Relatório de Estágio PPP6
Por: Ana Paula Santiago • 18/8/2021 • Relatório de pesquisa • 5.101 Palavras (21 Páginas) • 124 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
O Estágio descrito neste relatório realizou-se na Escola Municipal Padre José de Souza e Oliveira, localizada na zona urbana do município de Valença na Avenida Antonio Carlos Magalhães, mais especificamente no bairro do Jacaré. A qual destina-se a oferecer o Ensino Médio e o fundamental II EJA (Educação de Jovens e Adultos), esta atende a uma clientela composta por pessoas carentes moradoras dos seus arredores.
. Tendo como espaço de atuação a classe de 1ª e 2ª série do ensino fundamental II da EJA (Educação de Jovens e Adultos), turma única, noturno, sob a responsabilidade da professora regente Simone Santos Santiago Brandão.
O referido estágio foi realizado no período de 16 a 29 de Outubro de 2012. Com carga horária de 40 horas, a fim de cumprir a exigência da disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica VI, referente ao 6º semestre do curso de Pedagogia da FACE – Faculdade de Ciências Educacionais, sob a orientação da professora Valdenilda Lopes França da Conceição, bem como aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos durante o curso.
A Instituição tem o seu funcionamento respectivamente nos turnos Matutino, Vespertino e Noturno. A estrutura física da escola é boa, com salas amplas, com carteiras e cadeiras apropriadas, todas as salas possuem quadro branco. O prédio é próprio e as instalações são divididas da seguinte forma: quatro salas, três banheiros, sendo um reservado aos funcionários da escola e os outros dois destinados aos alunos (dentre os quais um é feminino e o outro masculino), sala dos professores, cozinha, diretoria, quadra de esportes e um pátio amplo e arejado. A iluminação e a ventilação são suficientes em todos os ambientes, possui água encanada e torneiras em funcionamento, as paredes estão em ótimo estado.
Os alunos em sua maioria são de famílias de baixa renda. No tocante às atitudes em sala de aula, os problemas são comuns como em muitas turmas da EJA, problemas de inconstância nas aulas, cansaço físico e conseguintemente mental, dificuldade na leitura e escrita, para tentar sanar estes problemas, a professora regente em parceria com a escola usa de todos os meios que dispõe para despertar o interesse e estimular o aprendizado destes alunos.
As atividades são desenvolvidas com caráter lúdico, criativo, dinâmico, desafiador e interdisciplinar dando ênfase à interação social, autonomia, responsabilidade e curiosidade dos alunos.
Contudo a instituição comporta apenas uma sala voltada à educação da EJA no turno noturno. Turma esta, de 1ª e 2ª/ série do ensino fundamental II na qual se fez realizar o referido estágio. Sob a regência da professora Simone Santos Santiago Brandão, a turma é formada por aproximadamente 25 alunos sendo 15 do sexo feminino e 10 do sexo masculino, uma boa parte do alunado é repetente, ao passo que os demais demonstraram uma facilidade no aprendizado e principalmente na leitura. Os educandos em sua maioria se esforçam para driblar o cansaço de um dia inteiro de trabalho para tentar ganhar sua independência educacional frente à sociedade.
A construção deste relatório justifica-se pela necessidade inerente de se descrever a prática pedagógica com um novo olhar voltado ao fortalecimento da relação teoria e prática baseando-se no princípio metodológico de que o desenvolvimento de competências profissionais implica em utilizar conhecimentos adquiridos, quer na vida acadêmica quer na vida profissional e pessoal. Sendo assim, o estágio constitui-se em importante instrumento de conhecimento e de integração do aluno na realidade social, econômica e do trabalho em sua área profissional. O mesmo terá ainda a finalidade de obter respostas às inquietações oriundas do estágio de observação, as quais só foram possíveis frente ao conhecimento prévio adquirido por intermédio das discussões no espaço acadêmico.
Na EJA, foram encontradas inúmeras dificuldades no desenvolvimento da alfabetização, o que propiciou a realização projeto do projeto em questão. O qual buscou refletir na vida pessoal e no desenvolvimento educacional desses alunos. Haja vista a necessidade de um olhar critico e fundamentado, o estagiário pôde usufruir de atividades diferenciadas possibilitando o trabalho com a EJA como uma das formas mais lindas de estabelecer um contato diretos com pessoas que apesar de tudo buscam recuperar o “tempo perdido”, e sobre tudo com uma perspectiva de vida autônoma e emancipada. Hoje mais do que nunca, a educação de jovens e adultos atinge um elevado nível de importância frente à era da globalização, caracterizado por mudanças rápidas, integração e avanços tecnológicos.
Mediante o contexto apresentado, destacou-se a urgência em se trabalhar a autonomia e a emancipação deste alunado, como carro-chefe do trabalho realizado durante o estágio, o qual surgiu como resposta as deficiências de uma educação marginalizada por muitos.
Nesse sentido, o Projeto Educação de Jovens e Adultos numa perspectiva de aprendizagem significativa fora desenvolvido durante o estágio de regência, no período de duas semanas, acreditando-se que o mesmo contribuiu para que a autonomia fosse fomentada na escola de forma significativa e prazerosa tanto para os educandos como para a escola como um todo.
Isso só foi possível mediante a relação que se conseguiu estabeleceu entre teoria e prática, a partir do que o aluno fora capaz de construir analisando a realidade por intermédio de suas fundamentações teóricas estudadas durante o curso.
Esta mudança de percepção, que se dá na problematização de uma realidade concreta, no entrechoque de suas contradições, implica um novo enfrentamento do homem com sua realidade. Implica admirá-la em sua totalidade: vê-la de “dentro” e, desse “interior”, separá-la em suas partes e voltar a admirá-la, ganhando assim, uma visão mais crítica e profunda da sua situação na realidade que não condiciona. (FREIRE, 1983, p.60)
Todavia o educador não nega a sua responsabilidade para com os seus educando, este não negar no exercício de sua prática docente o direito a curiosidade, nem tão pouco matar o olhar crítico deste aluno.
O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua submissão. Uma de suas tarefas primordiais é trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se "aproximar" dos abjetos cognoscíveis. E esta rigorosidade metódica não tem nada que ver com o discurso "bancário" meramente transferido do perfil do abjeto ou do conteúdo. É exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no "tratamento" do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível. (FREIRE, 1996, p. 14).
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