A Importância Da Assistência Psicológica Em Pacientes Oncológicos
Artigos Científicos: A Importância Da Assistência Psicológica Em Pacientes Oncológicos. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: kikalinhares1 • 24/3/2014 • 1.822 Palavras (8 Páginas) • 396 Visualizações
A Importância da Assistência Psicológica em Pacientes Oncológicos
Alex Barbosa Sobreira de Miranda - Departamento de Psicologia. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Teresina, PI, Brasil. e-mail: alex_barbo_sa@hotmail.com
Resumo: A psico-oncologia é uma área de interface entre a psicologia e a oncologia e tem interesse em atender aos recorrentes aspectos psicossociais que envolvem o paciente com câncer. O câncer possui um significado ameaçador para o paciente, visto que está associado à interrupção da vida. Esse artigo tem a finalidade de esclarecer a importância da assistência psicológica em pacientes oncológicos, ampliar o conhecimento sobre o câncer, identificar a dinâmica deste paciente e o manejo do psicólogo na ressignificação do processo de adoecimento. Neste contexto, as práticas psicológicas devem pautar-se no tratamento do Ser Doente em sua situação peculiar e lançar mão de novos instrumentos para a reabilitação do sujeito a partir da sua nova condição de ser no mundo.
Palavras-chave: assistência psicológica, psico-oncologia, práticas psicológicas, ressignificação, câncer
Considerações Iniciais
Ainda hoje, o câncer é uma doença cujo significado é ameaçador para a maioria das pessoas, pois está associado ao risco de morte e possibilidade de interrupção da trajetória existencial, que exige do indivíduo acometido força e criatividade para suportar mudanças, muitas vezes drásticas, em seu estilo de vida (Werebe, 2000).
O câncer é denominado uma enfermidade que se caracteriza como um grupo de doenças que ocorrem pela alteração ou aumento na divisão celular. E se classificam nos seguintes tipos: o carcinoma, que atacam as células epiteliais; os sarcomas, que são as malignidades nos músculos, ossos e cartilagens; os linfomas, que se formam no sistema linfático; as leucemias, que atacam os tecidos saguíneos e formadores de sangue, como a medula óssea; dentre outros.
A psico-oncologia pauta-se em uma atuação preventiva primária com o objetivo de buscar formas de tratamento digna, humanizada e que favoreça a adesão ao processo de tratamento. Ao passo que considera o indivíduo como um ser integral, social, ajuda o paciente e seus familiares à ressignificar o processo de adoecimento, objetivando restaurar ou melhorar a qualidade de vida e possibilitar maiores expectativas de sobrevivência.
O psicólogo que antes, somente participava dos aspectos relacionados à saúde-doença ou em instituições que promoviam saúde mental, hoje, tem uma atuação mais ampliada em diversos setores da saúde, bem como em hospitais, unidades básicas, postos de saúde, casas de saúde, dentre outras instituições. Isso reflete ao aumento do número de demandas para esse profissional, inclusive no campo da oncologia.
Através da Psicologia da Saúde que se propunha em realizar promoção e manutenção da saúde, prevenção e tratamento de doenças; o psicólogo começa a adquirir seu espaço no hospital, sendo figura necessária nos serviços de suporte a toda equipe multidisciplinar. Nesse caso, os psicólogos da saúde ajudam os pacientes e familiares através de um apoio psicossocial no enfrentamento dos efeitos negativos do tratamento contra o câncer.
O que é o Câncer?
O câncer é uma das doenças que mais causa morte no mundo. Engloba mais de 100 doenças diferentes, porém relacionadas, em que algumas células anormais do corpo se multiplicam e se espalham de forma descontrolada e formam tumores.
Nem todos os tumores são cancerosos. Os tumores benignos (não-cancerosos) tendem a permanecer localizados e normalmente não representam ameaça grave à saúde. Em comparação, os tumores malignos (cancerosos) consistem em células renegadas que não respondem aos controles genéticos do corpo no que diz respeito a seu crescimento e divisão. (STRAUB, 2005).
Existem algumas teorias que se propõem em explicar a causalidade do câncer. Alguns modelos teóricos partem do pressuposto que o câncer surge como resultado de um vírus ou de uma mutação genética. No entanto, devem ser considerados os fatores genéticos, comportamentais e psicológicos.
Acredita-se também na possibilidade de contribuições psicológicas no crescimento do câncer. Inúmeros pesquisadores vêm estudando possíveis efeitos de estados emocionais na modificação hormonal e desta na alteração do sistema imunológico (Bovbjerg apud CARVALHO, 2002).
Nos humanos, demonstrou-se que os eventos estressantes- excesso de exercícios, provas, divórcios, perda de um ente querido, cuidar de um parente em estado terminal, catástrofes ambientais, desemprego e estresse ocupacional, por exemplo – afetam o funcionamento imunológico. (HEBERT e COHEN apud STRAUB, 2005).
Segundo pesquisas há uma relação entre estresse e depressão, que pode, de fato, enfraquecer o sistema imunológico e abrir espaço para uma formação tumoral. Alguns fatores de risco podem contribuir para o surgimento do câncer, como o uso de cigarro, o uso de álcool, o contato com substâncias químicas tóxicas, a exposição excessiva ao sol, etc.
Psicologia da Saúde x Psicologia Hospitalar
A Psicologia da Saúde tem como objetivo compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença (APA, 2003).
É valido ressaltar que a Psicologia da Saúde tem o propósito de aplicar seus conhecimentos e técnicas para a promoção e manutenção da saúde individual, coletiva e de toda a população, pautando-se em atividades nos níveis primário, secundário e terciário. No caso do câncer, os psicólogos da saúde, objetivam atuar no nível primário, a fim de criar medidas preventivas para evitar o surgimento da doença.
De acordo com a definição do órgão que rege o exercício profissional do psicólogo no Brasil, o CFP 2003), o psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar tem sua função centrada nos âmbito secundário e terciário de atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório unidade de terapia intensiva; pronto atendimento; enfermarias geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico;consultoria e interconsultoria.
Pacientes oncológicos e assistência psicológica
O paciente oncológico carrega em seu mundo subjetivo, muitas concepções negativas acerca da doença, o que dificulta no processo de adesão e
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