A Linguagem Corporal
Por: Gount • 14/4/2015 • Trabalho acadêmico • 1.120 Palavras (5 Páginas) • 184 Visualizações
"…the young and the old of widely different races, both with man and animals, express the same state of mind by the same movements."
Charles Darwin[1]
A linguagem corporal é aquela que se transmite por meio de gestos e posturas. Os estudos sobre a linguagem corporal analisam as emoções que se transmitem por meio do movimento, tais como a expressão facial, o movimento dos olhos, das mãos, das pernas, dos pés e do corpo em geral. No século XIX, Charles Darwin na sua obra “As Expressões das Emoções no Homem e nos Animais” já refletia sobre o carácter biológico das emoções e do modo como a humanidade as exprimia, numa época em que falar de emoção era sinónimo de falar de um “ser” imaterial ou de alguma instância mental superior desconectada da nossa natureza biológica. Estava assim dado o mote de partida para a ampla investigação da expressão de emoções e sentimentos através de linguagem verbal e não-verbal, principalmente no campo da Psicologia.
Este breve resumo introdutório transporta-nos agora para a frase de Paul Ekman[2], psicólogo e investigador americano considerado por muitos o pioneiro no estudo das expressões faciais conectadas as emoções. Autor que se dedicou especialmente ao estudo e formulação do conceito que nos remete para particularidades que veem para além das expressões faciais universais (básicas)[3], já por ele aprofundado, referindo-nos às micro expressões, as quais em menos de um segundo brotam e logo desparecem da simbologia transmitida pelos indivíduos nas suas interações sociais, delineando uma suave linha entre a expressão de um sentimento real no decurso de uma oratória que o pode contradizer se for minuciosamente observado.(Exemplo: Discursos de Arnold Swasneger[4] ou Marion Jones[5]
Esses estudos, em conjunto ou separadamente, indicam-nos o estado anímico e as intenções da pessoa, bem como as características individuais da personalidade, as quais são reforçadas através de sentimentos como: segurança, timidez, violência, desejo de posse, concorrência, etc. Podemos dizer então, que a postura expressa as atitudes e os sentimentos das pessoas. Esse tipo de articulação encontra-se na soma de todos os níveis de comunicação seja ela oral, visual, corporal e da imaginação.
Um adultério presidencial e o estranho caso de Ms. Smith.
"As pessoas falam sem falar. O rosto grita."
Dr. Armindo Freitas Magalhães[6]
O adultério é talvez dos problemas sociais mais antigos do mundo, desde a antiguidade até a contemporaneidade é considerado como transversal nos tempos. Por mais desenvolvida que seja a sociedade nos seus mecanismos de integração, este não é tido como problema pois os papéis que ambos conjugues assumem na comunidade em que se inserem são distintos e o homem é tido como imune ou na máxima tolerância, perdoável. Já a mulher apenas se limita a aceitar a situação mesmo que seja considerada uma humilhação para a mesma seja para a manutenção de aparência (ex: pequenas comunidades rurais) ou de estatuto (casos mediáticos). Quando se é presidente da maior potência económica e militar do mundo chega o dia em que a objetiva de camara televisiva se torna no nosso pior pesadelo. Que o diga Bill Clinton, ex-presidente dos EUA que na tentativa de refutação das acusações de que era alvo tornou-se um alvo ainda maior pois a sua linguagem corporal mentia acerca da tentativa de verdade que ele queria transparecer[7]. Um pequeno gesto indicador dissonante do local para onde os seus olhos se focavam ao longo de uma suposta declaração de inocência, uma expressão verbal (“aquela mulher”) e uma saída de sala completamente desorientada emocionalmente visível no rosto. Este comportamento contraditório não deixaria dúvidas aos olhares mais meticulosos, entre os quais estavam o do já supracitado Dr. Paul Ekman que descortinaria imediatamente a mentira por detrás destas declarações. O exemplo máximo em que a dissonância dos vários tipos de linguagem utilizados por Clinton (verbal, gestual e facial) denunciou um dos mais famigerados mestres arte da comunicação e imagem no círculo político.
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