A Inclusão e Psicologia Escolar
Por: Franciane Pauli • 13/5/2020 • Trabalho acadêmico • 1.033 Palavras (5 Páginas) • 355 Visualizações
Nome: Franciane Regina Pauli
Curso: Pós Graduação em Psicologia Escolar e Inclusão
Disciplina: Psicologia e Inclusão
Psicologia e Educação Inclusiva
Contextualização histórica no Brasil
Os atendimentos iniciais centralizavam-se em instituições pessoais e privadas, apenas com objetivo assistencialista e de separa-los dos “normais”. Como esta área era pouco conhecida os deficientes eram excluídos da sociedade, impossibilitados de ter um vida social e até mesmo de comunicação. Posteriormente a área passou a despertar interesse, assim no século XIX surgiram as primeira instituições para pessoas Cegas e Surdas, mas ainda com caráter assistencial, apenas em meados do século XX que passaram a ser educacionais. (SILVA, 2016).
A partir de 1900 surgiram indicadores que mostraram interesse da sociedade nas necessidades educacionais específicas, logo aumentaram o número de trabalhos científicos e pesquisas sobre esse assunto, consequentemente, houveram iniciativas nacionais, principalmente de campanhas de concientização e educação. (SILVA, 2016).
O Brasil, desde 1961, garante educação de alunos deficientes na rede comum de ensino e, em 1996, reforçado pela Declaração de Salamanca (1994) também preconiza atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades educacionais específicas, preferencialmente na rede regular de ensino. (SILVA, 2016).
Em 2001 foi aprovado o documento Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, que atentava para a constituição de escolas inclusivas públicas indicando que a educação especial deve ocorrer tanto nas escolas públicas como nas privadas da rede regular de ensino. (SILVA, 2016).
Em 2005 são organizados centros de referências para os alunos com altas habilidades e superdotação. Já em 2007 é lançado o Plano de Desenvolvimento Educacional (PDE) que busca por meio de eixos superar a dicotomia entre educação especial e educação regular. (SILVA, 2016).
Modelos Biomédico, Social e Biopsicossocial
Para chegar nas concepções de deficiências atuais, inicio-se com o modelo biomédico, onde a deficiência é explicada biologicamente e patologicamente possuía uma intervenção reparadora, buscando tornar as pessoas mais independentes e produtivas, tal modelo surgiu através do desenvolvimento de uma sociedade industrial, mais produtiva e desenvolvida. A principal crítica deste modelo é que a intervenção reparadora não visava diminuir as diferenças socialmente, muito pelo contrário. Logo surgiu o modelo social, permitiu maior aproximação da sociedade para com as pessoas com deficiência, bem como o avanço de políticas públicas. (FRANÇA, 2013; SANTOS, 2018).
O principal documento que cristalizou a conceituação é intitulado Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens: um manual de classificação das consequências das doenças (CIDID), que atualmente foi incorporado ao CID e não é mais utilizado . (BAMPI, GUILHEM, ALVES, 2010; FRANÇA, 2013).
Com estudos mais avançados surgiu o modelo biopsicossocial, traz à tona a importância da reabilitação e da medicalização como elementos importantes, bem como inclusão de reflexões sobre o bem-estar psicológico e emocional da pessoa com deficiência. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde(CIF), de 2001, considera a deficiência a partir dos aspectos sociais, ambientais, econômicos, além dos individuais e físicos. (FRANÇA, 2013; SANTOS, 2018).
Psicologia Escolar e Inclusão
A deficiência foi adquirindo várias interpretações, desde sinal de forças ocultas da natureza até fatalidade orgânica que acomete os indivíduos, considerando necessidades emergentes que se põem na relação dos indivíduos com o meio. Na atualidade, discussões relacionadas a deficiências no âmbito escolar são cada vez mais recorrentes e relevantes, visto a diversidade cultural, econômica dos alunos e a falta de profissionais capacitados na rede de educação. (SILVA, 2006; GONÇALVES, 2017).
Historicamente até meados do século XX a educação especial e educação regular eram modalidades distintas, com metodologias, avaliações, espaços diferenciados, em que crianças especiais iam para escolas especiais. A partir da década de 1960, com o movimento de integração, iniciou-se a defesa pela aproximação entre a educação especial e o sistema educacional regular. A LDB, nº. 4.024/61, afirma o direito à educação dessas pessoas e determina que ela deva enquadrar-se no sistema geral de educação, no que for possível. (NÓBREGA, FERRO, ROCHA, 2015).
A partir de 1990 começaram movimentos de inclusão, preconiza-se que os alunos com necessidades educacionais especiais devam estar matriculados em escolas regulares, regulamentado pela LDB 9.394/96. (NÓBREGA, FERRO, ROCHA, 2015).
Quando deslocamos o foco dos números de matrículas em direção ao chão da escola, deparamo-nos com uma inclusão que somente garante a presença física dos alunos. Professores despreparados, famílias desassistidas, crianças que não aprendem, dificuldade de uso de recursos, escolas e bairros inacessíveis... São alunos excluídos na própria inclusão. (NÓBREGA, FERRO, ROCHA, 2015).
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