UMA REFLEXÃO SOBRE INCLUSÃO DESDE A FASE DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: Darlene Pompeu • 5/11/2015 • Artigo • 4.107 Palavras (17 Páginas) • 253 Visualizações
UMA REFLEXÃO SOBRE INCLUSÃO DESDE A FASE DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Claudete Simão da Costa
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo refletir e compreender o tema em questão, ou seja, a inclusão desde a fase da educação infantil, considerando também a educação inclusiva como um modelo educacional referendado por políticas públicas, entretanto ainda, distante da nossa realidade no cotidiano escolar. A reflexão é no sentido de pensar nas mudanças necessárias desde a educação infantil, por ser a primeira etapa da educação básica e período crítico no processo de desenvolvimento e aprendizagem de crianças com deficiências. No entanto, a construção de uma educação inclusiva, implica desde o espaço, tempo, profissionais, recursos pedagógicos, etc., voltados é claro, para a possibilidade de acesso, permanência e desenvolvimento pleno dos alunos com deficiências, alunos esses que, em virtude de suas particularidades, apresentam necessidades educacionais que são especiais. Portanto, este artigo abordar-se-á, entre outros aspectos, mas, com ênfase maior na necessidade de se repensar a prática pedagógica como elemento fundamental de inclusão escolar na fase da educação infantil.
Palavras-chave: Educação Infantil; Inclusão; Desenvolvimento; Aprendizagem.
INTRODUÇÃO
A inclusão é um assunto que vem tomando destaque em muitas discussões escolares, pois é algo que vem se tornando cada vez mais necessário na sociedade.
Podemos ver que a inclusão escolar é o que tem feito muitos professores repensar sua prática, uma vez que é necessária uma adaptação por parte do educador, para que o aluno possa ser capaz de seguir em frente.
Desde o ano de 1994, com o advento da Declaração de Salamanca, temos visto diversos debates a respeito da inclusão de pessoas com deficiência no contexto escolar. A inclusão tem sido motivo de discussões no âmbito educacional tanto na forma de legislação quanto na teoria e prática. Todavia são ainda poucos os estudos que identificam as concepções inclusivistas dos professores que trabalham com este público.
Nota-se que a necessidade e a busca por informação são grandes, pois os profissionais educacionais estão cada vez mais preocupados em acabar com os erros que ocorrem na educação, tornando cada vez mais freqüente a busca por informações que possam auxiliar esses profissionais a lidar, da melhor maneira possível, com a inclusão escolar.
Por isso, é necessária uma integração, onde tudo é realizado no mesmo ambiente, com todas as crianças com dificuldades ou não, mas precisamos entender a grande diferença entre essas duas palavras. Na qual, uma delas quer dizer apenas a inserção/ freqüência de alunos especiais no ensino regular. Enquanto a outra é algo mais além de uma simples assiduidade, pois nessa precisa-se de uma revisão geral na educação proporcionada aos nossos alunos. Ao repensar a escola será possível realizar a inclusão, uma vez que a mesma, muitas vezes não vem sendo realizada.
Percebe-se que essas concepções, inseridas num contexto histórico e social, fizeram com que o trabalho educacional com as pessoas deficientes encontrasse vários obstáculos que contribuíram para que estas tivessem negado o seu direito à educação na prática escolar. Além disso, por ter sido um processo segregacionista fez com que não se acreditassem nas potencialidades das pessoas com deficiência.
A partir do advento de uma nova visão de homem, mundo e sociedade a educação das pessoas com deficiência vem sofrendo profundas transformações que têm beneficiado a todos de um modo geral, as pessoas deficientes são vistas como indivíduos dotados de potencial criativo, intelectual e construtivo saindo dos guetos, tornando-se cidadãos que lutam por seus direitos previstos em lei. Há alguns anos não se acreditava ser possível que pessoas com deficiência auditiva, surdez, deficiência visual, cegueira, deficiência física, dentre outras, concluíssem o ensino infantil, fundamental e médio com um grau de aprendizagem aceitável.
A inclusão da creche nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, como a primeira etapa da Educação Básica juntamente com a Pré-Escola, trouxe um novo significado a essa instituição, que deixou de ser vista como uma segunda casa, aspecto assistencialista, para ocupar um espaço dentro da educação e cuidado com as crianças.
É importante que a inclusão no sistema educacional se inicie na Educação Infantil. Este é um local no qual as questões suscitadas a respeito da diversidade e o encontro com o diferente acontecem em situações corriqueiras, diferente do que ocorre em outros níveis educacionais. A primeira infância é um lócus excepcional, este é o começo da escolarização, a partir do qual devemos discorrer e praticar uma verdadeira educação emancipatória.
Portanto, a realização deste artigo acontece de forma bibliográfica, haja vista que a mesma nos dias de hoje também é eletrônica. Além de ser uma modalidade de pesquisa teórica, é uma das mais importantes entre outras modalidades de pesquisa, a qual exige coleta de dados de fontes variadas que muitas vezes se processa através de documentação direta e indireta. Entretanto, o objetivo deste é levar não somente os professores a repensar em sua prática pedagógica em sala, como também lembrar que o mesmo deve-se capacitar continuamente, para a realização deste trabalho, já que atua neste espaço educacional.
DESENVOLVIMENTO
Uma Breve História da Educação Especial e Inclusiva
Quando falamos de Educação Especial entende-se que é uma área de conhecimento que visa promover o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com deficiência da educação infantil até a educação superior. Em nível institucional, iniciou-se no Brasil no século XIX, com a criação de instituições educacionais especializadas voltadas para o abrigo, a assistência e a terapia de seus educandos, como o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (1854) e o Imperial Instituto de Surdos-Mudos (1857), atualmente, conhecidos como, Instituto Benjamim Constant e Instituto Nacional de Educação para Surdos (INES).
Conforme Drago (2011) havia até então neste período uma vasta gama de expressões para nomear tanto o trabalho realizado quanto a clientela atendida nestas instituições, e que ainda em nossos dias, se refletem nos meios sociais.
Nota-se que durante vários anos estas instituições de Educação Especial permaneceram isoladas, desenvolvendo um trabalho em torno de critérios assistencialistas e voltados para o cuidado e preservação. Essa perspectiva mudou, inicialmente, a partir das Leis de Diretrizes e Bases 4024/61 que tratam da Educação Especial no art. 88 que propõe, pela primeira vez, o atendimento ao deficiente dentro do possível na educação regular.
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