A PRÁTICA EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA: UMA REVISÃO NA REVISTA PSICOPEDAGOGIA
Por: Mary Helen Rodrigues Santos • 2/3/2018 • Ensaio • 2.963 Palavras (12 Páginas) • 259 Visualizações
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CURSO DE PSICOLOGIA
MARY HELEN RODRIGUES SANTOS
KARINE DE MELO MESQUITA
MARÍLIA-SP
2016
A PRÁTICA EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA: UMA REVISÃO NA REVISTA PSICOPEDAGOGIA. SANTOS, Mary Helen Rodrigues; MESQUITA, Karine Melo. ORIENTADORA: TOMÉ, Marta Fresneda. PSICOLOGIA/UNIMAR. E-mail: martaftome@yahoo.com.br
A Psicopedagogia estuda os métodos de aprendizagem de crianças, adolescentes e adultos, identificando os transtornos e as dificuldades que intervém na assimilação do conteúdo, podendo realizar as intervenções necessárias. Em outras palavras, procura compreender como ocorre o processo de construção do conhecimento nos indivíduos. O objetivo desta pesquisa foi realizar um levantamento bibliográfico e caracterizar publicações periódicas nacionais sobre as técnicas de intervenções Psicopedagógicas mais utilizadas nos artigos publicados da Revista Psicopedagogia no período de 2011 (dois mil e onze) a 2016 (dois mil e dezesseis). Sendo esta, uma pesquisa qualitativa que utilizou a técnica de revisão bibliográfica e análise de conteúdo. Foram pesquisados todos os artigos publicados na Revista Psicopedagogia nos últimos 5 (cinco) anos, sendo coletados 51 (cinquenta e um), e desses foram utilizados para análise desta pesquisa apenas 25 (vinte e cinco). Os artigos aproveitados, empreendiam intervenções Psicopedagógicas para problemas de leitura/escrita, em que foram analisadas as intervenções mais empregadas, a estimulação Neuropsicológica em Psicopedagogia no processo de aprendizagem e as intervenções nas dificuldades de aprendizagem na abordagem cognitiva comportamental. E de forma geral, constatou-se que muitos estudos analisam somente a avaliação diagnóstica, e não explanam, mesmo que de forma geral as técnicas de intervenção utilizadas durante o processo Psicopedagógico. A produção de artigos dos últimos 5 (cinco) anos referente à essa temática, não teve um aumento significativo, sendo em média 10 (dez) por ano. O tema mais frequentemente pesquisado referiu-se à intervenção, dificuldade de aprendizagem e avaliação diagnóstica; foram encontrados poucos estudos sobre as técnicas de intervenções e seus efeitos a longo prazo.
Palavras-chave: Psicopedagogia Clínica. Técnicas Psicoterápicas. Revisão Bibliográfica.
Técnicas de intervenção psicopedagógica para problemas de leitura e escrita
Os métodos de intervenções mais utilizados para os problemas de leitura e escrita de acordo com os artigos analisados, são os métodos fônicos, a psicoeducação para os sujeitos, a orientação para os pais e a formação e capacitação para os professores.
As dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita, deve-se a vários fatores, no qual, será necessário que o profissional à frente, diagnostique.
Os sujeitos com dificuldades na leitura e escrita, têm suas relações sociais, afetivas, familiares e principalmente escolares, prejudicadas, atrapalhando seu desempenho e acompanhamento das atividades que participa. Esses aspectos podem influenciar comportamentos, o que pode desencadear problemas futuros para os mesmos.
Perante o diagnóstico, já é possível realizar as intervenções de acordo com as necessidades do sujeito. Sendo assim, os artigos analisados, descrevem os resultados dos métodos aplicados, mas não detalham os procedimentos.
As intervenções mais utilizadas para as dificuldades de leitura e escrita caracteriza-se pelo método fônico que de acordo com os autores Heinemann, Salgado – Azoni (2012), e Andrade, et al (2014), essas atividades são fundamentais no processo de leitura e escrita e permite indicar que essas dificuldades podem ser significativamente diminuídas com a incorporação precoce de atividades fônicas.
Rozzi (1990 p. 14) diz que a
[...] “consciência fonológica, entendido como capacidade de reflexão e de representação da linguagem falada e escrita, é um termo muito genérico e se refere a capacidades como, por exemplo: (1) discriminar sílabas e fonemas, ou seja dividir uma palavra em suas sílabas, e as sílabas em fonemas; (2) reconhecer que palavras diferentes possuem sons em comum ( por exemplo, que as palavras “cadeira” e “madeira” rimam); (3) identificar traços específicos da linguagem escrita; ou (4) segmentar frases em palavras separadas, dado que a atenção focalizada sobre o significado induz a não considerar-se as palavras menos salientes como as preposições, as conjunções, etc.”
Dessa forma, o método fônico tem como proposta a progressão das unidades menores (letra, fonema, sílaba), para as unidades mais complexas (palavra, frase, texto). Tendo seu enfoque nos processos de decodificação, que insistem nas correspondências entre o oral e o escrito e entre o som e a grafia. Este método utiliza um conjunto de princípios teóricos procedimentais que organizam o trabalho pedagógico em torno da alfabetização.
As atividades fônicas se caracterizam pela consciência fonêmica que apontam as habilidades de reconhecer os segmentos de sons que formam uma palavra, que por sua vez chama-se fonemas. Mas para tanto, ao apresentar os sons das palavras aos sujeitos, essa não deve ser feita de modo mecânico e sem sentido. Mas com o propósito, de acordo com Rodrigues e Ciasco (2016 p.89), de “ estimular a habilidade das crianças prestarem atenção aos sons de forma seletiva, ou seja, discriminação e denominação de sons diversos (reais ou gravados) ”.
Ainda de acordo com os mesmos autores, a estimulação da consciência fonológica, utiliza-se de rimas para introduzir os sons das palavras, usando como estratégias: músicas, parlendas, poesias infantis com rimas etc, que busca trabalhar a atenção e aprimorar a consciência para os sons da fala. O objetivo nesse primeiro momento, ainda não é o de ensinar o sujeito a ler ou escrever, mas sim de auxilia-lo por meio de atividades, a perceber que há uma ligação entre os sons que ele ouve nas palavras e as letras que configuram estes sons.
As atividades de aliteração buscam ouvir um determinado som e associá-lo à sua fonte, no qual ajuda as crianças a aprimorar suas habilidades com o alfabeto.
As atividades para a consciência das palavras, segundo Rodrigues e Ciasca (2016 p. 90) propõem, “desenvolver a consciência de que a fala é constituída por sequência de palavras, ou seja, que frases são cadeias linguísticas pelas quais transmitimos nosso pensamento. ”
Nessa perspectiva temos ainda as atividades para desenvolver consciência de sílabas, atividades de identidade fonêmica que visa a identificação de fonemas, o teste de repetição de não palavras, que de acordo com Heinemann e Salgado-Azoni (2012 p. 28) “é um teste que avalia a memória fonológica de trabalho”. A prova de ditado e o teste de nomeação rápida de figuras e dígitos, que é utilizado para medir a velocidade de nomeação. Estas atividades referidas acima, são algumas das encontradas nos artigos utilizados por nós, porém, nos mesmos não é especificado o modo como realizam essas técnicas.
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