RESENHA CRÍTICA DO TEXTO DE MAGDA SOARES
Por: Júlia Brito • 26/9/2020 • Trabalho acadêmico • 842 Palavras (4 Páginas) • 1.316 Visualizações
RESENHA CRÍTICA DO TEXTO DE MAGDA SOARES
SOARES, Magda. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação, n.24, jan./fev./mar./abr. 2004.
Resenhado por Beatriz Bragança Alves e Júlia Brito Vasconcelos - Turma TK
[pic 1]A autora do texto é Magda Soares, graduada em Letras e livre-docente em educação. É professora titular emérita da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e é também pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (CEALE), desta mesma faculdade. Escreveu inúmeros artigos, livros e capítulos de livros sobre o tema do ensino da língua escrita, sendo também autora de vários livros didáticos para o ensino de português.
Em um primeiro momento, Soares faz referência a outro texto de sua autoria, “As muitas facetas da alfabetização”, indicando que seu objetivo ao escrever o atual texto é provocar uma correlação entre eles, levando em consideração que os mesmos questionamentos acerca dos conceitos de letramento e alfabetização levantados na época da produção do outro texto, ainda se mantêm. Ela procura então retomar os conceitos de letramento e alfabetização, não só mostrando suas especificidades como também a indissociabilidade dessas concepções no campo teórico e no campo prático, além de examinar a evolução dessas ideias através do movimento de invenção do letramento, desinvenção e reinvenção da alfabetização.
Em seguida, a autora fala sobre a necessidade que diferentes sociedades sentiram, nos anos de 1980, em dar maior atenção e nomeação aos processos e práticas sociais de escrita e leitura que ultrapassam apenas a apreensão do sistema de escrita. Segundo ela, isto se deu a partir de diferentes motivações nos países desenvolvidos (como os Estados Unidos e a França) e no Brasil. Estas diferenças se colocam no grau de ênfase dado à preocupação com a aquisição e uso da linguagem escrita e da leitura em práticas sociais, conceito de letramento, e a aprendizagem do sistema de escrita, conceito de alfabetização. De acordo com ela, nos países de Primeiro Mundo, o maior problema das discussões estava na população, que apesar de ser alfabetizada, não possuíam as competências necessárias para codificar e decodificar a língua em práticas sociais. Em contrapartida, no Brasil o problema englobava questões mais complexas, pois a discussão do letramento não estava desvinculada a discussão da alfabetização.
A partir disso, Soares aborda no texto o movimento de invenção do letramento, desinvenção da alfabetização e reinvenção da alfabetização. Com a mudança de paradigmas teóricos no campo da alfabetização durante as décadas de 1980 e 1990 no Brasil, ocorre mudança conceitual de aprendizagem da língua escrita onde se passa a privilegiar a faceta psicológica da alfabetização, invenção do letramento, em detrimento da linguística, o que a autora denomina como desinvenção da alfabetização. Contudo, tais transformações acabaram por contribuir para o fracasso da aprendizagem da língua escrita no Brasil. Por causa disso, após a percepção destas falhas, vem-se retomando o antigo e perigoso movimento de dissociação entre a alfabetização e letramento, para se trabalhar a alfabetização de maneira autônoma, o que Soares designa como reinvenção da alfabetização.
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