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SUBJETIVIDADE, COMTEMPORANEIDADE E EDUCAÇÃO: A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Por:   •  15/10/2016  •  Resenha  •  1.694 Palavras (7 Páginas)  •  376 Visualizações

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Resumo do texto

SUBJETIVIDADE, COMTEMPORANEIDADE E EDUCAÇÃO:

A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Autor: Grinspun, Mírian P.Sabrosa Zippin

Co-autor: Azevedo, Nyrma

1. INTRODUÇÃO

O avanço científico tecnológico responsável por mudanças e transformações significativas neste universo trouxeram de um lado alterações no cotidiano pela diminuição de tempo e aumento de ganhos, porém deu ao homem um papel substituível pela máquina engrenada. De um modo que até pode colocar em risco a sobrevivência do sujeito fruto de uma política neoliberal, quando excluídos das benesses do capital, sujeitos esses que precisam transformar a economia e, com ela, ou a partir dela começar a criar novos espaços de vida. Quer nos pareceres situações que não são reais, fetiche de uma realidade contextualizada.

Uma das marcas do século XIX foi a busca de uma categoria da totalidade que procurou aplicar na complexa e intricada rede dos atos humanos, uma racionalidade a priori, respondendo ou tentando responder pelos dados existentes. Já no final do século, começou a ser questionada a viabilidade de uma ciência social objetiva que dessa conta de um método e do estatuto das ciências naturais. No século XX tanto nas ciências sociais quanto nas ciências físicas e naturais, começou a surgir a tentativa de valorização da autonomia e de uma subjetividade que ligasse, unisse o objeto da ciência. Aparece no cenário da modernidade, a subjetividade como eixo articulador da mesma, devendo ser entendida como a questão sujeito numa perspectiva social, cultural, de um espaço, de um momento histórico – social. Ela se vale do estatuto do indivíduo mas abre as suas lentes para as inter-relações sociais que ele mantém com os outros sujeitos. O mais significativo neste momento, está concentrado na construção dessa subjetividade, verificando que papel a escola tem a desempenhar para que haja uma coerência e harmonia nas condições promotoras dessa construção, o conceito da subjetividade no universo pedagógico, a contribuição da psicologia da educação, acreditamos, está no viés das inter-relações que o sujeito manifesta nos seus diferentes espaços sociais e no cultivo das relações interpessoais. Ao valorizar as experiências particulares de grupos e indivíduos estamos aceitando a coexistência e postura de códigos e de mundos com diferentes campos e objetivos, reconhecendo então a heterogeneidade dentro da singularidade. Precisamos entender o conceito de subjetividade para garantir ao sujeito uma construção própria de um tempo complexo por sua estrutura social, buscando entender e auxiliar esse sujeito social que é nosso aluno.

2. SUBJETIVIDADE – UM NOVO PARADIGMA?

No nosso século, tanto nas ciências sociais quanto nas ciências físicas e naturais, a valorização da autonomia, da subjetividade, emergirá como eixo de um novo paradigma, integrando-se à imagem do objeto da ciência. Uma nova forma de se representar a relação entre sujeito e objeto, bem como entre indivíduo, natureza e sociedade, desenvolve-se como parte de transformações históricas de uma condição pós-moderna que, segundo Lyotard, se delineia desde o final do século XIX. O pós-moderno seria uma condição dos discursos nas sociedades mais desenvolvidas. Um estado da cultura que se institui após transformações que desde então vêm afetando as regras do jogo da ciência, da literatura e das artes. Na pós-modernidade, os saberes

em diferentes campos não conseguiriam mais legitimar suas regras por filosofias universalistas da história que “narram uma estória” abrangente - por exemplo, a narrativa iluminista do progresso da razão e liberdade, a dialética hegeliana do espírito em progresso de autoconhecimento, ou a marxista, sobre o fim da alienação e da divisão social do trabalho que levaria à sociedade igualitária, por meio da tomada do poder pela classe operária, a qual representaria os interesses universais da humanidade.

Perderam legitimidade os discursos totalizantes e universalistas. A ciência hoje não mais pretende um projeto unificador, seus discursos tornaram-se mais cautelosos ao afirmar suas verdades, ou, ainda mais radicalmente, renunciaram a estabelecer qualquer forma de verdade, ainda que provisória.

As práticas discursivas, científicas, políticas, modernas inserem-se em meta narrativas abrangentes que as legitimam e garantem que elas se constituam como práticas corretas. Na condição pós-moderna, essas meta narrativas teriam se tornado obsoletas, ineficazes para explicar o que se passa no mundo. Para Lyotard, a fragmentação e a heterogeneidade das sociedades contemporâneas fazem com que suas práticas não possam mais ser legitimadas por

esse tipo de discurso que pretende totalizar o conjunto da experiência humana. O pós-moderno

é pensado então como “incredulidade em relação às meta narrativas” e se produz enquanto crise

que atinge os discursos, as expressões artísticas, culturais e científicas pretensamente universais, unificadoras do conjunto da experiência de uma humanidade em geral.

Do ponto de vista de mudança paradigmática é que em vários campos disciplinares – nas Ciências Humanas, Sociais, Biológicas e Físicas - observa-se uma mesma tendência de redefinição: de discursos articulados em torno da ideia de verdade/objetividade e falsidade/subjetividade, para outros onde tais dicotomias não se colocam como definidoras das relações entre sujeito e objeto. O objeto, seja ele a sociedade ou a natureza, não existe como a priori objetivamente: ele é construído pelos sujeitos.

O surgimento desse paradigma foi a evidência da crise do modelo cartesiano que marcou a constituição das formas de conhecimento da ciência moderna.

A coexistência entre mundos diferentes e que nem sempre conseguem se comunicar é a realidade sócio-cultural do capitalismo hoje, a qual apresenta várias dimensões conflitantes. O fracasso do projeto de igualdade e o aumento da desigualdade social revelou-se sobre tudo nas duas últimas décadas, quando os efeitos excludentes do processo de modernização se constituíram em entraves para que os princípios universalistas da modernidade se realizassem. Essa situação histórica, além das transformações na organização técnica, social e política do capitalismo, significou também mudança cultural na política, relativa à emergência de novo modo de expressão da subjetividade, fundado na ideia da “diferença”.

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