A DESCIDA AOS INFERNOS - RESENHA

Londres nos meados do século XIX apresentava uma superpopulação já com dois milhões e meio de habitantes por conta da grande revolução industrial da época que começava a se tornar a cada dia mais alarmante. Existiam todos os tipos de pessoas na cidade, na maioria operários que trabalhavam horas sem descanso e não tinham direito algum. O texto mostra casas amontoadas sem sequer saneamento básico, os portos, entupidos com navios e a população mal se falava entre si. Segundo BRESCIANI (1990, p. 25) “Os muros são leprosos, os batentes das portas e janelas estão quebrados, quando existem, são feitas de pranchas pregadas”, o que nos da mais realidade da condição vivida no meio do século XIX. Todos os lugares eram lotados, um emaranhado de casas amontoadas e mal construídas e uma população que pensava única e exclusivamente em trabalhar para sustentar sua família.

O que levou a população a se aglomerar em locais como Londres, foi a revolução industrial. As máquinas começavam a tomar conta das pequenas cidades, tirando o trabalho braçal do homem e substituindo por motores. Com esse fato a única alternativa era deixar de ser um serviçal e migrar para uma grande cidade onde as indústrias tomavam conta para se tornar um operário. Muitas vezes esse operário não sabia nem o motivo de estar naquela linha de produção fazendo determinado tipo de serviço estipulado a ele, pois na maioria dos casos o mesmo não via o produto final pronto. Mas a necessidade de emprego que o fez migrar era maior, eles precisavam sustentar suas famílias, e embora com condições péssimas, ainda conseguia se manter vivo.

Em meados do século XIX não existiam leis trabalhistas, o empregado muitas vezes trabalhava 10 horas por dia sem direito a descanso e direitos como hoje temos. Se um operário se acidentasse era de responsabilidade do mesmo e não da empresa. Ele era facilmente substituído por um outro a ele desesperado por emprego. Esses trabalhadores quando chegavam aos seus 35, 40 anos não conseguiam mais desempenhar atividades profissionais, mal conseguiam se manter em pé devido a grande carga de trabalho estipulada ao longo da vida. Havia também um preconceito muito grande em cima dos filhos desses trabalhadores, pois o pai mal conseguira colocar comida em casa, então cresciam jovens desnutridos e fracos, na qual a indústria preferia contratar imigrantes que chegavam a toda hora nos portos locais, e nas esquinas o que se via, eram esses jovens frustrados competindo um lugar nos trabalhos mais sujos e ilegais em busca de receber algo em troca.

Por volta de 1840 Londres tem um crescimento da população disparado e sem controle, o que gerou milhares de desempregados e ainda trouxeram diversas epidemias a cidade. O desemprego a cada dia era mais alto e até na área têxtil estava difícil, pois a cada dia a moda era mais exigente fazendo com que a produção barata e em grande quantidade caísse muito e em contra proposta houve uma superexploração desses produtos para não saírem perdendo muito dinheiro.

Com as docas próximas a Londres se modernizando, e devido a idade já avançada e pouca tecnologia na zona portuária da cidade os desempregos crescem ainda mais e disparam manifestações nas ruas. Com esses milhares e milhares de desempregados começam a existir uma procura grande por empregos, e uma grada migração para o centro da cidade, que é onde o trabalhador todos os

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