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A Companhia De Marx E Freud: Nem Rivalidade Nem Equivalência.

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Por:   •  23/5/2014  •  3.102 Palavras (13 Páginas)  •  615 Visualizações

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A companhia de Marx e Freud: nem rivalidade nem equivalência.

Para indicar um problema politico “a humilhação social”, que para ser ainda hoje discutida e superada, não deveriam dispensar as companhias de Marx e Freud.

Essa situação intermediaria situação ambígua da humilhação, fenômeno externo interno e o que nos faz encontrar tanto o Marx quanto a Freud, beneficiando-nos do fato essencial de que tanto Marx “atento as determinações econômicas,” quanto Freud, “atento as determinações pusionais”, afinal ensinaram-nos a encontrar o homem em situações inter-humana, o homem havendo-se com os outro homens, mais do que com mecanismos.

O mecanismo no homem que em Marx vem com a mercantilização das relações sociais e em Freud com as formações das pressões inconscientes o mecanismo no homem não é um fato natural, mas histórico e intersubjetivo.

O morador impedido.

As formas de um bairro pobre não figura como destroços ou como edifício descaído – realidades fúnebres, mas em que podem restar impressionantes qualidades arqueológicas e suas linhas corroídas e em suas formas parcialmente quebradas pode persistir a memoria de uma gente. O resultado destas carências e frustações é que os pobres mesmo da fabricação humana ficam perdidos ou nunca são alcançados, gradualmente chega a falta de animus Faber. “Não a memória para aqueles a que nada pertence”.

Se hoje se luta pela marcação de território, pela autonomia cultural do indígena é porque existe um todo social de que ele participaria, mas uma sociedade dividida em antagonismo onde ele entraria fatalmente como presa isola-lo do predador é defesa de sua cultura e de sua sobrevivência. Para os Sudaneses e Bantos, brutalmente arrastados para o Brasil, o despojamento começou, pela escravidão no engenho, nas minas e nos cafezais. Nos Quilombos, a liberdade sempre se escorou na apropriação de um território.

Mas a emancipação dos escravos agenciada pelo estado brasileiro não foi acompanhada pelas reformas agrárias e urbanas.

O Trabalhador Impedido

A ambiguidade do dinheiro. O mal-estar na cidade capitalista aparece ostensivamente na consciência do frentista. Em seu depoimento o trabalhador migrante, vindo de Arapiraca, no sertão alagoano, não deixava dúvida sobre a exploração já conhecida e que todos pretendiam escapar.

Do depoimento o que sabemos com certeza e que, em Arapiraca, Gerônimo nunca teria conhecido o aluguel, viveria da casa paterna. É com ressentimento que se queixa de um colega paulistano, seu primeiro hospedeiro mas já no terceiro dia exigindo que o recém-chegado se retirasse. Foi o que arrumou e não se arrepende. Parece chocado com a inospitalidade da cidade, mas a solidariedade antiga não compensaria a pobreza em Alagoas, onde seus pais sofrem “muita dificuldade, ganha pouco, veve do trabalho também”. Já que em toda parte vive-se de trabalho, a vida de trabalho pareceu-lhe mais promissora em São Paulo. Os direitos humanos deixam de valer como o resultado de colaboração e torna-se tarefa do individuo isolado. No trabalho a reificação pode se indicar pela maneira hierarquiza suas necessidades, privilegiando os salários e a saúde. Então nesse mundo que agente esta vivendo, nesse departamento ai, principalmente de saúde, tá péssimo. Se agente tivesse condições de pagar um medico particular agente não ia correr pro INPS, mas com o salario que agente ganha hoje em dia tem que correr.

Os pobres da palavra de Gerônimo são amordaçados pela forçosa concentração nos problemas de salario, preços e saúde. A grade dor do trabalho manual é que somos obrigados a nos esforçar por longas horas seguidas, simplesmente para existir. A palavra do patrão dirigida ao empregador, no mais das vezes, é para coleção de imperativos (“faça isso!”, “não faça isso!”, “eu lhe pedi que fizesse!”, “eu não lhe pedi que fizesse!”; e assunto encerrado).

O cidadão impedido

A terra e ás árvores amortecem os passos, resfriam a correia, ondulam a caminhada, distraem, solicita do andarilho a observação, podem fazer tropeçar. A aceleração dos dias contraria ás árvores estes seres de repouso, que apenas balançam. Para os pobres, os ambientes urbanos, se não revelam suficientemente o seu desastre ecológico, revelam facilmente seu caráter excludente, expulsivo.

São fenômenos disparados em ambientes públicos onde a presença de pobres não podem contar, a não ser como a presença de subalternos, a serviço dos que despendem dinheiro e ordem.

Mais vou dar um exemplo onde cabe a todos independente de classe financeira: “o carnaval que teve aqui, no ano passado, nossa! Fui em todos, dançando até aqui na joanisa! Teve programação pela prefeitura, teve carnaval na rua. Aqui tem uma escola de samba, uma escola de bairro: chama pé grade! Teve apresentação deles e teve várias escolas. Se acha que eu perdi? Naquele tempo, a penha tinha restaurante em que vendia pastel: lá em cima tinha terraço. Nóis subia lá em cima. E tava a Penha, tava a Márcia, tava a Adriana, tava um monte de gente lá, a Luiza. Tava o pessoal tudinho dançando...” Nada é mais angustiante ou amargo, para essa gente que conhece a vida comunitária, do que participar de um bem privatizante. “Despencam”. São muitos os lados por onde o pobre é golpeado. Não sei de nada mais alarmante do que o sentimento de não possuir direitos. Informa o sentimento de “despencar”. Os que interrogam rapidamente a servidão humana, concordam que se trata de um fenômeno essencialmente político, na sua origem e em seus desdobramentos. Só os homens elevam os homens à dignidade humana; só os homens excluem os homens da dignidade humana. Efeito da desigualdade política, a humilhação social é um fato psicossocial que reconduz sempre o homem ou outro homem.

O problema da desigualdade é problema humano dos mais enigmáticos e, talvez, o mais urgente entre eles, aquele cuja solução precede de todos os outros.

Reificação e Aparição

A reificação afeta o regime da aparência: a aparência deixa de valer como meio de aparição pessoal e torna-se coisa como qual a pessoa é confundida e com que ela própria tende a confundir-se. O mundo de aparições é experiência compreendida no que o marxista chama o concreto? Viver concretamente é viver num mundo de aparições, aparições das coisas, dos outros e de nós mesmo.

Santa Rita e São Bernardo

Certa vez no CJ Santa

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