Sobre o papel da SupervisãoEducacional / Coordenação pedagógica
Seminário: Sobre o papel da SupervisãoEducacional / Coordenação pedagógica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: bianca.jabur • 2/3/2014 • Seminário • 1.891 Palavras (8 Páginas) • 499 Visualizações
4. Sobre o Papel da SupervisãoEducacional/Coordenação Pedagógica
O objetivo desta reflexão é enfocar o papel da coordenação pedagógica (ou supervisão) no processo educativoescolar. Trata-se de um recorte, de uma primeira aproximação, já que a esfera de atuação e preocupação dacoordenação é muito ampla (envolve questões de currículo, construção do conhecimento, aprendizagem, relaçõesinterpessoais, ética, disciplina, avaliação da aprendizagem, relacionamento com a comunidade, recursos didáticos,etc).
IPAPEL DA SUPERVISÃO/COORDENAÇÃO
Afinal de contas, qual o papel da supervisão? Diversas são as reclamações que emergem do cotidiano doscoordenadores: sentem-se sozinhos, lutando em muitas frentes, tendo que desempenhar várias funções. Qual seriasua efetiva identidade profissional? A sensação que têm, com freqüência, é de que são "bombeiros" a apagar osdiferentes focos de "incêndio" na escola, e no final do dia vem o amargo sabor de que não se fez nada de muitorelevante... Sentem ainda o distanciamento em relação aos professores, a desconfiança, a competição, a disputa deinfluência e de poder, etc.
Breve Histórico
Muitos dos problemas que se colocam atualmente no exercício da coordenação pedagógica têm sua explicaçãona origem mesma da configuração formal da função, associada ao "controle". Embora tenhamos no Brasil rastros dafunção supervisora desde o século XVI, com a influência dos jesuítas e sua
Ratio Studiorum,
o modelo de supervisãoque terá maior incidência sobre o nosso é o dos Estados Unidos, que surgiu no séculoXVIII como "Inspeção Escolar", no bojo do processo de industrialização. Aqui é quase inevitável nos remetermos aFoucault (1977: 177), à idéia de Panóptico: a
super-visão
como expressão do desejo de controle total dos movimentosdos outros. Mais recentemente, ganhou força e contorno legal, num contexto nada favorável:
Sabe-se que a Supervisão Educacional foi criada num contexto de ditadura. A Lei n. 5692/71 a instituiu como serviço específico da Escola de 1
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e 2° Graus (embora já existisse anteriormente). Sua função era,então, predominantemente tecnicista e controladora e, de certa forma, correspondia à militarização Escolar.No contexto da Doutrina de Segurança Nacional adotada em 1967 e no espírito do AI-5 (Ato Institucional n.5) de 1968, foi feita a reforma universitária. Nela situa-se a reformulação do Curso de Pedagogia. Em 1969era regulamentada a Reforma Universitária e aprovado o parecer reformulador do Curso de Pedagogia. Omesmo prepara predominantemente, desde então, "generalistas", com o título de especialistas da educação,mas pouco prepara para a prática da educação. (Urban, 1985: 5)
A introdução da Supervisão Educacional traz para o interior da escola a divisão social do trabalho, ou seja, adivisão entre os que pensam, decidem, mandam (e se apropriam dos frutos), e os que executam; até então, oprofessor era, em muito maior medida, o ator e autor de suas aulas, e a partir disto passa a ser expropriado de seusaber, colocando-se entre ele e o seu trabalho a figura do técnico.
Comprometido com a estrutura de poder burocratizada de onde emana a fonte de sua própria autoridadeindividual, o supervisor escolar tende a "idiotizar" o trabalho do professor porque, tal como na situaçãoindustrial, "não se pode ter confiança nos operários" (...) A incompetência postulada do professor seapresenta assim como a "garantia" perversa da continuidade da posição do supervisor, de vez que inviabilizaa discussão sobre sua competência presumível e sobre a validade de sua contribuição específica. (Silva Jr.,1984: 105)
Em função dessa origem profissional ligada ao poder e controle autoritários, há necessidade de o coordenador,que assume uma postura diferenciada, conquistar a confiança dos educadores.
Definição Negativa do Papel
Há a demanda pela definição do papel do coordenador pedagógico; certamente esta busca reflete o desejo de
redefinição da atuação do profissional. Comecemos pela definição negativa, qual seja, por aquilo que a supervisãonão é (ou não deveria ser): não é
fiscal
de professor, não é
dedo-duro
(que
entrega
os professores para a direção oumantenedora), não é
pombo correio
(que leva recado da direção para os professores e dos professores para adireção), não é
coringa/tarefeiro/quebra galho/salva-vidas
(ajudante de direção, auxiliar de secretaria, enfermeiro,assistente social, etc.), não é
tapa buraco
(que fica "toureando" os alunos em sala de aula no caso de falta deprofessor), não é
burocrata
(que fica às voltas com relatórios e mais relatórios, gráficos, estatísticas sem sentido,mandando um monte de papéis para os professores preencherem - escola de "papel"), não é de
gabinete
(que estálonge da prática e dos desafios efetivos dos educadores), não é
dicário
(que tem dicas e soluções para todos osproblemas, uma espécie de fonte inesgotável de técnicas, receitas), não é
generalista
(que entende quase nada dequase tudo).
Definição Positiva
Poderíamos dizer que a coordenação pedagógica é a articuladora do Projeto Político-Pedagógico da instituiçãono campo pedagógico,
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organizando a reflexão, a participação e os meios para a concretização do mesmo, de talforma que a escola possa cumprir sua tarefa de propiciar que todos alunos aprendam e se desenvolvam como sereshumanos plenos, partindo do pressuposto de que todos têm direito e são capazes de aprender.
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