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A Análise do documentário Estamira Psicopatologia

Por:   •  8/12/2021  •  Resenha  •  450 Palavras (2 Páginas)  •  417 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO VALE DO SALGADO

BACHARELADO EM PSICOLOGIA

DAVI CARMO ALENCAR

AVALIAÇÃO PARCIAL PSICOPATOLOGIA I – “ESTAMIRA”

ICÓ – CEARÁ

2021

DAVI CARMO ALENCAR

AVALIAÇÃO PARCIAL PSICOPATOLOGIA I - “ESTAMIRA”

Trabalho submetido à disciplina de Psicopatologia I do Curso de Bacharelado em Psicologia do Centro Universitário Vale do Salgado (UNIVS), a ser apresentado como requisito para obtenção de nota parcial. Tendo como professora a Ma. Maria Aparecida Trindade Pereira.

        

O documentário “Estamira” é potente, sensibiliza quem o assiste, os significantes contundentes pela narrativa da personagem retomam diversos significados que, às vezes, escapam do espectador. Estamira é surpreendente ao apresentar-se com seus excessos: da dor, da negligência, da violência, do abuso sexual, da miséria. Esta que se põe também forte, uma mulher de 63 anos, diagnosticada como esquizofrênica, e que há mais de 20 anos vive recolhendo seu sustento no lixão. Ela fala, grita, pensa, olha, faz, demonstra, argumenta.

É possível fazer uma correlação de Estamira com alguns critérios de normalidade: normalidade ideal; normalidade como processo; normalidade como ausência de doença. A normalidade ideal estabelece-se pelo pressuposto da norma, ao que se considera “saudável” a partir de critérios socioculturais. Assim, Estamira, em seu discurso, lamenta por não compreendermos a sua realidade, ela apresenta um contraste para que estejamos reflexivos de uma realidade subjetiva. Com isso, a normalidade ideal enquadra-se enquanto vista como realidade utópica, a realidade descrita por Estamira.

A normalidade como processo há de considerar as estruturas vividas ao longo do tempo, perante crises e mudanças na vida do sujeito. Nesse prisma, é perceptível as construções traumáticas no processo de vida de Estamira, seu discurso demonstra que fora uma mulher saudável até o período de vida em que teve encontros marcados por violências e rupturas, como os estupros, a prostituição, as traições vivenciadas em seu casamento, o abandono, a vulnerabilidade social e a miséria.

A normalidade como ausência de doença é vista pela falta de sinais, sintomas ou doenças. Análogo à essa conceituação, Estamira se autodescreve como “Consciente, lúcido e ciente; e tenho sentimento [...]”, ela se opõe à diagnóstico, vê-se lúcida e diz não compreender como podem dar a mesma medicação para tantas pessoas com sofrimentos tão distintos. Estamira lê pausadamente seu diagnóstico: “portadora de quadro psicótico, com evolução crônica, alucinações auditivas” e nos dá a sensação de captura e descrição de seu sofrimento.

A narrativa de Estamira denuncia o desamparo humano; não somente biológico, mas também suas representações sociais, políticas e econômicas. Estamira remonta à sensação de autenticidade, é uma resposta à negligência social. Faz-nos ficar atentos à uma realidade vista – e ao mesmo tempo esquecida – todos os dias.

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