A Psicologia Escolar e a Educação Inclusiva: Uma Leitura Crítica (resenha)

Resenha crítica

A autora Maria Virgínia Machado Dazzani aborda, em seu texto, a relação entre Psicologia escolar e educação inclusiva, destacando a importância das investigações psicológicas para compreender os processos educacionais e escolares. Ela contextualiza o desenvolvimento dessa relação no Brasil a partir da década de 70, mencionando a reflexão dos psicólogos sobre o contexto ideológico, econômico e político, além de questões ligadas à pobreza, injustiça e direitos humanos.

O foco central do ensaio está na temática da inclusão/exclusão social e escolar, ressaltando a importância da inclusão escolar no contexto educativo brasileiro. A autora destaca a preocupação em conciliar o saber técnico da Psicologia com o compromisso ético, refletindo sobre o papel da Psicologia escolar e educacional, sua trajetória histórica e os desafios futuros.

A Declaração de Salamanca (1996) é mencionada como referência, defendendo o princípio de que as escolas devem acomodar todas as crianças, independentemente de suas condições. A inclusão escolar é apresentada como um dos temas mais debatidos na educação, sendo abordada a necessidade de compreendê-la, as condições que favorecem sua viabilidade e os desafios relacionados.

A autora destaca o discurso crítico e militante presente na Psicologia, especialmente no que diz respeito à formação e prática do psicólogo, relacionando-os explicitamente a um compromisso ético-político com a democracia, cidadania e direitos humanos.

O texto também explora questões ligadas à exclusão social e escolar, apontando para o caráter violador dos direitos humanos e da democracia. A ideia de educação inclusiva é discutida no contexto da luta por políticas públicas que garantam o direito à inclusão escolar, enfatizando a diversidade e diferença presentes no ambiente educacional.

A autora aborda críticas à concepção de fracasso escolar, destacando sua relação com ideias de deficiência cultural e a falsa promessa de igualdade na massificação da educação. O debate sobre a inclusão/exclusão escolar é considerado não apenas um problema social, mas também uma construção conceitual com contornos epistemológicos e históricos.

Ao final, são apresentados aspectos relacionados à contribuição da Psicologia escolar para a democratização da educação, envolvendo a formação do psicólogo, seu papel na formação do professor e a pesquisa na Psicologia, ressaltando a importância da interdisciplinaridade nesse contexto.

Em resumo, o ensaio fornece uma visão crítica e reflexiva sobre a interseção entre Psicologia escolar e educação inclusiva, contextualizando o debate no cenário brasileiro e abordando temas relevantes para a compreensão e promoção de práticas educacionais mais inclusivas e democráticas.