Resenha: Educação jovens e adultos
Por: Ozzy Polanski • 7/6/2018 • Resenha • 1.577 Palavras (7 Páginas) • 692 Visualizações
PROMINAS, Instituto. Educação De Jovens e Adultos. Material Didático. www.portalprominas.com.br
Rosilda Moreira[1]
O módulo “EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS”, organizado pelo Instituto Prominas está dividido em sete capítulos (unidades), onde nos mostra a trajetória da EJA até os dias atuais.
Na Unidade 1 “INTRODUÇÃO”, o autor parte do pressuposto de que a educação de adultos muitas vezes é definida por aquilo que ela não é, utilizam expressões como educação assistemática, não formal e extraescolar, expressões que valorizam mais o sistêmico, o formal e o escolar. A educação não formal, assim entendida, seria menos do que a educação formal, posto que a primeira é concebida como “complementar de”, “supletiva de”, que não tem valor em si mesma. O autor explora as definições e dialoga com teóricos a respeito das definições da EJA, o autor conclui o seu primeiro capitulo (unidade), explanando sobre o assunto de que tratar da EJA é tratar de movimentos sociais, de movimentos populares, de educação no campo, de exclusão e inclusão, de autoestima, de ética, de cidadania, de racismo, de identidade étnica, enfim, assuntos polêmicos, assuntos que muitos preferem esquecer, pois requerem reflexão, consciência, abnegação, renúncia de um lado e doação de outro. Sem do assim, é preciso enfrentar todo um sistema econômico, político e social para que ela seja executada de forma que possa fazer uma diferença significativas para as pessoas envolvidas e nação em si.
Durante a Unidade 2 “ESPECIFICIDADES DO PÚBLICO DA EJA”, aborda sobre a três especificidades do público EJA: etária, sociocultural e ético política. Definido as de forma clara e objetiva. A EJA apresenta uma especificidade Etária (Não Infância), porque tem olhar para jovens, adultos e idosos, que não tiveram acesso à escola, na faixa etária da chamada escolarização (dos 07 aos 14 anos) ou foram evadidos ou expulsos da escola, não são crianças, mas pessoas jovens, adultas e idosas com experiência de vida e profissional. A especificidade sociocultural se apresenta na medida em que concentra suas atividades educativas predominantemente em determinados grupos de pessoas de uma determinada classe social e cultural, ou seja, jovens, adultos e idosos de uma classe economicamente baixa. De modo geral, são trabalhadores assalariados, do mercado informal ou do campo, que lutam pela sobrevivência na cidade ou no interior, apresentando em relação à escola uma desconfiança, por não terem tido acesso à escola ou já terem sido evadidos. A última especificidade apresentada pela EJA é a ético política, esta está porque está no centro da relação de poder existente entre os escolarizados e não escolarizados, entre os alfabetizados e os não alfabetizados. Relação de poder construída através de representações e práticas discriminatórias e excludentes. E também porque as pessoas rotuladas de burras, mobral, entre outros, manifestam um sofrimento ético político de injustiça perante os escolarizados e um sentimento de inferioridade e de incompetência, inclusive com a perda da autoestima frente a sua família e ao seu grupo social.
A Unidade 3 “HISTÓRIA DA EJA”, mostra a trajetória da EJA, os programas criados ao longo dos anos até o modelo atual de ensino da EJA. O autor mostra a história um pouco da história enfatiza que a alfabetização de adultos tem sido alvo de lutas de interesses e movimentos distintos na história da educação. Segundo o autor muitas batalhas foram travadas ao longo doa anos para que a EJA acontecesse no Brasil, em 1942, foi criado Fundo Nacional do Ensino Primário, o qual deveria, com um programa de ampliação da educação primária, incluir o Ensino Supletivo para adultos e adolescentes. Em 1947, houve a criação do SNEA – Serviço Nacional da Educação de Adultos, com o objetivo de orientar e coordenar os trabalhos do Ensino Supletivo, conseguindo gerar várias ações que permitiram a realização da 1ª Campanha Nacional de Educação de Adolescentes e Adultos – CEAA. Em 1970, o MOBRAL atuou a partir de convênios estabelecidos com as Secretarias de Educação e Comissões Municipais, através do Programa de Alfabetização e do Programa de Educação Integrada – PEI com versão compactada das 4ª séries iniciais do antigo ensino primário. Os convênios se estenderam a outras entidades públicas e privadas. Em 1997, foi implantado no Governo de Fernando Henrique Cardoso, o Programa Comunidade Solidária. Foi um dos cursos mais importantes para a alfabetização de adultos, que em parceria com empresas, universidades e prefeituras, buscava atender municípios do Norte e Nordeste com altíssimos índices de analfabetismo.
A Unidade 4 “ALFABETISMO FUNCIONAL, ANALFABETISMO, LETRAMENTO”, o autor apresenta os termos e definições em relação a Alfabetismo funcional, analfabetismo e letramento, embasado de teóricos ele descreve de sucinta e dialoga com teóricos diferentes as definições dos termos, seguindo o texto, o autor, apresenta o educador de jovens e adultos, e ressalta que o que esses educadores precisam respeitar as condições culturais do jovem e do adulto analfabeto. Eles precisam fazer o diagnóstico histórico-econômico do grupo ou comunidade onde irão trabalhar e estabelecer um canal de comunicação entre o saber técnico (erudito) e o saber popular. Encerra a unidade mostrando as perspectivas atuais da EJA e da educação popular, mostrando assim as duas grandes tendências teórico-práticas: a tendência que poderíamos chamar de maniqueísta, não admite o Estado como parceiro da educação popular. A tendência integracionista que propõe a colaboração entre Estado, igreja, empresariado, sociedade civil, entre outros.
A Unidade 5 “FUNDAMENTOS SÓCIO HISTÓRICO E FILOSÓFICOS DA EJA”, esta unidade foca na distância em relação a importância que se tem com a educação básica de 07 a 14 anos em relação a EJA, pautado em duas representações: uma visão essencialista de mundo que pressupõe a criança estar em processo de desenvolvimento físico, racional, moral e social, enquanto o adulto já está pronto em seu desenvolvimento bio-psico-social e Uma visão pragmática de mundo, de caráter utilitarista, que considera a educação de adultos inútil, porque eles já viveram a vida toda sem serem alfabetizados. O autor se embasa em Paulo Freire para melhor analisar a educação e como melhora-la, através de trechos de obras de Freire ele enriquece seus textos de teorias libertadoras e nos enche de esperança de um dia a EJA chegar a um patamar desejado de importância para o sistema de ensino.
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