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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURSO DE PEDAGOGIA

Por:   •  25/10/2021  •  Dissertação  •  2.594 Palavras (11 Páginas)  •  435 Visualizações

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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE PEDAGOGIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

GRUPO N.º _079

NOME DOS ALUNOS

Margarete de Morais Ramos, Luciana Cristina Mateus, Mara Lucia Zago, Janaina de Campos, Rafaela Aparecida da Silva

LETRAMENTO MATEMÁTICO DURANTE O ENSINO FUNDAMENTAL

  1. APRESENTAÇÃO

 

  1. Situação-problema

As Professoras Laura e Luíza acabaram de ingressar em uma rede pública de ensino que faz uso da BNCC, onde a elas foram atribuídas duas salas de segundos anos do Ensino Fundamental na mesma escola, em períodos diferentes. Essa escola localiza-se no centro da cidade e atende alunos de diferentes zoneamentos e grupos sociais. Cada sala é constituída por 30 alunos, que, como em todas as turmas, apresentam diferentes níveis de aprendizagem, isto é, são classes heterogêneas.

Durante as avaliações diagnósticas, as professoras perceberam que as maiores dificuldades dos alunos estão relacionadas ao estudo dos conteúdos da Matemática, assim como, demonstram desinteresse por esse componente curricular, apresentando uma compreensão errônea, relacionando-o apenas a fazer contas e decorar regras.

A partir da situação descrita, como professor(a) do segundo ano na mesma escola, inquieto-me com a indagação de como motivar os alunos a uma aprendizagem significativa nas aulas e, consequentemente, tornar esses alunos letrados em Matemática, considerando sua faixa etária e nível de ensino?

  1. Justificativa

 A Pedagogia de Projetos Interdisciplinar irá fazer com que haja maior motivação no ensino-aprendizagem da disciplina. É de suma importância para a resolução dos problemas que hoje em dia estão situados dentro da sala de aula. Esses, estão diretamente ligados às dificuldades e o desinteresse dos alunos pela aprendizagem de matemática. É fundamental abordar este tema e motivar discussões focadas em preparar os futuros professores de matemática para que consigam desenvolver uma didática onde os alunos possam aprender de forma significativa. O educador precisa construir a matemática explorando os conhecimentos prévios dos alunos. Crianças economicamente menos favorecidas tem mais dificuldade, pois percebem a matemática da sala de aula diferente da que acontece fora dela.

Contudo, a interação desta em novas situações, e também em conjunto com outras áreas do conhecimento, tornará ainda mais possível o desenvolvimento parcial dos alunos. É preciso despertar uma "compreensão" da matemática no sentido de fazer dela uma ponte para as demais áreas. Interligar a compreensão- que na maioria das vezes é feita de forma até intuitiva, aprendida no dia a dia, com a aplicação técnica da matemática (representações)  .É preciso conectá-la com os demais currículos, elaborar propostas pedagógicas que tenham como finalidade o aluno e suas dificuldades e que estas propostas sejam facilitadoras no Letramento da Matemática (leitura , debate e reflexão dos problemas). Segundo Freire (1999 c), o ensino deve caminhar para o pensar autêntico, no qual abomina-se a imposição de fórmulas que o aluno guarda sem compreensão sendo que esta deve ser resultado de um processo de busca exigindo esforço de recriação e procura.

Algumas áreas de conhecimento que podem ser abordadas no projeto, permitindo ressaltar a teoria, atividades e  o acolhimento de outras ciências, são: Geometria, Elipses, Geografia, Função exponencial, Probabilidade e estatística colocando em prática diversas aplicações da Matemática em variadas disciplinas e setores, Geografia, Biologia, Química, Física, Economia, Administração, Contabilidade dentre outras. Estas áreas irão contribuir para mostrar ao educando que a matemática vai muito além, isso ajudará a ampliar o horizonte dos educandos, no que condiz o contexto da matemática. Devemos lembrar que não são só os alunos que devem valorizar a matemática, e sim todos nós, professores, alunos, pais, e toda a população. 

Constasse que a matemática é aplicada de forma descontextualizada, distante da realidade vivenciada pelo aluno que futuramente será parte de uma nova geração, comprometendo todo o processo de ensino e aprendizagem. Temos que mudar isso. 

