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Tragédia em Mariana

Por:   •  26/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.521 Palavras (7 Páginas)  •  280 Visualizações

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Introdução:

O rompimento da Barragem de Fundão, localizado no subdistrito de Bento Rodrigues a 35 Km do Centro do Município brasileiro de Mariana de Minas Gerais, trata-se de uma barragem de rejeitos de mineração, controlada pela Samarco Mineração S.A.

O rompimento da barragem de Fundão foi considerado o maior desastre ambiental da história brasileira e o maior do mundo envolvendo barragens de rejeito, a lama chegou ao rio Doce,  cuja bacia hidrográfica abrange 230 municípios dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, muitos dos quais abastecem sua população com a água do rio.

Ambientalistas consideraram que o efeito dos rejeitos no mar continuará por pelo menos mais 100 anos ,mas não houve uma avaliação de todos os danos pelo desastre.

Mariana: As consequências do maior desastre ambiental do Brasil 

Período  

A Barragem de Fundão rompeu-se no dia 5 de novembro de 2015, destruindo o distrito de Bento Rodrigues, e deixando centenas de desabrigados. A lama gerada pelo rompimento atravessou o Rio Doce e chegou ao mar do Espírito Santo.

 Localização

O colapso da barragem de Fundão, causou o transbordamento de outra barragem, a de Santarém e destruiu distritos da cidade de Mariana e escorreu ao longo dos quase 700km entre o local da ruptura e a Foz do Rio Doce, no Espirito Santo, causando danos ambientais e sociais.

Abrangência do impacto

O rompimento da barragem foi o maior desastre do gênero da história mundial nos últimos 100 anos. Se for considerado o volume de rejeitos despejados - 50 a 60 milhões de metros cúbicos (m³) - o acidente em Mariana (MG) equivale, praticamente, à soma dos outros dois maiores acontecimentos do tipo já registrados no mundo - ambos nas Filipinas, um em 1982, com 28 milhões de m³; e outro em 1992, com 32,2 milhões de m³ de lama.  Os dados estão presentes em estudo da Bowker Associates - consultoria de gestão de riscos relativos à construção pesada, nos Estados Unidos - em parceria com o geofísico David Chambers.

 Breve descrição do conflito

Coberto pelo mar de lama que invadiu a cidade causado pelo rompimento da barragem, casas e patrimônios históricos foram soterrados, pessoas mortas e feridas, vegetação destruída, animais mortos a beira das estradas, peixes boiando nos rios de lama.

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Foto acima: Distrito de Bento Rodrigues destruído pela lama

Atores envolvidos

 De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais 600 pessoas estão desabrigadas e já foram confirmadas 12 mortes, três corpos aguardam identificação e sete pessoas ainda estão desaparecidas na região.

As cerca de 200 famílias que tiveram as casas destruídas pela lama de rejeitos foram acomodadas pela mineradora Samarco, responsável pela tragédia, em hotéis e casas provisórias. Essas pessoas ainda não têm previsão de quando vão receber uma nova residência.

           Condições Ambientais

Em nota em sua página na internet, a Samarco, mineradora responsável pela barragem de Fundão, em Mariana (MG), afirma que o rejeito que atingiu as casas da região "não apresenta nenhum elemento químico que seja danoso à saúde”, já que este seria composto apenas por “sílica (areia) proveniente do beneficiamento do minério de ferro”.

No entanto, análises realizadas pelo Serviço Autônomo de Água (SAAE) de Baixo Guandu, ES, mostram a presença de diversos metais pesados na água do Rio Doce, como arsênio, mercúrio e chumbo.

Ainda que não tenha riscos tóxicos, a permanência do material na região pode deixar o solo infértil, segundo o especialista em geotecnia e professor de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mauricio Ehrlich.

Para Márcio Zonta, militante do Movimento Nacional pela Soberania Popular Frente a Mineração (MAM), a Samarco, com sua nota, não mostra a real gravidade do acidente. Para ele, os moradores da cidade e o meio ambiente da região podem sofrer um risco ao entrar em contato com a lama. “É impossível ser só areia, a mineração é um processo químico e os rejeitos são tóxicos. Não tem como dizer que é só areia”, afirma.

