A Atps Psicologia Clinica Semestre
Por: bmsilvs • 15/10/2020 • Trabalho acadêmico • 1.142 Palavras (5 Páginas) • 329 Visualizações
“Fabiana, 45 anos de idade, casada, 2 filhos, procura um psicólogo em razão de sintomas que a acometem há cerca de 10 anos. No contato inicial, descreve sua situação familiar atual como de muito sofrimento, pois ninguém a entende nem a ajuda a resolver seus problemas, inclusive seu marido, que, segundo ela, já não lhe dá muita atenção. Recusa-se a alimentar-se normalmente ‘por não sentir fome’ e revela que os familiares tentam motivá-la, sem muito sucesso. Reporta a perda do pai precocemente, aos 12 anos de idade, e da mãe, há dois anos, e o fato de ter sofrido tentativa de abuso sexual na adolescência. Sempre foi tratada com muito mimo pela família nuclear (pai, mãe e irmãos), pois era a única filha. Culpa-se por não ter podido cuidar da mãe doente, já que também se sentia enferma. Na juventude, era muito alegre, gostava de sair, de dançar e de beber com os amigos. Após o nascimento do segundo filho, cuja gravidez, inicialmente, não aceitou, tendo, inclusive, fantasias de aborto, começou a sentir tonturas, que pioraram com o tempo. Passou, então, a apresentar taquicardia, dores no peito, respiração ofegante, tremores, transpiração excessiva e medo de morrer e de ficar louca. Começou a ficar mais em casa e a não sair sozinha, com medo de teralguma crise na rua. Descuidou-se dos seus afazeres e distanciou-se das pessoas. É excessivamente apegada ao segundo filho e não admite a hipótese de que ele, algum dia, fique longe dela” (ENADE, 2012). Em clinica, a terapia na abordagem gestalt busca a analise e vivência do fenômeno buscando a recuperação da alienação existencial do homem. A partir da vivência na gestalt, o homem passa a olhar em si, e para si vivência, experimentação da forma, buscando equilibrar-se na sua intersubjetividade. No método analitico de Perls, a cada sessão o cliente é levado a buscar encontra-se consigo mesmo, de forma buscar suporte na própria consciência, tornando-se um indivíduo que não é produto da realidade, mas sim um compositor da própria realidade através da livre consciência.
Relacionando ainda a gestalt terapia e o existencialismo sartreano, pode-se acrescentar ainda uma outra abordagem terapêutica nessa comparação que seria a ACP (Abordagem centrada na pessoa), proposta por Rogers fundada na
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corrente Humanista. Um dos pontos onde se pode levantar a comparação é na potencialidade do homem. O indivíduo nessas terapias e a consciência (sujetividade) na filosofia existencialista são capazes de se auto-regularem a partir do seu próprio potencial. No existencialismo a consciência dohomem projeta-se e nas terapias mencionadas o paciente tem a capacidade também de projetar-se e gerir-se buscando a própria completude da sua existência, alcançando assim um equilíbrio de forma totalmente autônoma e, portanto, livre; remetendo ao exitencialismo de Sartre. Um momento de awareness é buscado na terapia gestalt e está intimamente relacionado ao existencialismo sartreano. O awareness é um momento em que o indivíduo tem consciência da própria consciência e para que isso aconteça, ela é necessariamente colocada primeiramente para fora no ato de perceber a própria consciência como objeto. Faz-se então no awareness, uma consciência intencional (fenomenologia) que se posiciona (existencialismo) diante da própria consiência como objeto de análise. O momento de awareness possui outra característica fenomenológica que é o olhar para o fenômeno em si mesmo. Na ACP, o sujeito pode voltar a ser pleno a partir de si mesmo. O psicólogo apenas fornece as condições necessárias para que isso aconteça. As condições fornecidas na clínica são de amistosidade, compreensão e ausência de julgamento sobre o que a pessoa diz, de forma favorecer o desabrochar do cliente em tratae das mais diversas e difíceis situações na clínica. Há na sustenção no método da ACP a Psicologia Gestalt,pricipalmente no que se trata da Teoria Organísmica que funciona como base teórica para ambas. A teoria organismica diz que o homem é composto de uma parte organísmica onde residem as pulsões e a dimensão da totalidade humana e um self (eu mesmo), que se divide em self-ideal (aquele que gostaria de ser a partir da nfluência do outro) e o self-real (aquilo que realmente sou e que está de acordo com a minha parte organísmica). Quando o indivíduo vive um self-ideal, o homem está em contradição com aquilo que diz as sua dimensão humana e portanto sofre por muitas vezes não correspoder àquilo que o outro espera, o indivíduo vive portanto uma incongruência. Visando redimensionar a pessoa, a ACP propõem na terapia uma desidentificação do sujeito, e o indivíduo é levado a olhar para a própria dimensão organísmica
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