Rascunho de mim

Rascunho de Mim^[1]

Nasci em um ambiente familiar não muito favorável a leitura. Acredito que a formação de cada leitor se inicia por meio de outras pessoas, geralmente o pais. Meu pai era motorista, fez o normal e ginásio. Lembro-me de escuta-lo dizer que não gostava de ler, acredito que ele não foi seduzido para leitura. Já minha mãe, concluiu apenas o primário. Mesmo com pouca escolarização adorava ler, tinha uma estante, maravilhosa, cheia de livros que eu achava lindo. A estante foi dos meus avós, estes sim, eram grandes amantes dos livros.

Quando avalio o papel dos meus pais na minha formação, vejo que a maior  influência foi da minha mãe. Ela guardava uma coleção antiguíssima do Sitio do Pica-pau Amarelo, lia todas as noites para mim.

Quando me recordo da infância, as histórias dos personagens infantis que marcaram minha vida surgem como lembranças vivas. Os Três porquinhos, onde cada um tinha um modo de levar a vida, Branca de neve, que sonhava com o beijo de um príncipe que através do seu amor faria desperta da maldição lançada pela sua cruel madrasta. Como esquecer da história de Chapeuzinho vermelho, que fugia do terrível lobo mal. Histórias encantadoras, entre imagens belas, coloridas, um verdadeiro mundo mágico onde eu era o personagem em minha imaginação. Era um estado de fascinação, ver tantas letrinha juntas trilharem um caminho de magia, palavras que se uniam em histórias que jamais serão esquecidas das minhas memórias de criança.

Era forte o desejo de aprender a ler, sonhava alcançar logo essa conquista. Ao iniciar o 1º ano de primário na Escolinha Jardim das Margaridas, aprendi a ler sem apresentar dificuldades.

Recordo-me como se fosse hoje, a minha primeira palavra foi “telhado” num momento em que eu e minha família fomos a uma viagem. Meu pai parou o carro em frente a um banco e nos deixou esperando, eu, minha mãe e meus irmãos. Tenho uma irmã mais velha, que também não gosta de ler, como meu pai, diz ser sacrificante o momento em que enxerga tantas palavras. “Quando acabei de ler é perguntei a minha mãe o que era” telhado” foi que ela percebeu que estava lendo...ficou tão feliz que me deu vários beijos.Explicou-me que era uma proteção que servia para cobrir uma casa,meu pai voltou para o carro ,ela foi lhe falando:”A Carina Esta lendo!”

Eu acreditava que agora poderia ler livros... Afinal já estava lendo anuncio em muros. Sempre tivemos muito livros em casa. Então vieram os gibis. Meus preferidos era Tininha, Turma da Mônica e Pato Donaldes.

Guardei poucos exemplares dos que ganhei em minha infância. O que eu mais tenho carinho, ganhei em 1994 de presente do meu padrinho. ’’O pequeno príncipe’’. O gosto pela leitura veio contribuir para uma escrita mais caprichada, meus pensamentos floresciam, minha imaginação era quem pedia para ser representada através das letras. Com isso a leitura e escrita andavam lado a lado em meu processo de formação como leitora. O tempo foi passando, a minha capacidade de compreensão literária foi aumentando, se tornando mais rica, eu cada vez mais apaixonada por livros.

Meus acessos às bibliotecas das escolas onde estudei foram sempre muito frequentes. Eu apreciava tanto uma leitura no espaço físico de uma biblioteca, que lá foi o local onde madureceu meus conhecimentos literários. Também participava de eventos literários, grupos em que fazíamos trocas de livros, ou líamos o mesmo livro e depois nos reuníamos para trocar experiências. Nesse período pode conhecer livros como: Açúcar Amargo de Luiz Puntel,com ele conseguir cativa a eu criança.Havia brigas,feminismo um rapaz morrendo no dia do seu aniversario,clamor por mudanças sócias tudo aquilo que queria embora não soube nomear.O país de Outono,encontrei um lar de fantasia,Harry Potter com suas aventuras  fantásticas,A Cabana,com uma história emocionante de um pai que perde sua filha e tenta encontra-la.Tive o privilégio de ler bons livros.

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