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Resenha do Livro Mal de Escuela de Daniel Pennac

Por:   •  28/8/2019  •  Resenha  •  853 Palavras (4 Páginas)  •  499 Visualizações

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Resenha

PENNAC, D. Mal de Escola. Porto, PT: Porto Editora, 2009.

Por: Ana Emília Ferraz Brito de Oliveira: Mestranda em Ensino pela UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Licenciada em pedagogia e em filosofia pela FBB (Faculdade Batista Bíblica). E-mail: anaemiliafb@yahoo.com.br.

O autor Daniel Pennacchionni, popularmente conhecido como Daniel Pennac, é professor e escritor francês, escreveu vários livros e ganhou o prêmio Renaldot em 2007, por esse mesmo livro “ Mal de escola”.

O Livro “Mal de escola” de Daniel Pannac foi publicado pela Porto Editora no ano de 2009, ele parte do reverso das questões triviais que são discutidas e analisadas nos trabalhos voltados para a educação. A partir do ponto de vista de um “mau” aluno, considerado inadequado e incapaz para o sistema escolar, ele mesmo, Daniel Pennac vem contar a sua história de dor e sofrimento como aluno e após ter se tornado um professor apaixonado e engajado, atua corroborando na denúncia dos sérios desvios existentes nos sistemas de ensino.

         O autor começa a obra relatando como o rótulo e posição de mau aluno veio a aborrecer e deprimir sua mãe, pois pertencendo a uma família burguesa de membros que honraram os estudos ele, por vezes, se questionava sobre a sua posição, no sentido de não se reconhecer pertencente a sua consanguinidade.

Era comumente considerado preguiçoso, impenetrável na linguagem de qualquer área e afins e obtinha na maioria das vezes notas lamentáveis. Quando foi avaliado pelo próprio pai que precisaria de um ano para aprender uma letra do alfabeto e 26 anos para aprender todas... Pennac era o mais novo de quatro irmãos e relata que somente ele tinha dificuldade de entender as coisas, diziam que ele era “totalmente tapado”, e no quesito memorização, o mesmo faz certa analogia, dizendo que aquela situação se assemelha a uma criança que mastiga, mastiga o alimento e não engole. Então era comum nos seus questionamentos querer encontrar a gênese da sua cabulice, pois não havia evidências familiares, ambientais ou estruturais, tinha todas as condições econômicas, sociais e afetivas para ser o “melhor”.

Doravante aceitando, por vezes, a sua condição de incapaz, desiludido e humilhado na escolaridade e em casa uma criança feliz e habilidosa, ele seguiu sendo sua vida frustrado e incompreendido na escola, até que encontrou os seus “salvadores”, professores que respeitavam a sua subjetividade e com afabilidade e dedicação o fizeram avançar.

Em um momento em que Pennac revive as memórias de sua infância, num rio próximo a sua casa, se referiu ao fluxo metaforicamente, para se tencionar as crianças no que se refere ao curso das águas escolares... Na metáfora as palavras dos professores são como troncos flutuantes, aos quais os alunos se apegam, num rio cujas correntes arrastam para as grandes quedas. Esse fluxo que representa a escola e seu pragmatismo perigoso, levando sujeitos subjetivos biopsicossociais ao fracasso escolar e pessoal (aqui as quedas d’água).

O medo era o protagonista de sua vida, e ele revela que durante muito tempo teve vontade de fugir. Expressava suas emoções através dos desenhos, quando nas aulas esboçava nas folhas, bonecos fugindo. Outro subterfúgio era a necessidade de formar um grupo, um bando onde a escolaridade não contasse, ele manifestava sua intensa vontade de pertencimento e necessidade de se identificar com algo, num universo onde sentia estranheza absoluta e ódio reprimido. Aos poucos ele foi criando estratégias para conseguir afeto dos professores, quando num momento em que teve que roubar dinheiro de seus pais para comprar um presente de aniversário ao um professor...

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