Resenha Livro Morin
Por: Renata Brandão • 24/11/2019 • Resenha • 749 Palavras (3 Páginas) • 269 Visualizações
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2. Referência da obra: livro/artigo:
MORIN, Edgar. Ciência com consciência; tradução de Maria D. Alexandre e Maria Alice Sampaio Dória. - Ed. revista e modificada pelo autor - 8" ed. - Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
3. Dados bibliográficos e acadêmicos do autor:
Edgar Nahoum, conhecido pelo seu nome de trabalho, Edgar Morin, nasceu em 08 de julho de 1921 na cidade de Paris. Especializou-se em direito, história e geografia, assim como em antropologia, sociologia, epistemologia e filosofia, áreas nas quais realizou diversos estudos.
Foi pesquisador emérito do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique) e durante a 2° Guerra Mundial, participou na Resistência Francesa. Autor de mais de trinta livros sobre complexidade e educação, fez ainda parte do júri no Venice Film Festival em 1965, ano em que produziu o seu primeiro e último filme.
4. Tema e problema ou Comentário sobre a estrutura da Obra:
Segundo o autor, há três séculos o conhecimento científico não faz mais do que provar suas virtudes de verificação e de descoberta em relação a todos os outros modos de conhecimento. Em Ciência com Consciência Morin alerta, então, para a necessidade de uma nova consciência para a ciência e ao decorrer do livro faz inúmeras perguntas, dentre elas: “A aventura científica nos conduz à catástrofe ou a um mundo melhor?”. Para ele, a ciência criou meios extremamente poderosos de transformação, manipulação e destruição, como as armas atômicas e as experiências genéticas, que ameaçam o meio-ambiente. A ciência, com sua realidade multidimensional, podem reproduzir efeitos profundamente ambivalentes. O pensamento científico é ainda incapaz de se pensar, de pensar sua própria ambivalência e sua própria aventura. O pensador francês ressalta que a ciência empírica privada de reflexão e uma filosofia puramente especulativa são insuficientes. Consciência sem ciência e ciência sem consciência são radicalmente mutiladas e mutilantes.
5. Apresentação dos principais conceitos desenvolvidos. Ideias centrais do livro.
A ciência na perspectiva de Morin é educativa e enriquecedora, porém ela traz problemas no que se refere de quem há produz. Neste sentido o autor enumera cinco pontos que o mesmo considera que torna a ciência algo negativo quando se toma certos comportamentos, o aprisionamento ou o fragmento do saber, no sentido de ser considerada uma verdade absoluta ou ser usada de forma fragmentada e não levando em consideração a totalidade; no que se refere às ciências humanas quando são desligadas das ciências naturais, quando na verdade tudo deve ser visto com suas relações; a especialização nas ciências antro pôs social não é bem aproveitada; o saber cientifico fragmentado sem se ter uma reflexão sobre o mesmo; e por fim refere-se ao progresso científico potencialidades que podem ser subjugadoras ou mortais.
A ciência para o autor constantemente sofre transformações, não é algo estático; de maneira que a técnica transforma a sociedade e vice-versa. O autor afirma que a ciência esta inerente à sociedade e ao mesmo tempo esta tão distante, haja vista que de uma forma ou de outra todas as ciências são sociais.
Para Morin a concepção de ciência diz sobre um campo sempre aberto, dialógico entre teorias e os princípios de sua explicação, isto é, as visões de mundo e os postulados metafísicos.
O conhecimento científico não é o reflexo das leis da natureza, mas traz com ele um universo de teorias, de ideias, de paradigmas, que carregam consigo todo o enraizamento cultural, social, histórico dos indivíduos que concebem essas teorias. Por isso, é necessário que toda a ciência se interrogue sobre suas estruturas ideológicas e o seu enraizamento cultural.
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