A Cristalização Orientação Profissional
Por: Letícia Borges • 7/6/2019 • Trabalho acadêmico • 1.241 Palavras (5 Páginas) • 776 Visualizações
As teorias desenvolvimentistas.
A cristalização é um estágio das teorias desenvolvimentistas. As teorias desenvolvimentistas surgiram na década de 50 como uma alternativa a abordagem da teoria do Traço e Fator e Ginzberg foi o pioneiro dessa teoria. Traz uma crítica a idéia de “momento de escolha” e defendem a concepção de desenvolvimento vocacional em três estágios: escolha fantasiosa (até os 11 anos), tentativas de escolhas (dos 11 aos 17 anos) – interesse, capacitação e transição- e, por fim a escolha realista (dos 17 anos em diante) – exploração, cristalização e especificação-. Donald Super, talvez o autor com maior representatividade dentro das teorias desenvolvimentistas, mostra que o desenvolvimento vocacional também ocorre através de estágios evolutistas, o qual denominou: crescimento, exploração, estabelecimento, manutenção e declínio.
Silvio Bock (2002) também constata o aspecto sequencial do desenvolvimento vocacional. Segundo o autor a visão desenvolvimentista compreende que o indivíduo se desenvolve vocacionalmente durante toda a sua vida. Tomando como base o estágio da exploração, proposto por Donald Super, Pelletier, Noiseux e Bujould propõem a operacionalização do mesmo considerando as seguintes tarefas como evolutivas desse estágio: Exploração, Cristalização, Especificação e Realização.
Um importante teórico da linha desenvolvimentista foi Jhon Crites, ele foi aluno de Donald Super e teve a oportunidade de aprofundar e aperfeiçoar a proposta inicial acerca da maturidade para a escolha profissional. Ele propõe que a maturidade para a escolha profissional seja considerada como um fator geral, composto por diferentes dimensões: consistência, realismo, competência e atitude. As duas primeiras referem-se ao conteúdo de escolha e as duas últimas ao processo. Crites focalizou seu trabalho no estudo dos processos de escolha. (NEIVA, 1990; SILVA, 2004).
A teoria desenvolvimentista fundamenta construção vocacional ao longo da vida, seu instrumento é o aconselhamento e a escala de maturidade vocacional, o orientador fica com a responsabilidade de facilitar todo esse processo.
Cristalização.
Embora definido em termos cronológicos, o desenvolvimento vocacional não pode ser confundido com o amadurecimento físico. A maturidade para a escolha profissional não se acha, na verdade, vinculada à idade, mas à necessidade de tomar um determinado tipo de decisão. Para fazer uma escolha profissional aproximada aos interesses e ao seu nível de escolaridade, o indivíduo deve ter acumulado informações relativas ao seu meio e a si mesmo para, depois, elaborar uma representação organizada das ocupações e de si próprio, a que Pelletier, Noiseux e Bujold, chamaram de cristalização.
Na fase da Cristalização, as situações geram diversas informações que necessitam de uma organização interna. Surge o momento de enfatizar as inclinações e tornar visível aquilo que é mais importante deixando de lado tudo o que pode ser dispensável. Este momento possibilita o enfrentamento das possibilidades gerais, o momento de destacar algumas características essenciais da pessoa, suas motivações, interesses e seus valores. Cristalização vem acompanhada de uma estabilização do ego e suas preferências, pois a organização conceptual das experiências coloca o indivíduo ao abrigo das flutuações cotidianas. Com efeito, aquele que não cristalizou sua auto-representação modifica suas avaliações e seus atributos em função de acontecimentos particulares, em função geralmente da última situação encontrada, daí seu sentimento de confusão, daí sua instabilidade e sua interminável exploração, enquanto aquele que organiza, estrutura, cristaliza as percepções e as informações de si mesmo em conjuntos amplos e inclusivos, escapa à dispersão da concretude, atinge a visão de conjunto, atinge a síntese indispensável à sua própria certeza. (PELLETIER, BUJOLD & NOISEUX, 1982, p. 101)
A cristalização é um estágio da exploração. É o engajamento em tarefas que operacionalizem as preferências do individuo, especificação da escolha profissional. De acordo com Magalhães (2005), a síntese e categorização das informações coletadas durante a exploração são denominadas de cristalização. Durante o crescimento do adolescente é normal que ele acabe interrogando-se sobre seu futuro, aumente o controle sobre a própria vida e se convença que é extremamente importante que ele obtenha sucesso escolar e profissional, além de boas atitudes e hábitos de trabalho. Nesta etapa o jovem imagina um futuro, uma profissão até que se cristalize uma identidade vocacional reconhecida.
A cristalização é uma etapa de eleição entre todas as possibilidades ocorridas durante a fase da exploração, precede uma decisão estável. Sua estabilização depende da força com que se resolveram os problemas da ordenação, para chegar, finalmente, a uma escolha. Ela ocorre com definição no foco vocacional com alguns aspectos em aberto. Este estágio é caracterizado pela emergência de um padrão vocacional claro, baseado nos sucessos ou fracassos que os jovens viveram durante o estágio da exploração. Nela, o indivíduo vai constatar a necessidade de fazer escolhas, identificar entre muitas atividades aquelas para as quais se mostram interesses duradouros e organizar o mundo do trabalho com base nos componentes da identidade pessoal. É a identificação de atividades as quais mostram interesses duradouros e a organização do mundo profissional com base nos componentes de identidade pessoal.
Intervenção em orientação profissional.
Foi realizado um estudo no qual foi feita uma intervenção em orientação profissional com vinte e oito jovens, retiramos algumas informações que foram pertinentes a nosso estudo com o objetivo de observarmos alguns dados cruciais para a realização da cristalização profissional.
O primeiro estudo é baseado na freqüência de uso de recursos informativos sobre carreiras em dois momentos da intervenção.
RECURSOS UTILIZADOS | FREQUÊNCIA | PRE INTERVENÇÃO | PÓS INTERVENÇÃO |
Nunca/Raramente | 32,2% | 10,7% | |
Internet | Às vezes | 32,1% | 32,1% |
Sempre/Frequementemente | 35,8% | 57,1% | |
Nunca/Raramente | 51,8% | 46,4% | |
Guias | Às vezes | 29,6% | 28,6% |
Sempre/Frequentemente | 18,5% | 25% |
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