TRANSTORNOS DA MEMÓRIA E DA ATENÇÃO

CENTRO DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO E EDUCAÇÃO DO MARANHÃO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL

                             EVA PIRES DA SILVA

                             NIVEA SILVA MAIA

                                  SIMONE NASCIMENTO ESQUERDO

TRANSTORNOS DA MEMÓRIA E DA ATENÇÃO

São Luís

2015

TRANSTORNOS DA MEMÓRIA E DA ATENÇÃO

“A memória é um segredo que até hoje     ninguém conseguiu desvendar.”

A memória é um conjunto processual de estruturas cognitivas que da permissão ao indivíduo guardar, fixar e recuperar diferentes tipos de informação no tempo. Ao falar de reconhecimento e lembranças necessariamente falamos de memória, e logo que pensamos, em algum lugar, no cérebro é processada essa informação.

Cada criança tem um estilo preferencial de acordo com seus pontos fortes. Do mesmo modo, a memória pode ser mais privilegiada ou limitada em um dos canais.

No processo da memória há quatro fases:

•  FIXAÇÃO OU REGISTRO
•  ARMAZENAMENTO
•  EVOCAÇÃO
•  RECONHECIMENTO  

A atenção é uma condição básica para o funcionamento dos processos cognitivos, já que envolve a disposição neurológica para a recepção de estímulos. Participa ativamente de toda conduta humana desde a entrada do estímulo até a reposta motora.  

A quase totalidade de adultos que lidam com crianças e adolescentes são unânimes em afirmar que “hoje em dia eles” não prestam atenção nem memorizam como as crianças de “antigamente.” Ao pensarem dessa forma, estão certos e, tudo quanto hoje se conhece sobre o cérebro humano, seria correto afirmar que é “impossível” que crianças,  adolescentes ou qualquer adulto prestem atenção e memorizem fatos como há duas décadas ou mais se faziam.

O cérebro tem uma característica denominada neuroplasticidade  ou plasticidade neural, que se refere á capacidade dos neurônios de se transformarem e se adaptarem em resposta ás exigências externas e internas do organismo. Assim, a neuroplasticidade faz com que o cérebro humano se modifique a cada dia e, quando existe a imposição da abundância de estímulos, é evidente que a capacidade de atenção e concentração cai de forma vertiginosa, ou seja, a criança não consegue fazer o processamento de toda informação. O cérebro humano é biologicamente programado para desempenhar bem apenas uma coisa de cada vez. Se esse princípio é desrespeitado, a perda da atenção e os lapsos de esquecimento são inevitáveis.

 Atualmente, não importa o lugar em que se vive, todos são literalmente atropelados pelo excesso de informação e isso impõe uma acomodação cerebral que se reflete no desafio constante á capacidade de concentração. A cena de uma pessoa que resolve distrair-se um pouco e liga a televisão para saber das novidades. O apresentador fala e chama o repórter a todo instante, enquanto a parte inferior da tela destaca textos em movimento, impondo ao telespectador outras notícias. Nesse momento o celular toca, introduzindo um novo tema para se discutir, enquanto chega o recado de alguém que também pede atenção.  Deste modo, essa verdadeira “tempestade de estímulos” desaba sobre os neurônios da pessoa, que consegue dar conta de tudo, mas com inevitável prejuízo a capacidade de atenção e ao poder de memorização.

Esse exemplo refere-se a algo comum na vida de um adulto, porem em nada difere em relação ao que acontece com crianças e adolescentes, ainda que seus estímulos sejam outros. Aprender conteúdos enquanto assiste à televisão, responde ao telefone, se envolve em jogos eletrônicos e, ainda bate os olhos no relógio a cada instante para saber se a hora do intervalo está próxima, torna o cérebro atônito o que acarretará reflexos prejudiciais na capacidade de atenção e de memorização da criança e do adolescente.

Portanto agora soma-se a esse cérebro ainda em formação e farto de estímulos as exigências escolares  a ouvir e guardar todos os conteúdos para as avaliações que virão no decorrer do ano letivo.

 Realizar mais de uma atividade de cada vez, ou começar e largar uma tarefa para se dedicar a outra, retornando pouco depois à primeira, envolve alterações no processo cerebral reduzindo a eficácia na realização dessas tarefas. É como tentar, ao mesmo tempo fazer alongamentos e exercitar músculos enquanto corre sobre uma esteira ergométrica.

Contudo, existe a ideia de que prestar atenção e memorizar são inerentes ao aluno e não cumpri-las merece punição. Porem, isso se torna um grande problema quando a atenção e o baixo poder de retenção associam-se a outros problemas de aprendizagem. O transtorno da memória e da atenção torna-se motivo de apreensão quando se manifesta com grande frequência e, sobretudo quando o aluno torna-se diferentes dos demais por apresentá-lo de forma extremamente intensa.

 Ao que tudo indica, a causa principal do bloqueio de nomes ou de números se dá porque nomes próprios, na maior parte das vezes, não nos levam a uma associação com elementos já existentes na memória. Se, por exemplo, somos apresentados a “Helena”, a tendência é esquecer esse nome, mas se Helena for um nome que nos associa a um passado ou a uma lembrança emocional, se torna mais fácil de ser memorizado. O mesmo se dá com números – 908517 a princípio não parece possuir vínculo, mas se pensarmos que nasci em 90, 85 reais em uma blusa é muito caro, e 17 é aniversário do meu filho, a probabilidade do bloqueio torna-se menor.

“Todas as observações sobre a atenção nos indicam que esta precede a percepção, a intenção e a ação; sem ela nossa memória e a aprendizagem não ocorrem ou ficam empobrecidas”.   A atenção é o processo pelo qual são usadas distintas estratégias, de forma ordenada, para captar informação do meio. Qualquer déficit, seja perceptivo ou da atenção, produz uma alteração nesse processo.

O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade também conhecido pela sigla TDAH, é considerado pelos neuropsiquiatras como um problema de saúde mental, podendo ser caracterizado, como um transtorno do desenvolvimento, possui três características principais: a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade. Esse transtorno pode trazer um grande impacto na vida da pessoa, sendo ela (adulto, adolescentes ou crianças), no convívio com as quais interage, família, professores, amigos etc.