  1. OBJETIVOS
  1. OBJETIVO GERAL

É no Ensino Fundamental que deve ser desenvolvido o Letramento Matemático, definir e criar as competências e habilidades tais como: raciocinar, representar, comunicar e argumentar matematicamente, de modo que seja possível criar hipóteses e validá-las matematicamente. A formulação e a resolução de problemas em vários contextos, que podem ser interligados, conectados utilizando conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas. É também no letramento matemático que se desenvolve nos  alunos a percepção que os conhecimentos matemáticos são fundamentais para a serem  utilizados no seu mundo  cotidiano (já que visa sobretudo a solução de problemas)e perceber o que o letramento  da matemática favorece o desenvolvimento do raciocínio lógico e crítico, estimula a investigação e também a dúvida , no sentido de se perguntar qual seria o outro resultado possível caso algum dado do problema se alterasse. É a descoberta que vai fazê-los se sentir mais conscientes de muitas coisas.

O principal objetivo do Letramento Matemático é  criar situações que levem à uma reflexão e que, de forma sistematizada  se inicie um processo de formalização, o processo de aprender uma noção em um contexto,  e depois poder utilizar  em outro contexto .Desenvolver nos alunos através do letramento  capacidades essenciais, como formular,  interpretar e avaliar e discutir um resultado, e não somente a resolução de problemas tipicamente montados que são, meros exercícios. E como é fundamental em nossas vidas, deve ser trabalhada desde cedo de forma divertida par não ser a causa de grande parte das repetências no futuro.

  1. . OBJETIVOS ESPECÍFICOS
  • Propondo aos alunos atividades de cálculos, que permitam variados métodos de solucionar o problema, conseguiremos transformar uma simples atividade de matemática em uma situação em que os alunos sejam capazes de apresentar uns aos outros suas reflexões, e assim, eles possam usar seu conhecimento de diferentes formas de calcular para solucionar sua situações do dia a dia.
  • Ajudar nossos alunos para que desenvolvam a atenção, a memorização e a percepções visuais, auditivas e táteis é uma outra forma de trabalho específico que vai gerar um rendimento muito maior e menos cansativo.
  • Utilizar vários materiais descartáveis para ampliar suas possibilidades de expressão. Podem criar formas geométricas para identificar cores e nomeá-las. As inúmeras dinâmicas oferecidas vão tornar o aprendizado prazeroso.
  1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

É importante querer que as crianças passem por um processo de descoberta produzindo seus conhecimentos através da investigação dos números e das relações entre eles, problematizando e não simplesmente que aprendendo a resolver contas de forma mecânica, como no ensino tradicional, sem compreender o que realmente está envolvido ali. De acordo com o documento BNCC (Brasil,2017), pode-se dizer que:

"O letramento matemático, pode ser definido como as competências e habilidades de raciocinar, representar, comunicar-se e argumentar matematicamente, de modo a favorecer o estabelecimento de conjecturas, a formulação e a resolução de problemas em uma variedade de contextos, utilizando conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas".(BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 2017. p.266)

Com isso pode-se deixar para trás a ideia de que matemática implica em só acertar resultados com rapidez. Para D’Ambrósio a Matemática é “espontânea, própria do indivíduo” e moldada pelo “meio ambiente natural, social e cultural” em que este se insere. É relevante saber que a matemática é importante para o mundo todo. Porém, em sua grande maioria é ensinada de uma forma na qual não há interligação com a realidade cotidiana do estudante, causando o constante desinteresse pela matéria. Desse modo é essencial que o professor desperte nos alunos curiosidades, o raciocínio lógico, a dedução, tudo dentro de suas condições.

Nós, seres humanos, aprendemos uns com os outros e com o cotidiano, como base geradora de novas relações, da possibilidade de “aprendizagem do dia a dia”. Em seu imediatismo e em suas experiências rotineiras ou extraordinárias, o cotidiano tem que ser sempre um espaço que permita ler e fortalecer, compreender e expressar, assimilar e comunicar. (GADOTTI, 2005, p. 114). 

