A Família e o Doente de Alzheimer
Por: Juliany Carneiro • 12/11/2016 • Trabalho acadêmico • 518 Palavras (3 Páginas) • 144 Visualizações
1. A Família e o doente de Alzheimer
O apoio e comprometimento da família ao paciente acometido pelo mal da Alzheimer exerce papel fundamental na manutenção e controle da patologia. Juntamente aos profissionais, os familiares auxiliam nas decisões, tratamentos e cuidados necessários ao paciente.
A família passa por um processo complexo desde a revelação do diagnóstico, devido às dificuldades e comprometimento cognitivo é necessário ter clareza sobre esse processo, aceitar e adquirir novas percepções sobre as emoções do paciente buscando estratégias para lidar com os novos sintomas.
Segundo a psicóloga e presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, Fernanda Gouveia Paulino. “A tarefa de cuidar de uma pessoa com a Doença de Alzheimer é muito estressante e transforma sobremaneira a vida da família. As mudanças envolvem redistribuição de tarefas e responsabilidades, além de incluir muito tempo para a prestação de cuidados objetivos. Muitas vezes, sobrecarregados com a função e empenhados em oferecer assistência aos pacientes e suprir suas necessidades, os cuidadores pouco investem na qualidade de relação e comunicação.”
A intervenção psicológica assume papel importante, pois tem como foco o apoio emocional e busca por estratégias eficientes na comunicação e qualidade de relacionamento entre paciente e o familiar-cuidador.
1.1 Impacto Emocional na Família
Receber o diagnóstico de DA causa um grande impacto na vida dos pacientes e familiares, decorrente da impossibilidade de cura e a progressão dos sintomas. A mudança na vida das pessoas que cercam o paciente faz com que o diagnostico se torne uma situação muito difícil de aceitar, sendo comum reações emocionais negativas.
A ausência de informação e crenças distorcidas com base em estereótipos contribui negativamente, assustam e associam erroneamente a DA ao fim das relações saudáveis com o paciente, é frequente que a demora na constatação da doença ocorra pelo receio do enfrentamento das mudanças.
O processo de degeneração e incapacitação coloca o familiar-cuidador frente á incertezas e medos em relação ao futuro do paciente, assistir ao familiar perder gradativamente a identidade gera sofrimento e sentimento de impotência. Se conformar com a nova realidade será um processo de adaptações graduais, construído aos poucos, aceitando e enfrentando o adoecimento dia a dia.
1.2 Mudança na Vida Cotidiana e Familiar.
O familiar-cuidador possui tarefas que envolvem aspectos práticos e objetivos como alimentação, higiene, cuidados do lar e administração de medicamentos, lidam também com os aspectos emocionais do paciente. O familiar deve propiciar a maior autonomia possível auxiliando somente nas tarefas em que o paciente esteja inapto á realizar, assim, o familiar atua como organizador, fornecendo a adaptação e o preenchimento nas lacunas do pensamento e da memoria do paciente.
Assumir a tarefa de cuidar faz com que o familiar experimente um senso de responsabilidade maior junto á redução do senso de liberdade decorrente das novas obrigações exercidas e da privação do tempo para as próprias atividades. O acumulo de funções modifica a rotina, e a vida familiar deve ser adaptada em várias
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