A Psicologia Escolar
Por: Brendaesoares • 30/11/2017 • Trabalho acadêmico • 2.355 Palavras (10 Páginas) • 274 Visualizações
Este trabalho foi elaborado a partir da entrevista estruturada e aberta, realizada junto a Psicóloga Escolar do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Henriett Marques Montanha, profissional concursada nesta instituição, há onze anos. Esta entrevista teve como objetivo possibilitarmos o conhecimento e compreensão na prática dessa área de atuação da psicologia, que ainda nesta década tem sido considerada nova.
Portanto Sendo “a escola,” o nosso foco de observação, como citamos abaixo, para (GOUVEIA,1993), a escola tem sido sim objeto de controvérsia em suas escolhas de funcionamento e aplicações de posturas, levando a um aperfeiçoamento de forma externa. “Assim, a atenção em parte se desloca do comportamento escolar do aluno para o rendimento do “produto” da escola na situação de trabalhador ou profissional (GOUVEIA, 1993, p.18)”
Abrangendo parcelas cada vez mais numerosas e diversificadas da população e envolvendo os indivíduos durante períodos prolongados, que se iniciam cedo na infância e avança pela vida adulta, a escola, no Brasil como em outros países, constitui hoje objeto de discussão que ultrapassa o círculo dos grupos diretamente implicados no seu funcionamento. Tendo adquirido grande visibilidade social, inclusive porque passou a absorver parcelas consideráveis dos recursos públicos, a escola tem sido julgada de diferentes ângulos e com variadas preocupações (GOUVEIA,1993 Cap:3).
O psicólogo escolar vem rompendo a visão de que mesmo instituído no contexto escolar, deveria ter como atuação a clínica e o diagnóstico patológico, tratando o indivíduo de forma individual, apenas responsabilizando o aluno e a sua família por todo e qualquer resultados.
A partir das análises dos textos abordados em sala de aula, vimos que por mais que haja profissionais que ainda pensem ou tem a forma clínica de atuar nos ambientes escolares, hoje a psicologia escolar tem atuado com ações multidisciplinares, levando em conta não apenas os aspectos individuais dos alunos, mas também de todos os atores que dela participam como os professores, funcionários, coordenadores, família, sociedade, os projetos pedagógicos, métodos de ensino, políticas educacionais, um trabalho em conjunto, incluindo os encaminhamentos a profissionais da saúde, assim contribuindo com o desenvolvimento e o processo de ensino e aprendizagem, na busca de erradicar o fracasso escolar por suas diversas vertentes.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E ANÁLISE DA ENTREVISTA
No decorrer da nossa entrevista, a psicóloga mostrou seu interesse na área e no contexto em que atua, e o quanto tem contribuído com verdadeiras aplicações de ações junto a Instituição e alunos, pais e alunos, coordenação e alunos, possibilitando assim fazer a grande diferença no ambiente em que ela tem atuado nestes onze (11) anos. Remetendo-nos ao texto lido e discutido em sala de aula, da autora (Martinez, 2009); onde ela traz dois modelos de intervenção escolar, a “tradicional e emergente”, como formas de levar além essa profissão com boas parcerias e dinâmicas que envolvem um todo, não trazendo peso ao aluno e sua família, nem mesmo segregando este aluno por sua situação financeira. Mas sim pelo contrário, busca-se a intervenção tradicional, onde a escola e seus atores envolvidos participam ativamente para construir o psicoeducacional, com atuações dinâmicas de acolhimentos e aconselhamentos preventivos.
A forma da atuação “tradicional” está associada à dimensão psicoeducativa do contexto escolar, dimensão essa que tem sido o principal objeto de atenção do trabalho na escola e na qual se centra a atenção de todos seus atores, entre eles, os psicólogos. Elas estão definidas, em grande parte, pelos problemas concretos que, em relação ao desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, tem que ser enfrentados e resolvidos no cotidiano, e para os quais o trabalho do psicólogo se configura como uma resposta. [...] A importância do trabalho do psicólogo direcionado à compreensão da gênese das dificuldades escolares elemento essencial para o delineamento das estratégias educativas e cujo acompanhamento, em parceria com o professor e com outros profissionais necessários, constitui a via para superação dos problemas detectados (MARTINEZ, 2009, p.171).
Quanto à intervenção emergente, na qual podemos claramente observar na fala da Henriett, é sua preocupação em adequar o ambiente escolar em todos os seus âmbitos, segundo a necessidade do aluno em questão, levando-o assim a uma adequação de todos os participantes para deixar de ser mais um número do fracasso escolar. Evidencia-se a preocupação com a dimensão tanto psicoeducacional como a psicossocial da escola.
Na medida em que se reconhece que os indivíduos se constituem e simultaneamente, são constituidores dos contextos sociais nos quais estão inseridos, os aspectos organizacionais da escola como instituição, em especial, sua subjetividade social adquirem especial importância. Aspectos relevantes para compreendermos os processos relacionais que na escola ocorrem e que participam dos modos nos quais os profissionais e alunos sentem, pensam e atuam nesse espaço (MARTINEZ, 2009 , p. 170)
Um olhar atento ao desenvolvimento integral dos alunos permite ao psicólogo estruturar um trabalho de orientação a alunos e pais, seja de forma individualizada, seja de forma grupal, que contribua ao desenvolvimento almejado. (MARTINEZ; 2009, p.171)
Ainda quanto a sua forma de atuação dentro da instituição IFMT, além de sua forma de acolher aos alunos, pais, professores e coordenação pedagógica, podemos enxergar a profissional fazendo uso de uma conjugação da fala no texto de (MARTINEZ, 2009) onde a autora cita (BASTOS & ACHCAR; 1994), retratando a necessidade do uso multidisciplinar, abrangendo todos os participantes envolvidos no ambiente escolar e fora dele, podendo assim se necessário usar quando forem necessários os encaminhamentos.
As práticas psicológicas que estão se modificando no sentido de buscar base de conhecimento multidisciplinar, por tanto indo além da
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