TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A Interpretação de sonhos uma alegoria

Por:   •  3/11/2017  •  Resenha  •  760 Palavras (4 Páginas)  •  250 Visualizações

Página 1 de 4

UNIFESP                                                                               Psicologia – Teoria Freudiana I

Qual a relação entre sono e sonho?

Como dito por S. Freud na segunda parte da interpretação dos sonhos: “temos de encarar o sonho como guardião do sono”. O sono como necessidade biológica é essencial para a manutenção de mecanismos do corpo, mas que contradizem os desejos do mundo psíquico interno do sujeito. Freud demonstra com facilidade o dito com o sono de uma criança que, apesar de fadigada e deitada para dormir, ainda se mostra um turbilhão de desejos: mais um beijo, continuar dormindo. O sonho então possibilita que a criança descanse, realizando estes desejos enquanto dorme e possibilitando que essa continue a dormir.

Mesmo que o mundo psíquico interno adulto já tenha sido acrescido da experiencia cotidiana de que desejos podem ser adiados para serem satisfeitos em melhores momentos, o mecanismo do sonho age de modo semelhante. A consumação dos desejos continua se fazendo presente por exemplo com a resolução de necessidades fisiológicas (dormir com fome e sonhar com a satisfação dessa necessidade).

O Sonho, então, atua como guardião: mede a importância das interações externas e internas durante o sono, acordando o sujeito somente se necessário. Freud ilustra as interações externas sendo codificadas no mundo psíquico, para que permitam que o sonho continue. Como exemplificado pelo rapaz, que sonha dirigir e escrever uma peça de teatro encerrada com uma chuva de aplausos. O próprio rapaz identifica que, por mais que tenha continuado dormindo, acredita que alguém devia estar batendo um tapete ou um colchão no mundo externo.

Freud afirma que por mais que a simbologia dos sonhos não é criação do trabalho do sonho, e nem exclusiva a este, mas é uma característica do mundo psíquico interno de mesclar símbolos: universais (reis e rainhas para representar os pais dos sonhadores ou quartos para representar mulheres), símbolos culturais (que podem depender da linguística e cultura) e símbolos individuais (que tem ligação com o dia, os problemas recentes e cotidianos do sonhador).

Fazendo uma analogia, uma das interpretações do filme The Wall dirigido e escrito por Roger Waters é de que o amontoado de histórias narradas sejam um sonho. O filme conta com três linhas não cronológicas que se aproximam da estrutura de um sonho, sendo que, uma delas se passa na infância do narrador (e evidencia traumas como a perda do pai na guerra e a relação que teve com sua mãe e sua escola depois disso); outra se passa no início da vida sexual do narrador (que mostra o inicio do seu envolvimento com drogas); e uma terceira que mostra o próprio narrador, sentado num quarto de hotel.  

Toda a narrativa do filme se mostra lúdica e distorcida, e a falta de paralelismo no roteiro (já que nenhuma das “histórias” contadas segue cronologia ou sequência lógica) copiam o ritmo do sonho. O desejo interno pode ser evidenciado na fala da mãe em um dos trechos de sua infância: “Mamma’s gonna keep you right here under her wing, she won’t let you fly but she might let you sing, mamma’s gonna keep baby cozy and warm”; em tradução livre: Mamãe vai deixar você aqui debaixo da asa dela, não deixará você voar, mas deixará você cantar, mamãe deixara o bebe quentinho e confortável. O que demonstra o desejo de se sentir cuidado e amado pela mãe. As batidas na porta de seu quarto que se confundem hora com as batidas no portão de sua escola, ora com um trem passando pelos trilhos.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (4.2 Kb)   pdf (58.8 Kb)   docx (9.8 Kb)  
Continuar por mais 3 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com