Relatório de Estágio

1. RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS

O texto de Juliana Pasqualini intitulado “O papel do professor e do ensino na Educação Infantil”, esclarecidos por Vigotski, Leontiev e Elkonin, aponta conceitos sobre o desenvolvimento infantil e em que aspectos a educação escolar pode atuar em seu auxílio, tendo como foco os papéis do educador e do ensino.

Historicamente sabemos que a educação infantil tinha um caráter assistencialista, as instituições de educação infantil eram resumidamente um “depósito de crianças”, mais preocupado com o cuidado com as crianças do que com a educação em si, não tinham ensino-aprendizagem, era um lugar onde as crianças passavam o tempo enquanto suas mães trabalhavam. Por meados dos anos 90 em decorrência das várias lutas e vitórias começou a uma busca maior por entender como se trabalhar na educação das crianças pequenas, chegou-se à conclusão de que ela tem que ter como intenção cuidar e educar, tirando o ensino como objetivo e colocando as relações educativas dentro de um espaço de convívio coletivo, a educação infantil passou a ser vista com outros olhos, e passou a ter objetivos educacionais explícitos, com propostas pedagógicas, onde começaram a seguir parâmetros e normas, trabalhando em prol à educação, e ao ensino-aprendizagem, os alunos têm acesso ao conhecimento, e ao pleno desenvolvimento.

Na perspectiva da psicologia histórico-cultural, que é do que se trata o texto o educador não pode ser visto como alguém que apenas estimula e acompanha a criança em seu desenvolvimento. O professor é compreendido como aquele que transmite à criança os resultados do desenvolvimento histórico, explicita os traços da atividade humana cristalizada nos objetos da cultura mediando sua apropriação e organiza a atividade da criança, promovendo assim seu desenvolvimento psíquico pois são eles juntamente com a família que organizam suas vidas criam condições para desenvolvimento e transmitem as experiencias sociais. A autora traz os avanços na aprendizagem das crianças desde quando nascem até a fase pré-escolar, falando do papel do adulto e a importância nessa mediação com os objetos e com o mundo. Fala também sobre a importância de ensinar por meio da brincadeira e não apenas a velha forma de atividades dirigidas.

Traz ainda a visão de Vigotski que contraria com a visão sobre o desenvolvimento das crianças apenas contando com o desenvolvimento biológico, ele acredita então que o desenvolvimento infantil se dá através do desenvolvimento biológico e cultural, ou seja, a criança e diretamente afetada pelo meio em que vive, pela cultura que está inserida e pelas relações sociais que está envolvida. Leontiev e Elkonin tem pensamentos parecidos ao concordarem que é preciso levar em conta, especialmente, a relação da criança com o meio e que a mesma é exclusiva para cada circunstância. A apropriação cultural só é dada com a medição de outro individuo, sendo caracterizada por Leontiev como educação. Logo, o ensino, como agente educador, não pode se basear na maturação espontânea da criança nem na hereditariedade das funções psíquicas superiores, mas na promoção de condições e signos para que elas se formem sem necessariamente estar sincronizada com as etapas de desenvolvimento, a aprendizagem deve atuar na zona de desenvolvimento potencial (ZDP), no que ainda não está maduro, estando a frente e impulsionando o desenvolvimento.

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