Também devemos lembrar como se preconiza a BNCC:

Portanto, a BNCC orienta-se pelo pressuposto de que a aprendizagem em Matemática está intrinsecamente relacionada à compreensão, ou seja, à apreensão de significados dos objetos matemáticos, sem deixar de lado suas aplicações. Os significados desses objetos resultam das conexões que os alunos estabelecem entre eles e os demais componentes, entre eles e seu cotidiano e entre os diferentes temas matemáticos. (BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 2017. p.276)

D’Ambrósio (1991), afirma que o novo papel do professor reside essencialmente em gerar uma dinâmica para o comportamento interativo, uma das etapas fundamentais do comportamento social e cultural da espécie, e que é proposto pelo ambiente.

Segundo Lúcia Helena Alvarez Leite: Ao participar de um projeto, o aluno está envolvido em uma experiencia educativa em que processo de construção de conhecimento está integrado às práticas vividas. De acordo com Orey/ Rosa (2002) “Os modelos que têm origem na realidade dos grupos culturais, são os primeiros passos para a abstração dos conceitos matemáticos.

 De acordo com a BNCC utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais disponíveis, para modelar e resolver problemas cotidianos, sociais e de outras áreas de conhecimento, validando estratégias e resultados são uma das habilidades que o aluno deve adquirir. Exemplos dessas ferramentas são: malhas quadriculadas, ábacos, jogos, livros, vídeos e calculadoras, que precisam estar integrados a situações que levem à reflexão e à sistematização, para que se inicie um processo de formalização, onde são necessários para a compreensão e utilização das noções matemáticas. 

 As competências e habilidades de comunicar, relacionar, representar e argumentar partindo da matemática, são um compromisso do ensino fundamental com o desenvolvimento do letramento matemático. Considerando isso, de acordo com a BNCC o componente curricular de Matemática deve garantir aos alunos o desenvolvimento de competências específicas. Uma delas é: "Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente no planejamento e desenvolvimento de pesquisas para responder a questionamentos e na busca de soluções para problemas, de modo a identificar aspectos consensuais ou não na discussão de uma determinada questão, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles." Ou seja, o confronto entre o que o aluno pensa e o que pensam seus colegas, seu professor e as demais pessoas com quem convive é uma forma de aprendizagem significativa, principalmente por favorecer a formulação de argumentos e o diálogo entre os envolvidos no processo.  

O diálogo é este encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu. Esta é a razão por que não é possível entre os que querem a pronúncia do mundo e os que não querem; entre os que negam aos demais o direito de dizer a palavra e os que se acham negados deste direito. É preciso primeiro que, os que assim se encontram negados no direito primordial de dizer a palavras, reconquistem esse direito, proibindo que este assalto desumanizante continue.

(FREIRE, 2005, p. 91).

 

Para a escrita deste projeto, foram utilizadas diversas ideias e teorias. Como a ideia baseada na BNCC onde ela diz, que as relações existentes entre a Matemática e os demais componentes curriculares, fazem também conexões entre suas diferentes Unidades Temáticas e o cotidiano do aluno. Ou também, a teoria de que se proporcionarmos variados cálculos com diversos métodos de resoluções, os alunos podem ter uma melhor interação no letramento matemático entre eles e o professor. Pois como vimos no artigo ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA: IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS de José Carlos MIGUEL, há uma falta muito grande de questionamentos, troca de opiniões entre os alunos, interação entre eles e com o professor, onde interfere diretamente no ensino aprendizagem.

Na aula de matemática, o professor deve iniciar explicando aos alunos o quão importante é matemática em seu cotidiano, após um diálogo entre a turma, o docente saberá melhor os conhecimentos prévios das crianças. Lembrando que esta atividade, é direcionada principalmente para os alunos dos 3º ao 5º ano. Durante a aula, o professor pode começar a passar brincadeiras tradicionais com ábacos, gincanas matemáticas entre os alunos com operações de multiplicar dividir etc. Depois disso, ele deve fazer situações problemas como por exemplo:"63 dias é equivalente a quantas semanas?". Tudo isso visando aprimorar o raciocínio logico, elaboração de estratégias e o desenvolvimento da habilidade de cálculo.

  1. AÇÕES DE APRENDIZAGEM E CRONOGRAMA

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

   AÇÃO

Fev.

