A Psicanálise Iclínica Nos Bastidores: O Trabalho Com Os Pais Na Clínica Psicanalítica Com Crianças
Por: 7188 • 18/7/2023 • Resenha • 2.470 Palavras (10 Páginas) • 58 Visualizações
[pic 1] | Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) Curso de graduação em Psicologia www.unisul.br |
Daniela Anacleto Satake
Pedrielli Clara de Assis
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PSICANÁLISE I: CLÍNICA NOS BASTIDORES: O TRABALHO COM OS PAIS NA CLÍNICA PSICANALÍTICA COM CRIANÇAS
Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de nota na Unidade de Aprendizagem: Métodos e Técnicas em Psicanálise; Certificação: Fundamentos Teóricos e Técnicos da Psicanálise, ministrado pelo professor Drº. Maurício Eugênio Maliska; U.A.: referente ao período letivo de 2023.1.
Prof.º Dr. Maurício Eugênio Maliska
Florianópolis
2023
Trata-se de uma resenha crítica que visa apresentar contribuições do artigo intitulado a “Clínica nos bastidores: O trabalho com os pais na clínica psicanalítica com crianças”, articulando com os conceitos que sustentam a prática psicanalítica, como o método e a técnica analíticos, a metapsicologia do psicanalista, os limites de uma análise, às adaptações da técnica em contextos institucionais, os aspectos éticos das intervenções profissionais e as especificidades da psicanálise infantil. A partir do conhecimento adquirido em leituras, referências literárias e aulas on-line será possível refletir criticamente sobre os diversos temas relacionados à Psicanálise I, abordagem terapêutica cujo foco é investigar o inconsciente do paciente, visando à compreensão e as causas de seus problemas emocionais e comportamentais.
A prática da psicanálise envolve uma escuta livre e atenta do paciente, tanto em relação ao seu mundo interno quanto externo. Essa escuta é realizada com critérios éticos e profissionais, que garantem o respeito aos direitos do paciente e a preservação do sigilo profissional. Segundo Maliska (2023) é de suma importância a ética na prática clínica, destacando a necessidade de reflexão constante sobre as particularidades de cada caso, e que pode haver implicações quando se trata do público infantil e instituições como hospitais ou Centros de Atenção Psicossocial.
A literatura do artigo a: “Clínica nos bastidores: O trabalho com os pais com os pais na clínica psicanalítica”: traz reflexões, e concepções importantes que corroboram com essa discussão ao afirmar sobre o “complexo trabalho do psicanalista de crianças implica reflexões acerca da ética da psicanálise nessa clínica, com seus obstáculos e atravessamentos” (VOLCARO, 1999 apud WILES; FERRARI, 2015, p. 104). Isso significa que as intervenções terapêuticas devem ser adaptadas às particularidades de cada paciente e que o terapeuta deve estar em constante formação e supervisão para garantir uma escuta atenta e sensível às demandas do paciente.
Nesse sentido, faz-se necessário compreender alguns conceitos fundamentais dessa abordagem, segundo as aulas expositivas, que permite que o paciente fale livremente sobre seus pensamentos e sentimentos, sem censura ou julgamento. A atenção do analista deve se manter flutuante, permanecendo em aberto as associações da fala do paciente, sem se prender a algum tema específico. Esse método pode ter efeitos importantes no processo de análise, para que o paciente acesse conteúdos inconscientes e trabalhe com eles. Na transferência, os sentimentos do paciente se projetam ao terapeuta, facilitando a influência do analista por nutrir um sentimento de empatia, respeito, auxiliando na baixa da resistência; além disso, pode ocorrer à contratransferência, sendo ela positiva ou negativa, independente de qual seja, é preciso ser trabalhada pelo terapeuta, para evitar que a contratransferência interfira no processo da análise. Tanto na transferência como na contratransferência há obstáculos no processo da análise, caso não seja trabalhada adequadamente esses conceitos fundamentais para que o processo de análise ocorra (MALISKA, 2023).
O trabalho na clínica psicanalítica com crianças é de extrema importância, pois muitas vezes a demanda do tratamento é dos pais e não da criança. Além disso, trabalhar com os pais pode ajudar a entender melhor o contexto familiar em que a criança está inserida e como isso pode estar afetando seu desenvolvimento psíquico. A partir dessa experiência, observa-se que essas queixas e questionamentos podem estar relacionados a influência que os pais exercem no desenvolvimento da criança, e a forma de manejar os sintomas apresentados, conforme Wile e Ferrari (2015, p. 105) esses “questionamentos se amplificaram em função da influência direta dos pais no tratamento de seus filhos, uma vez que muito depende deles, como a frequência da criança nos atendimentos, os atrasos, a desistência, e o pagamento.
Desta forma, é fundamental considerar o papel dos pais no tratamento com crianças, trabalho que contribui para a melhoria e bem-estar social de seus filhos. Na Psicanálise, o envolvimento dos pais na clínica com crianças é essencial, no entanto, diferentes autores-teóricos apresentam abordagens específicas para se pensar na clínica com crianças. Anna Freud destacava a demanda do tratamento vinda dos pais, buscando trabalhar próximo a eles e com a criança, ensinando-os a resolver conflitos. Por outro lado, Melanie Klein considerava o contato direto com os pais desnecessário, focando no trabalho com os pais internalizados na criança. O movimento lacaniano trouxe uma nova compreensão, valorizando o papel privilegiado dos pais na análise infantil, contrapondo abordagens pedagógicas ou intrapsíquicas (ANNA FREUD 1926,1927,1971; MELANIE KLEIN,1932,1994, apud WILE; FERREIRA, 2015).
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