A Magia das Palavras
Por: Aline Príncipe • 2/5/2017 • Monografia • 5.682 Palavras (23 Páginas) • 216 Visualizações
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN
A Magia da Palavra
Trabalho de Conclusão do Curso de Pós- Graduação em Psicologia Hospitalar na Unidade de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein, sob a orientação da Professora Sueli Pinto Minatti.
São Paulo - SP
2016
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a minha orientadora Sueli Minatti, pela dedicação no pouco tempo que lhe coube e por gentilmente estar sempre disposta a me dar todo suporte necessário, com suas críticas construtivas, sugestões e incentivos, que só vieram a somar nesse trabalho.
Agradeço também aos meus familiares pelo apoio irrestrito.
Às minhas queridas amigas Ieda, Shelly e Sigrid, que estiveram comigo desde o primeiro dia do curso, me apoiando com suas palavras, paciência, amizade e companheirismo.
Ao coordenador do curso Matheus Oliveira pelo comprometimento e conhecimento compartilhado.
Resumo
Este trabalho tem como objetivo abordar a função do diagnóstico dentro do ambiente hospitalar e tem como base o referencial teórico da Psicanálise, descrevendo as diferenças entre essa função para o médico e para o psicanalista. Para atingir o objetivo, a pesquisa adotou como método, o relato de caso de uma paciente internada, submetida a suposições de patologias, porém sem um diagnóstico fechado, sendo assim, se fez necessário entender o que tinha por traz desse desejo de busca por um nome para sua doença. O trabalho traz também um breve histórico da função da linguagem na vida das pessoas, e qual a dimensão da palavra na vida do ser humano.
Palavras-chave: Diagnóstico, Discurso, Psicanálise, Linguagem, Palavra
SUMÁRIO………………………………………………………………………..……. 5
1) INTRODUÇÃO…………………………………………………………………..… 6
2) APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO………….……………………………. 8
3) MEDICINA X PSICANÁLISE: OS DIFERENTES DISCURSOS PARA O DIAGNÓSTICO…………………………………………………………………….. 10
4) O ESTRANHO……………………………………………………………………15
5) A FUNÇÃO DA PALAVRA…………………………………………………….. 18
REFERÊNCIAS……………………………………………………………….…… 22
CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………………………………………. 23
GLOSSÁRIO……………………………………………………………………….. 24
1. INTRODUÇÃO
Jogar um pouco de luz sobre a relação entre o paciente que não sabe a patologia a qual está acometido e a instituição onde busca tratamento é o objetivo geral desse trabalho, consistindo em contribuir, teoricamente, com o tema abordado e demonstrar aos profissionais de saúde, a importância da comunicação, do discurso do outro e poder influenciar direta ou indiretamente na construção de novos conhecimentos que possam ser somados à pratica dentro do ambiente hospitalar.
A ideia para este trabalho surgiu quando foi observada a angústia pela qual o paciente passa quando não consegue ter acesso ou ninguém esclarece, de forma objetiva, a doença que lhe aflige. Desta forma, buscou-se fundamentação na psicanálise para que se pudesse compreender melhor essa angústia e qual a função da palavra e os efeitos dos diferentes tipos de discurso em um hospital. Então, realizou-se um breve contraponto entre o discurso do médico, assumido como o representante da ciência empírica, portanto, objetiva, com o discurso do psicanalista, que tem na verbalização dos sentimentos, seu principal material de trabalho.
Já há algum tempo, vários são os trabalhos que demonstram que a diferença deste discurso fica cada vez mais evidenciada, onde a objetividade e, de certa forma, a objetividade da fala do profissional médico acaba criando barreiras e distanciamento entre ele e aquele que recebe o tratamento, caracterizando um cenário de hierarquização e onde a responsabilidade pela sua cura e tratamento ficam, exclusivamente, na mão do médico. E quando o médico diz ao paciente que não há como determinar uma patologia, grande frustração pesa sobre aquele que buscou tratamento e suplantar um processo que lhe incomoda e assusta.
Porém, é importante deixar claro que este trabalho não objetiva contrapor ciências ou dizer que há uma abordagem certa ou errada, muito menos por para duelar profissionais tão importantes dentro do hospital. Quer-se explicitar que, em determinadas situações, há a necessidade de se escutar o paciente e coloca-lo como parte ativa na busca pelo seu diagnóstico. Faz-se necessário abrir canais de comunicação horizontais e diretos para que o paciente possa minimizar sua angústia.
Assim, este trabalho adotou a metodologia de relatar e acompanhar, o caso de uma paciente em situação análoga a esta e evidenciar como isto repercute em sua vida e como outros problemas podem surgir.
O atendimento não recebeu um pedido, nem dos médicos, nem da enfermagem, parecendo dessa forma não haver nenhuma preocupação dos profissionais que compõe o campo médico, deixando claro nesse caso que a equipe só iria se interessar por aquela paciente quando ela tivesse um diagnóstico em seu prontuário. O que me chamou atenção foi pensar, afinal, porque o paciente só é tratado a partir do diagnóstico? Sem diagnóstico ele é praticamente inexistente enquanto alguém que possa ser tratado?
Buscou-se observar, in loco, como o discurso (ou sua falta) pode causar traumas psíquicos e incertezas ainda maiores a quem já está em posição de fragilidade.
Através
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