Mar

Abr

Mai

Jun

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Levantamento das dificuldades iniciais dos alunos

x

Atividades iniciais com o básico

x

x

Verificação de aprendizagem: proporcionar situações – problemas do dia a dia aos alunos

x

Aplicação de atividades mais abrangentes

x

x

Produto Final: Em uma roda de conversa, discutir a finalidade do número, para que aprendemos matemática, de forma que possamos verificar os objetivos atingidos

x

Avaliação: Registrar o nível de participação e o envolvimento dos alunos nas atividades.

x

  1. RECURSOS

5.1.  Recursos humanos: Todo o projeto foi realizado na escola, envolvendo os alunos, o educador, a família por ajudar na coleta dos materiais necessário e alguns funcionários da escola. A participação de todos foi de suma importância, principalmente da família, pois os alunos se sentem mais à vontade e mais interessados recebendo o apoio necessário em casa, isso é comprovado diariamente. Para Thurler (2001) “O trabalho coletivo, a negociação e a adaptação da estrutura escolar, de acordo com sua necessidade, constituem postos essenciais no processo de mudança, como é o caso do trabalho com projetos.” Outro ponto importante, é que, professores e alunos se sintam autores do projeto, para que haja engajamento de todos.

5.2 Recursos materiais:

  • Livros Didáticos
  • Brinquedos Educativos
  • Tesoura, régua, fitas e grampeadores
  • Folhas e cartolina
  • Colagens
  • Materiais Descartáveis (Possam ser manipulados)

  1. Avaliação do Projeto Didático Interdisciplinar:

A avaliação de um projeto envolve alguns critérios, que abordam algumas questões. Esta avaliação pode ser realizada em todas as etapas de uma pesquisa, sendo sua função também educativa, tanto para o avaliador no caso docente, quanto para os alunos. Este processo deve sempre buscar o aprimoramento do projeto de pesquisa.

Como avaliar os alunos? Podem ser considerados na avaliação 3 eixos de aprendizagem:

1) O conteúdo;

2) O aprofundamento no tema;

3) A aproximação com a prática social relacionada ao resultado final.

As respostas dadas pelos alunos ao longo do processo, nos dão uma ideia sobre o que já foi compreendido, e no que ainda é preciso avançar, assim como os momentos de sistematização dos conteúdos, e quando a turma define com suas palavras os conceitos estudados. No fim de cada atividade, fazer uma análise dos conteúdos, que funcionam como um retrato da aprendizagem até aquele ponto. Isso possibilita revelar os avanços e os problemas enfrentados por cada um. Da mesma maneira, o resultado final, em suas sucessivas versões, também mostra os percursos pelo qual os alunos passaram.

Os projetos possibilitam ainda uma avaliação do trabalho do professor, e indicam em que pontos sua condução precisa ser ajustada. Um meio de fazer isso é pensar nos objetivos de ensino e nas condições didáticas oferecidas. A análise dos conteúdos, e das respostas dadas pelos alunos no desenvolvimento do projeto, também pode e deve ser vista sob a ótica didática. Algumas questões que norteiam as análises: a forma de conduzir o trabalho foi adequada? Foram feitas intervenções sempre que necessário? As atividades responderam ao objetivo de cada etapa? Os materiais usados foram adequados? O tempo previsto foi suficiente? Esse tipo de reflexão tem uma importância formativa única para o professor e pode impactar positivamente a prática didática cotidiana.

  1. REFERÊNCIAS:

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017.

D’AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática. São Paulo, SP: Editora Ática, 1990.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 12ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro. Paz e terra, 42 ed. 2005.

LEITE, Lúcia Helena Alvarez, Pedagogia de Projetos: intervenção no presente. Presença
Pedagógica, Belo Horizonte: Dimensão, 1996. pp. 24-33.

MIGUEL, José Carlos. Alfabetização Matemática: implicações pedagógicas. Disponível em: http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2005/artigos/capitulo%205/alfabetizacaomatemati ca.pdf. Acesso em: 23 mai 2010.

OREY, D. e ROSA, M. Vinho e queijo: Etnomatemática e Modelagem. Publicado em meio virtual no site: http://www.csus.edu/indiv/o/oreyd/papers/Vinho%20e%20Queijo.htm. Verificado em 27/08/2003

THURLER, M. G. Inovar no interior da escola. Porto Alegre: Artmed, 2001.

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