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A ANÁLISE DO FILME A ILHA DO MEDO

Por:   •  13/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.531 Palavras (7 Páginas)  •  303 Visualizações

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IMEPAC CENTRO UNIVERSITÁRIO

LAURA CUNHA

MARIANA MACHADO

THIAGO NAVES

YASMIM SQUARCIO

“ANÁLISE DO FILME A ILHA DO MEDO”

ARAGUARI-MG
JUNHO-2022

 

LAURA CUNHA

MARIANA MACHADO

THIAGO NAVES

YASMIM SQUARCIO

“ANÁLISE DO FILME A ILHA DO MEDO”

Trabalho acadêmico apresentado na disciplina de Psicodiagnóstico, ministrado pela Professor Gabriel Fernandes, no curso de Psicologia do Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos.

 ARAGUARI-MG

JUNHO-2022

SINOPSE DO FILME E CONTEXTUALIZAÇÃO

O drama ocorre em Boston Harborslands, um manicômio judiciário, sendo o único prédio da ilha, onde há um misterioso farol. De forma breve, dois agentes vão até a ilha para investigar um desaparecimento de uma mulher internada neste manicômio de segurança máxima. De acordo com o drama, o crime desta mulher foi de ter assassinado os próprios filhos.

Teddy era um delegado federal que fora enviado com  seu parceiro Chuck para investigar esta ilha, ao desembarcarem na ilha,eles foram recebidos pelos guardas que se apresentavam um pouco apreensivos pela presença deles. Os guardas os avisaram que eles poderiam andar por toda a ilha, menos no Bloco C.

O personagem principal, Andrew, era um ex-combatente de guerra que fora traumatizado no campo de concentração de Dachau. Ele sofria com pesadelos horríveis daquele contexto, como os corpos subnutridos queimados e enterrados. Este trauma também o deixou com um comportamento totalmente violento, como por exemplo na cena onde ele deixa um oficial da SS morrer lentamente após sua tentativa de suicídio.

Andrew, após deixar o exército, entra na carreira policial, onde o mesmo se torna delegado. Andrew era visto como um pai ausente. Sua filha, Dolores, era depressiva, durante o drama, ela enlouquece. Após chegar em sua casa em um certo dia, Andrew vê Dolores perto do lado, que era localizado perto de sua residência, Dolores se encontrava toda molhada, e ao aproximar dela, Andrew vê o corpo de seus filhos no lago. Dolores os havia afogado durante seu surto, assim, inconformado, Andrew atira e mata Dolores.

Diante desta nova realidade e sua incapacidade de aceitar isto, Andrew desenvolve uma nova personalidade, onde passa-se a ser chamado de Edward Daniels. Agora ele se tornara um monstro, que assassinou sua esposa e atiou fogo em seu apartamento. Assim, ele parte para a ilha com a intenção de vingar Andrew Laeddis, todavia, após ele cessar com sua medicação clorpromazina, ele passa a sofrer diversos efeitos colaterais, começa a vir diversas alucinações que pode-se perceber durante o drama.

Durante suas alucinações, a agua e o fogo tornam-se cada vez mais evidentes, onde durante uma alucinação, a presença do fogo consome todo o ambiente que ele está, tornando tudo cinza. No momento em que começa a aparecer a água, é um sinal que ele está começando a recuperar sua sanidade. Andrew com um olhar partindo do psicodiagnóstico, pode ser visto como um "esquizo-paranóide", onde o mesmo delira, cria várias histórias que são reforçadas por suas alucinações. Pode-se notar que a causa deste transtorno pode ter sido dado através da guerra, onde o mesmo pode ter desenvolvido TEPT (Transtorno de Stress Pós Traumático) que fora conciliado com o alcoolismo. O fato desencadeador se sua paranoia e esquizofrenia surgem após a morte de seus filhos e de sua esposa.

No final do drama, podemos ver que Andrew começa a recuperar sua consciência, onde ele passa a ter consciência de seus atos e o que ele fez. Assim, ele é submetido a um novo tratamento, onde se o mesmo não fosse efetivo, ele seria submetido a uma lobotomia, onde seria retirado uma parte de seu cérebro, para que Andrew se tornasse menos agressivo.

CASO ANDREW E PSICODIAGNÓSTICO

De acordo com Dalgalarrondo (2000) os quadros de ilusões mnêmicas de Andrew, são acréscimos de elementos falsos a um núcleo verdadeiro da memória, onde trás um caráter fictício a história inconsciente que foi criada pelo personagem. Assim, todos os fatos reais que ele viveu, como o incêndio e a morte de sua esposa, articulam-se a outros elementos, onde passa-se a incluir então um novo personagem na drama, Laeddis.

Whitbourne & Halgin (2015) ressaltam sobre a abstinência que podemos notar durante o filme, onde podemos identificar alguns sintomas, como: a dor de cabeça, enjoo, vomito, tremores e a fotossensibilidade, apontando assim, um estado de abstinência na vida do personagem. Segundo os autores, a abstinência se corresponde a alterações fisiológicas e psicológicas, que passa a ocorrer em sujeitos que suspendem suas medicações. Como no drama, quando Andrew suspende a clorpromazina, que é uma medicação utilizada em pacientes que sofrem com esquizofrenia.

Durante as revelações em seus sonhos, Teddy passa a investigar a ala C do hospital, onde era proibido de ser visitado por lá portava os pacientes que eram considerados mais perigosos. Assim, dentro da ala C, Teddy passa a ouvir vozes que chamavam por Laeddis. Ao ouvir estas vozes, o detetive segue as vozes pela escuridão, onde ele começa a acender fósforos para iluminar o local. Assim, de acordo com Dalgalarrondo (2000), podemos interpretar que o fogo é um indicativo das alucinações de Andrew, onde as vozes são interpretadas como uma alucinação audioverbal e que não corresponderiam ao estímulo real do ambiente.

Após a soma de todos estes episódios, Andrew claramente desenvolve um transtorno psicótico. Calligaris (1989) diz que a partir de uma intensa ansiedade e sofrimento que são decorrentes destes acontecimentos que levam a uma desorganização psíquica, o sujeito pode desenvolver uma nova realidade alternativa para que possa dar um sentido a sua existência.

Partindo de uma perspectiva da TCC (Terapia Cognitiva Comportamental), podemos perceber algumas alterações quantitativas da senso-percepção de Andrew, onde Dalgalarrondo (2000) fala sobre a hiperestesia, que é conhecida como o aumento da capacidade sensitiva do sujeito. Andrew apresentava uma grande sensibilidade a luz, que foi reconhecida como um sintoma dada a sua abstinência. Outras alterações foram vistas, como as alucinações, onde de acordo com o autor, onde há uma percepção clara, definida e convicta de um objeto inexistente, que é vivenciada como um fenômeno do próprio mundo do sujeito. Dalgalarrondo ressalta que as alucinações mais frequentes são as visuais e auditivas, onde Andrew apresentava ambas.

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