra criança, com a família, com os professores, com o ambiente escolar, da comunidade e do resto da sociedade. O bem estar é a garantia da aprendizagem.
A criança deve conhecer seus deveres, mas, também seus direitos. Os pais têm que ter envolvimento com a criança na sua aprendizagem. Os pais têm que estar por dentro do que o filho faz na escola, se participa, se esta evoluindo. O objetivo dessa metodologia é formar um lugar de pesquisa, de aprendizagem, reconhecimento e reflexão. Onde todos se sintam bem, professores, alunos, família. E fortalecer as relações entre todas as disciplinas.
Dentro dessa metodologia o professor tem que estar sempre em busca de conhecimento, educação continuada, tem que sentir a necessidade de querer aprender de enriquecer o conhecimento cada dia mais.
Os projetos são baseados em experiências, um estúdio de arte ou atelier, que contem uma variedade de materiais, ferramentas e recursos utilizados por todas as crianças e professores, para explorar, criar e expressar o pensamento, sala de música, área verde. As salas têm parede branca para dar sensação de paz e sossego Tem poucos estudantes e pouca decoração, para que eles não se distraem facilmente.
Loris Malaguzzi diz que os alunos aprendem através da observação e, em seguida desenvolvem seus projetos de construção própria.
A palavra protagonismo tem origem grega: protagnistés e significa “ator”, aquele que ocupa o primeiro lugar num acontecimento. A criança-sujeito se constitui na e pela interação com outras crianças, com os adultos, com o meio físico, social e ideológico. Na interação com o meio físico são importantes as brincadeiras, principalmente as tradicionais.
Para o êxito de um trabalho em sintonia com o contexto cultural e social em que a comunidade escolar está inserida, que leve em considerações o que vem das crianças e o que esta chamando a atenção do próprio professor, é necessário considerar as crianças como competentes e ativas. Elas são capazes de levantar problemáticas interessantes de serem estudadas o que significa percebe-las como protagonistas. O professor, por sua vez, esta sempre atento, apropriando-se de um escutar, ver que possa permitir a captação dos sinais que demonstram os interesses dos grupos de criança. Ele se envolve com as crianças na inverstigação de suas curiosidades, para então possibilitar a participação, não só da criança, mas também da família e da comunidade em geral.
A criança é protagonista ativa de seu próprio crescimento: é ela dotada de extraordinária capacidade de aprendizagem e de mudança, de múltiplos recursos afetivos, relacionais, sensoriais, intelectuais, que se explicitam numa troca incessante com o contexto cultural e social.
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