A Dissolução do Complexo de Édipo

A Dissolução do Complexo de Édipo

        O Complexo de Édipo é um fenõmeno central da primeira infância. Depois disso acontece sua dissolução, sucumbindo à regressão e inicia a fase de latência. Ele representa a primeira grande desilusão do indivíduo, que se depara com o primeiro limite imposto pela ameaça de castração.

        O desenvolvimento sexual da criança acontece até determinada fase em que o órgão sexual assume o papel principal. O órgão é apenas o masculino (pênis), enquanto que o da mulher permanece irrevelado.

        Ameaça de castração:

• Ao descobrir o prazer e manipular seu órgão sexual,  a criança é repreendida e ameaçada pelo adulto. Masturbação: descarga genital da excitação sexual
• Retirada do seio materno: experiência de perda de parte importante do corpo
• Intestino: exigência diária para soltar os conteúdos do intestino

• Sensação de perda

• Enurese =  expressão da excitação com o próprio órgão sexual? Equivale à masturbação?
• Visão do órgão genital feminino/comparação entre os sexos: para o menino reside a imaginação da retirada, possibilidade de perda. Para a menina, ela já aceita que perdeu ou cultiva a esperança/desejo de um dia ganhar

Sua destruição é ocasionada pela frustração e ameaça de castração. A frustração pelo filho compreende que não ocupa o lugar se “ser mais amado” na vida dos pais, e não vai poder ocupar seu lugar desejado na relação amorosa entre els. A mãe não é propriedade do filho e a filha não é objeto de amor incondicional do pai.

Apesar desse procesos acontecer com o menino e com a menina, se dá de maneira diferente, por uma questão anatômica. Apesar do clitóris se comportar como um “pênis”, ela se sente inferior ao se comparar com pênis do sexo oposto. Assim ela acredita que quando ficar mais velha vai adquirir um igual ao do menino.

Essa diferença anatômica coloca a menina em um posição de aceitação da castração como fato consumado, enquanto para o menino é uma ameaça. Mas a renúncia do pênis pela menina é compensada por uma tentativa de compensação, com o desejo de “um pênis” através do filho, possibilitado pelo pai.    

Complexo de Édipo oferece à criança 2 possibilidades de satisfação

• Passiva: ela toma o lugar da mãe na relação com o pai, sendo amada por ele
• Ativa: toma o lugar do pai na relação com a mãe, se tornando sua propriedade

Por mais que a criança não tenha plena consciência do que é uma relação sexual completa, sabe que de alguma forma, seu órgão é fonte de prazer, tem papel nisso

Consciência dessa ameaça de castração (menino como possibilidade, menina como pré-condição) cria a consciência de que seu desejo tem um preço: conflito entre catexia libidinal e seu interesse narcísico nessa parte do corpo (preservação, proteção).

Nesse conflito, em geral o Ego abandona o Complexo de Édipo. Ou, deixa-o jogado ao inconsciente.

DISSOLUÇÃO:

A destruição do complexo de Édipo ocorre tanto pelo insucesso de ter seu desejo/fantasia realizado, quanto por uma determinação do próprio desenvolvimento da criança