A Psicologia Escolar
Por: fecbrizuenha • 14/2/2023 • Resenha • 575 Palavras (3 Páginas) • 60 Visualizações
UNIP- Universidade Paulista
CPA - Centro de Psicologia Aplicada / Campus Tatuapé
Disciplina: Práticas Psicológicas
Área de Estágio: Psicologia Escolar
Nome: Fernanda Ciamponi Brizuenha RA.: N275278
Supervisor: Ângela Guerreiro
Data: 12/02/2023
O livro A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia, escrito pela psicóloga e doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP), Maria Helena Souza Patto, inicia levando o leitor ao século XIX com ligações do passado com a visão atual em relação a periferia. O trabalhador industrial era anteriormente um camponês, que com a chegada da indústria e da implantação agressiva do capitalismo, acabou perdendo suas terras e precisando migrar para as cidades na tentativa de sobreviver. Os operários recebiam pouco e viviam em condições miseráveis, o trabalho em excesso e o salário extremamente baixo faziam com que eles estivessem abaixo da dignidade humana, que tira a essência do homem e o remetem a animalidade, mostrando o como não aprender, tem história.
Nessa época as teorias socialistas começaram a surgir juntamente de movimentos revolucionários, Karl Marx dizia que a vida do operário ia “além do sacrifício, era mortificação”, mas a guerra contra a burguesia não se solidificou e, segundo Hobsbawn, “a súbita, vasta e aparentemente inesgotável expansão da economia capitalista mundial forneceu alternativas políticas aos países mais avançados”, ocasionando no “recuo da revolução política e no avanço da revolução industrial”.
Por volta de 1848 deu-se início a “Era Do Capital”, que buscava defender os interesses da classe burguesa, tornando os pobres uma espécie de “ameaça controlável” na participação política de uma pseudo democracia.
Os operários não conseguiam se escolarizar devido à necessidade de trabalhar, não estudar acabava não sendo uma escolha, mas sim a única opção mediante a sobrevivência, algo que se estende até os dias atuais. A iniciativa do escolanovismo foi tornar a educação um direito de todos, mas como a vida do pobre não possuía brechas para viver além das indústrias, eles abdicavam de seus direitos aos estudos, deixando a política nas mãos da burguesia.
Preconceitos e estereótipos na maioria das vezes, esteve relacionado à pobreza, acarretando em uma naturalização do baixo desempenho escolar especialmente no que diz respeito às classes menos favorecidas. Explica sobre as questões políticas que envolvem a abordagem dos problemas escolares, onde fica evidente o interesse e a manipulação das classes dominantes.
Durante esse período, no Brasil, existiam fortes pensamentos preconceituosos contra o negro, mestiço e o índio, que eram considerados inferiores e com personalidade selvagem. A burguesia se isentava da responsabilidade pela vida imoral das classes mais baixas, levando a teorias sobre superioridade biológica de uns perante outros, como se os menos afortunados só o fossem por determinação genética e incapacidade de desenvolvimento intelectual.
A autora enumera três causas para as dificuldades de aprendizagem das crianças das classes populares, sendo elas: as condições de vida da criança, a falta de adequação da escola pública para trabalhar com esses alunos e ainda, em relação à figura do professor, destaca a ausência de sensibilidade e de conhecimentos da realidade vivida pelos alunos devido à distância cultural existente entre eles. Infelizmente a escola vai pregando um discurso de uma educação igualitária. No entanto, a responsabilidade do fracasso escolar depositada no aluno.
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