A INSERÇÃO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO COMO ELEMENTO CATALIZADOR NA RELAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA
Por: ALENCAR10 • 11/10/2016 • Trabalho acadêmico • 2.157 Palavras (9 Páginas) • 384 Visualizações
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A INSERÇÃO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO COMO ELEMENTO CATALIZADOR NA RELAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA
Alencar de Almeida Prata Junior.
Universidade Federal de Alfenas
Curso Licenciatura em Química
Disciplina: Psicologia da Educação
Resumo:
O contesto histórico em que a psicologia se insere como ciência independente, interventora e participativa nos fenômenos de aprendizagem e dificuldades de aprender, a visão restrita e sua ampliação para o entorno, o amadurecimento da visão de educação como um processo que é permeado por todo o contexto sociocultural e interdependência entre as multidiciplinas do comportamento humano.
Estas questões norteiam esta reflexão que aspira em sua essência despertar para a possibilidade de novas abordagens e campos de atuação para da psicologia da educação, tendo como foco principal, a cada vez mais questionada, participação/papel da família sobre a questão universal do caminho mais eficaz para uma educação de qualidade, inserida na realidade , como elemento fomentador de liberdade, dignidade e cidadania.
Neste contexto encaminha-se a conclusão tendo como pano de fundo a mediação que a psicologia da educação ou na educação, pode e deve oferecer a este processo, sem a pretensão de se estabelecer como verdade absoluta, mas antes como ferramenta de apoio na complexa oficina que constrói a transmissão de nossos saberes e valores.
Contextualização:
Para subsidiar a nossa argumentação se faz necessário contextualizar historicamente a evolução recente e situar o papel da psicologia da educação em relação aos outros dois atores protagonistas analisados nesta inter-relação, ou seja: escola e família.
Fosse este artigo escrito algumas décadas atrás, provavelmente traria questões e conclusões bastante distantes das que alcançamos neste momento. Nem por isto pretendemos apresentar com estas considerações nenhum tratado acabado do comportamento humano nem tão pouco um receituário da perfeita educação; antes nos propomos a estender a reflexão às possibilidades de auxílio que este mais de século de estudos e pesquisas da psicologia com seus inúmeros e questionados erros e acertos em relação aos processos de aprendizado podem oferecer para um maior entendimento da problemática cotidiana da transmissão de valores e saberes na construção do cidadão crítico e participativo.
Com os conceitos e ideias vigentes no início do século passado seria bastante difícil que encaminhássemos a reflexão que pretendemos. Os estudiosos da nova ciência psicológica, na época, tinham em mente que a metodologia e o estudo científico comprovado concretamente por pesquisas independentes e imparciais, analisadas com uma visão estritamente profissional, garantida pelo não envolvimento direto, era a grande contribuição que, como ciência a psicologia poderia e deveria dar a sociedade e suas interfaces (educação inclusa), devendo pela natureza de sua técnica imparcial, caminhar à margem dos fatos sem intervenção direta apenas fornecendo subsídios e argumentos para que os agentes dos processos as utilizassem como ferramentas, Neste status a psicologia da educação ocupou um lugar de grande destaque no estudos sobre educação e aprendizado, e este protagonismo se estendeu até a metade do século XX, quando, bastante questionado foi perdendo seu lugar de” engenharia aplicada a educação”. (COLL, 2004, p 2).
.Não podemos negar que grandes descobertas foram feitas e tiveram uma importância de peso na maneira da sociedade se enxergar como produtora e transmissora de cultura, mas também, como em todo o processo abstrato como “o estudo da alma”, grandes desvios e equívocos foram cometidos, comprometendo a credibilidade e causando grandes questionamentos sobre o valor da contribuição que enquanto ciência ela poderia dar à educação.
” O foco nesta fase era o reformismo social e o bem estar humano, do âmbito da política, da economia, da religião e da filosofia” (COLL, 2004, p 2).Neste período o foco no individualismo foi causador de exclusão e conflitos pois ao definir e apontar fatores importantes do desenvolvimento que ficavam comprometidos ou potencializados nos primeiros anos de vida, a culpa recai sobre a família e acaba por isentar totalmente a escola nos casos de fracasso na relação de aprendizado(Novaes,2001)
Á partir de meados da década de cinquenta, até o final do século XX, a Psicologia da educação vai gradativamente perdendo espaço para outras ciências sociais em ascensão. Tem questionada sua capacidade de ofertar soluções científicas para problemas que se apresentam complexos e internamente apresenta-se rachada por divisões e teorias contraditórias e inconciliáveis.Esta crise de identidade e o advento de novas abordagens por outras áreas do conhecimento, abalaram e obrigaram-na , a rever seus conceitos antes aceitos e repensar seus métodos, e neste forçado amadurecimento busca achar seu lugar no complexo quebra-cabeças da educação.Praticas escolares excludentes são reavaliadas e corrigidas pela contradição com a realidade.Nascem novas concepções e modos de enxergar a educação e o aprendizado como um processos sociais e não individuais.
Como resultado deste processo, começa a surgir neste século uma disciplina que se propõe a ser de apoio, mediadora de soluções para as encruzilhadas da pesquisa educacional.Não mais como verdade absoluta, mas questionadora de si e da realidade, saindo dê uma psicologia da educação para uma psicologia para educação, Não é só uma mudança conceitual, mas dando um valor relativo e não absoluto a estatísticas e constatações técnicas, na prática começa a focar os problemas de ensino-aprendizagem, com um olhar mais amplo , consciente que educação é um processo que vai muito além da escola institucionalizada e por isto mesmo é preciso uma interação com a realidade, pois somente a observação já não é capaz de por si produzir as transformações que se esperava. A compreensão de que a capacidade de se apropriar de todos os saberes que nos foram deixados, por meios culturais e pedagógicos deve ser explorada ao máximo dentro de um espaço coletivo, vai tomando corpo e modelando o jeito de se planejar a educação. Neste contesto a psicologia volta também seu olhar para a família, não como apenas um abrigo natural e proprietária da culpa original, mas como primeira formadora e educadora dos cidadãos e é este enfoque que passamos a destacar neste artigo.
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