O militante ainda aponta que demandaria muito tempo para reverter os danos. “Se fosse só areia não morreriam matas ao redor da barreira. Isso vira um colapso não só para as vítimas, mas também ambiental, contamina o solo, contamina as águas e rios, e é uma situação que não se resolve fácil. Pode-se levar muito tempo para haver uma estabilização ambiental, social e cultural. Mariana é uma cidade pequena e o impacto é ainda maior”, analisa.

 Identificar os diferentes modos de apropriação dos elementos da natureza e finalidade por exemplo uso da água para produção de energia elétrica.

  Em Governador Valadares, MG, mesmo a 300 km de Mariana, sua SAAE, apresentou um laudo com oitenta vezes mais turbidez do que o tolerável além de níveis de ferro treze mil vezes mais do que o tratável. O abastecimento de agua foi precário e a população sofreu com essa situação. A prefeita declarou estado de calamidade. O atendimento foi feito via unidades de saúde        e se preparam para possíveis doenças que venham a surgir por falta de água e de uso contaminado.

 Caracterizar os diferentes discursos e interesses do conflito 

De acordo com o Governador de Minas Gerais Fernando Pimentel, a COPASA (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), apresentou um laudo negando a existência de metais pesados na água que contraria os laudos do Baixo Guandu emitidos anteriormente. O grupo conclui que há um grande interesse político por detrás deste paradoxo, vale a pena afirmar que o atual Governador pode estar usando de artifícios para poder proteger seu mandato atual.

 O prefeito declarou que os municípios da região articulam um plano de ação para enfrentar problemas relacionados a interrupção do abastecimento.

             Que soluções e encaminhamentos estão sendo propostos

  • Moradia –    100% das pessoas desalojadas morando em casas. No dia 23 de dezembro de 2015, todas as famílias de Mariana e Barra Longa afetadas pelo acidente já estavam instaladas em casas alugadas ou de familiares, com exceção de três que optaram por permanecer em hotel. A Samarco também se comprometeu a antecipar o valor de R$ 20 mil para cada família que tenha sofrido deslocamento físico, ou seja, que ficou desalojada. Foram R$10 mil não dedutíveis da indenização e outros R$ 10 mil em carácter de antecipação de indenização as famílias desalojadas.
  • Assistência às famílias com vítimas– Acordo parcial com o Ministério Público de Minas Gerais – formaliza diversas ações de assistência às famílias afetadas, dentre as quais destaca-se o pagamento espontâneo de uma antecipação de indenização no valor de R$ 100 mil para cada família de falecidos e desaparecidos no acidente.
  • Educação – para que as crianças e adolescentes pudessem finalizar o ano letivo de 2015, a Samarco se mobilizou para oferecer uma nova infraestrutura aos estudantes das comunidades impactadas. No dia 16 de novembro, 11 dias após o acidente, os jovens começaram a retornar às aulas. Mais de 600 alunos receberam  acessórios escolares.
  • Agentes de saúde– percorrem as residências de Governador Valadares para realizar, junto à comunidade, um trabalho preventivo de controle de endemias, principalmente dengue, leptospirose e leishmaniose, além da presença de escorpiões.

          Considerações Finais

O acidente em Mariana liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, que eram formados, principalmente, por óxido de ferro, água e lama. Apesar de não possuir, segundo a Samarco, nenhum produto que causa intoxicação no homem, esses rejeitos podem devastar grandes ecossistemas.

A lama que atingiu as regiões próximas à barragem formou uma espécie de cobertura no local. Essa cobertura, quando secar, formará uma espécie de cimento, que impedirá o desenvolvimento de muitas espécies. Essa pavimentação, no entanto, demorará certo tempo, pois, em virtude da quantidade de rejeitos, especialistas acreditam que a lama demorará anos para secar. Enquanto o solo não seca, também é impossível realizar qualquer construção no local.

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