A Estoria De Severino A Historia De Severina
Monografias: A Estoria De Severino A Historia De Severina. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AndreiaCruz • 12/10/2014 • 1.550 Palavras (7 Páginas) • 688 Visualizações
Embora a diversidade entre os casos apresentados no início desse livro sejam notáveis,
há de se notar também algo em comum: o movimento real da identidade, uma dialética
que permite desvelar seu caráter de metamorfose.
A identidade é tipicamente representada pelo nome próprio, porque um nome nos
identifica e nós com ele nos identificamos, nosso nome como que se funde em nós,
embora o nome não seja a identidade e sim a representação dela.
Ainda falando sobre nomes, podemos destacar três categorias fundamentais para a
Psicologia Social estudar o homem, que são: Atividade, Consciência e Identidade,
notando-se que elas estão presentes nesse processo relacionado ao nome uma vez que a
atividade é antes de tudo o nomear, quando vamos tomando consciência de nós mesmos
que começamos a nos chamar, podendo falar conosco, podemos refletir.
Assim, o indivíduo não é algo, mas sim o que faz o fazer é sempre a atividade no
mundo, em relação com os outros, e aí é que vemos que o indivíduo não mais isolado,
como coisa imediata, mas sim como relação. O nome nos distingue, nos diferencia dos
outros, indica a identidade. Então, a questão do nome nos revela que identidade é
diferença e igualdade, numa articulação, aí então se mostra um dos segredos da
identidade.
A história de Severina nos revela claramente o caráter de metamorfose que a identidade
admite, sendo que a personagem vai se metamorfoseando e deixando de ser bicho-domato
para se tornar bicho-humano quando se revela o esforço do entendimento, sendo
então um bicho-humano que age, trabalha escravamente, revolta-se, faz projetos, etc.
Desta forma, pode-se entender que a identidade é a mesmidade de pensar e ser.
Severina, através de sua autodeterminação em seu projeto de vingança demonstra a
presença do bicho-humano ainda quando esta era bicho-do-mato, pela finalidade que
este encerra e na prática, sua subjetividade basicamente se expressava pelo sentimento
de revolta e pelo desejo de vingança. E quando aprende ser outra, como que sai de si e
torna-se outra, exterioriza-se na realidade, então o subjetivo torna-se objetivo; e a
recíproca também, aprender e ser então é o mesmo.
Porém, o fato de nos chamar a atenção e por isso ser objeto de estudo, a identidade
como metamorfose pode nos parecer também como não-metamorfose, não movimento,
como não transformação, embora possamos chegar a dois pontos importantes dessa
discussão: a questão da identidade é uma questão central, porque problematiza a própria
natureza do real, assim como a questão da identidade posta como metamorfose se
inverte no contrário: a não-metamorfose.
Para entendermos melhor, introduzimos a categoria matéria, porque cada coisa é uma
formação material, tanto uma sociedade, como uma instituição, uma família, um grupo,
como também um ser humano, todos são formações materiais particulares em relações
recíprocas universais. No caso da Severina, por exemplo, estuda-se uma determinada
formação material, na sua atividade, com sua consciência, não como três coisas
justapostas, mas presença de todas em cada uma delas como uma unidade.
Ainda analisando a questão do nome, é permitido uma observação: sempre há a
pressuposição de uma identidade, podemos até desconhecê-la; mas pressupomos sua
existência, assim, são as representações que servem como resposta a pergunta sobre
quem somos, ao mesmo tempo que vamos conhecendo as novas personagens que
surgem das atividades de Severino, este vai sendo melhor conhecido, constituindo-se
assim um universo a partir da constituição de personagens.
Na história de Severina, as múltiplas personagens ora se conservam, ora se sucedem,
ora coexistem, ora e alternam. Estas diferentes maneiras de se estruturar as personagens
indicam como que modos de produção da identidade. Assim, percebemos que a
identidade é uma articulação de várias personagens, articulação de igualdades e
diferenças, constituindo, e constituída por, uma historia pessoal. Identidade é historia.
Embora representativa, a identidade não pode ser vista como somente isso, não
podemos isolar, há de se levar em conta os elementos biológicos, sociais e psicológicos
assim como a representação desse indivíduo como aspectos que expressam a identidade
de alguém, através de uma interpretação dos dois.
Assim, não basta a representação prévia, as relações
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