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A IMPORTÂNCIA DOS FAMILIARES NO TRATAMENTO DOS PACIENTES PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS

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Por:   •  12/9/2014  •  2.128 Palavras (9 Páginas)  •  914 Visualizações

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UNIVERSIDADE POTIGUAR - UNP

ESCOLA DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

A IMPORTÂNCIA DOS FAMILIARES NO TRATAMENTO DOS PACIENTES PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS

NATAL

2014

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo investigar qual a importância da família no tratamento dos parentes que sofrem de transtornos mentais. Para tanto, foram realizadas pesquisas nas literaturas que abordam o conceito de família, definição de loucura e as relações existentes entre ambos, objetivando revelar o papel da família nos cuidados com portadores de transtornos mentais.

Segundo Elsen (2002), família é entendida como unidade social bastante complexa, como um sistema articulado de valores, crenças, conhecimentos e práticas, como espaço físico e psicológico relevante ao processo de socialização e humanização de seus membros.

Observa-se então que, por definição, família é um conjunto de pessoas que vivem na mesma casa formando um lar. Neste sentido, o papel da família é de fundamental importância no processo de socialização dos seus membros, porque é na base familiar que se encontra todo apoio de que o sujeito acaba por necessitar.

Sendo assim, ao pensar em casos de alteração no estado de saúde, isto é, algum membro vier a ser acometido por alguma enfermidade, o papel da família tende a se intensificar e esta situação é justificada pelo fato dos membros da família estarem

unidos por laços consanguíneos de adoção, interesse e ou afetividade. Tem identidade própria, possui e transmite crenças, valores e conhecimentos comuns influenciados por sua cultura e nível sócio-econômico. A família tem direitos e responsabilidades, vive em um determinado ambiente em interação com outras pessoas e familiares em diversos níveis de aproximação. Define objetivos e promovem meios para o crescimento, desenvolvimento, saúde e bem estar de seus membros. (ELSEN, 1992, p. 6).

Em contrapartida, observa-se que, quando a família não presta o apoio necessário aos seus membros acometidos com alguma doença ou limitação física, tal atitude fatalmente provocará o surgimento de outros problemas, em especial os de ordem psicológica.

Assim, pode-se notar que o aparecimento da doença no seio familiar, em muitos casos, desestrutura o próprio grupo familiar e, consequentemente, possibilita o surgimento de sequelas emocionais, tais como: separação, rejeição e ameaças. Segundo Barros (2010), quando se trata de transtornos mentais, o impacto da doença ao âmbito familiar pode estar ligado a fatores como a desinformação a respeito dos cuidados com parentes portadores de doenças, as formas de tratamento ofertadas pelas instituições públicas e privadas, a rejeição imputada pela sociedade e o preconceito.

Neste sentido, não se pode negar que a família acaba por ser tonar um fator de influência no binômio saúde/doença, visto que

a família, como determinante fundamental dos processos de desenvolvimento, adaptação e perturbação do sujeito, é chamada a explicar a aquisição de hábitos e estilos de vida saudáveis e de risco, a exposição a comportamentos de risco e as estratégias de confronto com esses riscos, os processos de adoecer, de aceitação do diagnóstico e adaptação à doença crónica ou prolongada, de adesão aos tratamentos e de vivência da doença terminal. (BARROS, 2010)

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a percepção de transtornos mentais e comportamentais como sendo as condições caracterizadas por alterações doentias de pensar ou do humor e do comportamento associadas à angústia expressiva ou deterioração do funcionamento psíquico global. Neste âmbito, as relações que a família possui com o sujeito portador de transtorno mental podem acabar por ser fragilizar, em vista que juntamente com a doença há também o preconceito, assim como o desconhecimento de como agir à determinada situação.

Não muito diferente dos tempos atuais, segundo Resende (2001), o portador de transtorno mental era afastado de qualquer convívio familiar, isto é, ficava à margem do social, distante da família, esquecido, excluído, trancado em manicômios por muitos anos e, às vezes, para sempre; onde, muitas vezes, falecia na própria instituição que o acolhia. Esta transcrição nos remete a afirmar que no passado a sociedade via no louco uma ameaça à segurança pública e a melhor maneira de lidar com eles era o seu recolhimento aos asilos.

Segundo o dicionário da Língua Portuguesa, loucura significa: “distúrbio, alteração mental caracterizada pelo afastamento mais ou menos prolongado do indivíduo de seus métodos habituais de pensar, sentir e agir” (AURÉLIO, 2012, p. 853).

A loucura não só afeta ao sujeito, mas atinge diretamente a sua família. Ela nasceu diante da ideia de representação ou articulação a partir do outro. E essa representação tomou várias posturas subjetivas que a condenaram ao longo da história da humanidade (FOUCAULT 1972, p. 76).

Expondo um breve resumo histórico sobre a loucura, podemos dizer que a mesma seguiu a seguinte trajetória: na antiguidade era concebida como manifestação dos Deuses, ou seja, era através do delírio que algumas pessoas podiam ter acesso as verdades divinas (SILVEIRA, 2003). Na Idade Média era concebida como resultante de possessões demoníacas associada à doença da lepra, que representando na época o mal na sociedade. Segundo Koda (2002), a lepra era manifestada pela presença de Deus. Naquela época acreditava-se que o indivíduo leproso fora punido aqui na terra pelos males cometidos.

Assim, pela exclusão e abandono o leproso conseguia a salvação. Posteriormente, a lepra deu lugar às doenças venéreas e mais tarde fora trocada pelos vagabundos, pobres e os considerados “loucos”. Já nos séculos XVII e XVIII, com a criação dos hospitais psiquiátricos, a loucura ganha status de doença mental, que findava na internação do indivíduo considerado “louco”. Após este período, ganha destaque o tratamento moral por intermédio das internações em asilos, através das experiências do médico Philippe Pinel no Hospital de Bicêtre, em fins do século XVII, na França.

Alienação mental era conceituada como um distúrbio no âmbito das paixões, capaz de produzir desarmonia na mente e na possibilidade objetiva do indivíduo de perceber a realidade. Para Hegel, que analisou o livro de Pinel,

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