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A Noção De Liberdade No Emilio De Rousseau

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Por:   •  2/6/2013  •  707 Palavras (3 Páginas)  •  522 Visualizações

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A Noção de Liberdade no Emilio de Rousseau

por Luiz Felipe Netto de Andrade e Silva Sahd.

“A educação natural de Rousseau é uma tentativa de mostrar como as paixões se liberadas da deformação provocada pela opinião social, podem ser moralmente corretas. Se o Emílio, afirma Rousseau, é um tratado sobre a bondade natural do homem, esta bondade está fundada sobre a liberdade, e, sobretudo, sobre a liberdade das paixões.”

Segundo o autor, o Emílio permite melhor compreender a ordem entre seus escritos e alcançar os princípios fundamentais de seu "sistema". Ele é composto por duas etapas que caracterizam o seu conteúdo, a educação pela liberdade e a educação para a liberdade.

Seu objetivo principal é demonstrar que o homem da natureza difere radicalmente do homem civil, que "nasce, vive e morre na escravidão".

A liberdade natural do homem se manifesta através da necessidade natural de movimento, cujos impedimentos à sua satisfação criam obstáculos ao desenvolvimento normal da criança e engendram efeitos físicos nefastos. Para uma educação adequada, é necessário que respeite a liberdade física da criança.

Ser livre é ser capaz de bastar a si mesmo sem apresentar nenhuma dependência externa.

Algumas crianças não conseguem atingir esta liberdade e vivem numa espécie de escravidão em relação às suas necessidades e paixões. Isto ocorre devido a uma educação deficiente, que não soube distinguir para a criança suas verdadeiras necessidades.

No indivíduo humano que alcançou o estágio consciente e moral de seu desenvolvimento, a experiência da falta e do remorso seria, na visão de Rousseau, uma prova irrefutável da liberdade da vontade. Se do ponto de vista da essência, todavia, a liberdade da vontade é absoluta, do ponto de vista da existência, porém, ela não é exercida plenamente e pode mesmo desaparecer.

O homem no estado de natureza, realmente livre, faz tudo que lhe agrada e convém, detendo os meios e adquirindo forças para realizar seus desejos. Mas isto é destruído pela sociedade que multiplica os desejos tornando impossível realizá-los. Assim, quando o homem tenta satisfazer estes desejos “criados” pela sociedade, ele acaba se submetendo a vontade de outras pessoas. A liberdade consiste menos em fazer sua vontade, mas sim em não fazer a vontade dos outros.

“A educação deve ser, ao mesmo tempo, pela e para a liberdade” (Vial, 1920, pp.111-12). Para um ser livre, é apropriada somente a educação pela liberdade, que atenderia as necessidades naturais de uma criança. Desde cedo ela deve ganhar espaço para se deslocar com liberdade e aprender que mesmo que leve muitos tombos pode se levantar e continuar, ela deve ser livre para adquirir forças e condições de ser senhora de si mesma e de fazer todas as coisas a sua vontade.

Existem dois tipos de dependência: a das coisas, que é da natureza, e a dos homens, que é da sociedade. Não tendo nenhuma moralidade, a dependência das coisas não prejudica a liberdade e não gera vícios; a dependência dos homens, sendo desordenada, gera todos os vícios, e é por ela que o senhor e o escravo depravam-se mutuamente. Esta concepção permite compreender

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