A Distorção Dos Sonhos

CAPITULO IV – A DISTORÇÃO DOS SONHOS

Anne Wendler, DaianeBischof, ElianePabis,

Leandro Zazula, ThatianyLins, Yan Merhet

INTRODUÇÃO

Trabalho realizado pelos acadêmicos da Faculdade Guairacádo quarto período do curso de Psicologia, na matéria Sistemas Teóricos III – Campo Psicalítico.Tem por objetivo apresentar uma sintese do captulo IV do livro A interpretação dos sonhos de Sigmund Freud. Fazendo uma breve contextualização da obra do autor, seguindo para ideia da distorção dos sonhos. No seu livro, descreve que todos os sonhos são realizações de desejos, mesmo os sonhos de conteúdo aflitivo,que não parecem trazer consigo desejo algum. Os sonhos trariam de forma distorcida um desejo que mecanismos psíquicos recalcaram para o inconsciente e que não poderia vir à consciência assim como é, se apresentando de forma distorcida e cuja interpretação acontece com a análise dos pensamentos relacionados ao sonho, tendo um significado único para cada pessoa.

Freud (1889) afirma que o sentido de todos os sonhos é a realização de um desejo, que não pode haver nenhum sonho senão os sonhos desejastes.

Contextualização: Uma Teoria Construída em Vivências.

Sigmund Freud ousava a cada instante expressar o que pensava, mesmo quando sabia que inquietava e perturbava os outros com suas declarações claras e inexoráveis (ZWEIG, Stefan).

A teoria de Freud dá seus primeiros passos quando ele vai a Paris assistir a palestra do renomado Dr. Charcot. Voltando a Viena Freud se une a Breuer e dá início a seus estudos sobre a histeria. Nestes estudos Freud e Breuer dão os primeiros passos em direção ao inconsciente, elencando alguns mecanismos de defesa do psiquismo. Ainda ao lado de Breuer, Freud abandonou progressivamente a hipnose, substituindo pela catarse, inventou o método da associação livre como tratamento, e em seguida a psico-análise.(ROUDINESCO 1998).

Em 1897 Freud escreve a seu amigo Fliess uma carta que viria a ser celebre graças à frase “Eu não acredito mais na minha Neurótica”. Ou seja, neste ponto Freud abandona a teoria da sedução, e da início em sua teoria da fantasia, está sendo a busca do prazer através da ilusão, onde o sujeito sente a liberdade a qual teve que renunciar (Freud ,1889). Em seguida Freud da inicio a teoria do sonho e do inconsciente com base no recalcamento e no complexo de Édipo.

Desta nova teoria surge a segunda grande obra de Freud, “A Interpretação dos Sonhos”. Neste livro Freud rompe com o tradicionalismo tanto quanto Copérnico ousou romper quando formulou a teoria do heliocentrismo. Ele desbanca o homem de sua posição de senhor de si mesmo, mestre da sua consciência, e o coloca em um estado no qual a consciência serve apenas para mascarar a animalidade que o inconsciente humano carrega em si.

Durante os capítulos da obra, Freud formula as leis e as características do inconsciente, unindo fenômenos distintos como os sonhos e os sintomas histéricos. Defende neste livro a ideia de que os sonhos são realizações de desejos. Tal desejo não deve ser necessariamente aceitável na vida vigil, muitas vezes se trata de algo inaceitável e, portanto o indivíduo acaba recalcando o desejo. Os sonhos então surgem como um dos efeitos provenientes do mecanismo de recalque.

Além disso, Freud explica que a vida onírica tem características próprias, segue uma lógica diferente da que se segue em estado de vigília, mostrando assim que a consciência é o que opera no estado de vigília, e que a “inconsciência” possui características semelhantes a da vida onírica.

No capítulo I Freud busca na literatura da época as características dos sonhos. Já no capítulo II ele faz uma síntese dos conhecimentos e cria seu próprio método de interpretação de sonhos. No terceiro, Freud procura defender a tese de que o sonho é a realização alucinatória do desejo recalcado. E o capítulo IV será o alvo de discussões posteriores.

O que torna a “interpretação dos sonhos” uma obra tão completa é o nicho cultural que a cerca, a sua época, seu contexto, e as vivências do autor. No decorrer do livro, Freud trata de política, artes plásticas e outras demais temáticas, além disso, a obra também apresenta traços biográficos. Por fim, pode-se dizer que Freud se expôs em seu livro, assim como o inconsciente humano se expõem nos sonhos.

As Características da Distorção Onírica e a Interpretação Terapêutica.

No capítulo IV da “Interpretação dos Sonhos” Freud apresenta como ideia central a questão em que os sonhos são encarados como realização de desejos. Segundo ele essa ideia já havia sido levantada por Volket, Puskinje, Tissié, Simon, Redestck.

Entretanto Freud vai além dessa definição, nesse capítulo ele apresenta a questão da distorção dos sonhos relacionada com tal realização de desejos. Freud aponta que a realização dos desejos é disfarçada, e que há uma resistência em ocultar a verdadeiro significado do sonho.

Diante dessas afirmações ele propõe que os sonhos recebem sua forma em cada indivíduo mediante a ação de duas forças psíquicas: uma que realiza o desejo expressivo do sonho, e outra que o censura.

Segundo pesquisa de Florence Hallam e Sarah Weed (1896) relatada na obra de Freud, cerca de 57% dos sonhos são considerados desagradáveis, doloridos, angustiantes, e presentes na maioria das vezes no sono das crianças. (Freud 1899). Para embasar sua afirmação de que todos os sonhos são desejantes, Freud não baseia sua teoria no conteúdo manifesto dos sonhos, mas sim nos pensamentos que estão por trás dos sonhos.

A distorção dos sonhos ocorre devido à censura psíquica de ideias que a consciência trata como indevidas e que, por este motivo, apresenta de forma disfarçada nos sonhos.

Nos casos em que a realização dos desejos é disfarçada, há uma inclinação para se erguer uma defesa contra o desejo, então