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Resenha livro: Pinóquio as avessas

Por:   •  13/7/2018  •  Resenha  •  1.219 Palavras (5 Páginas)  •  281 Visualizações

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Pinóquio às avessas

A obra nos faz refletir os processos de ensino e aprendizagem e leva-nos ainda que implicitamente, a pensar sobre Paulo Freire que afirmava que o professor não pode somente depositar informações sobre o aluno, pois ensinar não é transmitir conhecimentos e conteúdo. O livro conta a história de Felipe desde sua infância até a idade adulta, mostrando-nos como as expectativas que os pais geram em seus filhos em relação à escola, podem ser destruídas em poucos dias e como a criança pode descobrir que a vida escolar não é como ela sempre sonhou, além dos horários para tudo, muitas vezes seus interesses não tem valor algum.

O autor faz referência neste livro à história do boneco que sonhava em virar gente, mas como o título já diz, Pinóquio às avessas, nessa história Felipe, é um menino de verdade que com o tempo acaba se transformando em “boneco” em sentido figurado, pois o personagem não se “transforma realmente”, mas acaba agindo conforme a vontade dos outros e desistindo dos próprios sonhos. 

O conhecimento é uma descoberta e o processo educativo é amplo, multidimensional, e neles estão contidos aspectos cognitivos, emocionais e socioculturais do meio onde a criança está inserida (MIZUKAMI, 2014). A história nos remete a análise sobre as abordagens educacionais e revela a fragilidade em assumir e/ou adotar um único método de ensino na prática escolar.

Felipe era uma criança que motivada por sua curiosidade, descobria seu mundo através de suas experiências (brincando, observando e sempre perguntado) e para ele o mundo era um lugar muito divertido. Como toda criança, ele queria ver o que estava escondido por traz de tudo e os porquês das coisas, era fascinado por pássaros e por vezes contava com ajuda de seus pais, para explicar o que não compreendia. Seus pais planejam seu futuro e como todos os pais, almejavam que fosse bem-sucedido profissionalmente. Sonhavam que fosse:

“[...] inteligente, muito bom aluno, tiraria notas boas na escola, passaria no vestibular, entraria na universidade e seria, quem sabe, um cirurgião famoso, um grande cientista, ou um bem-sucedido administrador de empresas!”

        Como a maioria dos pais, eles tinham uma visão comportamental em relação à educação escolar de seu filho, que para ser realizado, precisava enquadrar-se nos moldes de bom aluno (visão de educação enciclopédica) e que a recompensa seria o conforto de um cargo bem remunerado e de status social.

O conhecimento na abordagem comportamental é construído pela experiência. A escola usa formas para obter o controle da criança de acordo com seu comportamento, como por exemplo, no primeiro dia de aula, ele se depara com um som de uma campainha e todas as crianças param de brincar e se organizam em filas, separadas por tamanho e os professores conduzem as filas até as salas de aula, ou seja, a rotina escolar molda o comportamento de maneira que a maioria das crianças seguem a mesma postura. Felipe não fugiu ao padrão, e lembrava-se da história que seu pai contou que: “[...] é preciso ir à escola para não ficar burro, para ser gente de verdade”...

O sistema educacional tem como finalidade básica promover mudanças nos indivíduos, mudanças essas desejáveis e relativamente permanentes, as quais implicam tanto a aquisição de novos comportamentos quanto a modificação dos já existentes. Os comportamentos desejados dos alunos são instalados e mantidos por condicionantes e reforçadores arbitrários, tais como: elogios, graus, notas, prêmios, reconhecimentos do mestre e dos colegas, prestigio etc., os quais, por sua vez, estão associados com outra classe de reforçadores mais remotos e generalizados, como: o diploma, as vantagens da futura profissão, a aprovação final no curso, possibilidade de ascensão social, monetária, status, prestigio da profissão entre outros (MIZUKAMI, 2014).

Era uma criança curiosa e observando a realidade ao seu redor tinha diversas dúvidas que seus pais tentavam na medida do possível explicar, mas que por sua vez nem sempre as respostas eram compreendidas e estes então lhes diziam: “Na escola você aprenderá...”. O mesmo tinha uma expectativa maravilhosa da escola e sonhava com o dia que enfim aprenderia tudo o que queria, mas não entendia como eles poderiam avaliar tudo o que uma pessoa sabe, através de números, ele sabia tantas coisas e não precisava que lhe dessem números.

“Eu sei tantas coisas! Sei o nome dos passarinhos, sei jogar gude, sei nadar, sei empinar pipa, sei fazer limonada, sei subir em árvores, sei montar quebra-cabeça [...] Acho que vou ter boas notas no meu boletim.”

Esperava que seus interesses fossem levados em consideração e que os professores iriam apoiar e incentivar quanto aos assuntos de seu interesse. Felipe gerou uma expectativa da vida escolar voltada à abordagem de ensino humanista que é totalmente centrada no aluno, onde o educando adquire adaptações de forma subjetiva e constrói o mundo a partir de sua percepção. A abordagem não tem um conhecimento estático, mas é passada de uma forma dinâmica, existe uma troca de informações e também de respeito entre professor e aluno.

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