A Psicoterapia Breve de Orientação Psicanalítica
Por: EMILIOCESAR • 23/2/2018 • Trabalho acadêmico • 1.487 Palavras (6 Páginas) • 454 Visualizações
PSICOTERAPIA BREVE DE ORIENTAÇÃO PSICANALÍTICA
NETO, Francisco Batista. Psicoterapia Breve de Orientação Psicanalítica. 3ª ed. - Niterói, RJ: 2001.
A Psicoterapia Breve de Orientação Psicanalítica é uma obra do Psicólogo e Psicanalista, Francisco Batista Neto. O texto é um resultado do esforço do autor para mostrar aos estudantes de psicanálise no Brasil, que a técnica psicodinâmica breve de fazer psicanálise é uma realidade desde os tempos de Freud. Consta ainda nesta obra, o desejo do autor de fazer da prática da psicoterapia breve de orientação psicanalítica uma ferramenta potencializadora na reconstrução da vida e da paz interior do homem para serem aplicadas em settings terapêuticos, gerando, o que ele chama, de um exército de analistas que lutam pela saúde mental.
O autor inicia a sua obra abordando definições cruciais que servirão de base para um melhor entendimento da psicoterapia breve de orientação psicanalítica. Primeiro define a psicoterapia, como sendo o tratamento, por meios psicológicos, de problemas de natureza emocional, no qual uma pessoa treinada deliberadamente estabelece um relacionamento profissional com o paciente, com o objetivo de: remover, modificar ou retardar sintomas existentes; interferir em padrões perturbados de comportamento; promover o desenvolvimento e crescimento positivo da personalidade. O autor define a psicoterapia breve como sendo qualquer método de tratamento dos distúrbios psíquicos e emocionais que se utilize dos meios psicológicos para o tratamento, estabelecendo uma relação terapeuta-paciente.
O segundo passo do autor é responder junto aos leitores a pergunta: Por que a psicoterapia breve? O que responde que essa ferramenta surge como uma necessidade emergencial e em resposta ao problema assistencial colocado pelo número cada vez maior de população carente de um tratamento nos centros de saúde mental, nas instituições privadas e nos hospitais psiquiátricos. Para ele as terapias de curto prazo individuais e grupais permitem ampliar a assistência, atendem às limitações econômicas de muitos que procuram ajuda terapêutica, permitindo atender um número de pacientes maior do que se atende numa prática de longo prazo.
O terceiro passo do Doutor Francisco Batista Neto é fazer um breve levantamento histórico e desenvolvimento da psicoterapia breve. Para ele as primeiras experiências de tratamento analítico foram breves e com bons resultados. Ele cita Freud ao atender o Gustavo Mahler, mais conhecido como homens dos ratos, em 1907, que durou apenas 11 meses. Em 1914, Freud em seu caso do Homem dos Lobos fixa, pela primeira vez, uma data para o término da análise. Em 1916 Ferenczi menciona, pela primeira vez, a necessidade de uma psicoterapia breve. Em 1918, Freud em uma conferência em Budapeste sobre "Os caminhos da terapia psicanalítica", propõe uma terapia de base psicanalítica para atender a necessidade assistencial da população, sugerindo que se combinem os recursos terapêuticos da análise com outros métodos. Segundo o Doutor Francisco esta proposta de Freud foi fundamental para a configuração de uma terapia breve de orientação psicanalítica. 1920 a 1925 S. Ferenczi e O. Rank, numa tentativa de abreviar o tratamento analítico, escrevem um livro no qual defendem a idéia de se abreviar a cura psicanalítica com uma técnica chamada método ativo. Em 1937 Freud escreveu um artigo "Análise terminável e interminável", no qual assinala a necessidade de se abreviar a duração da análise. 1941 foi realizado o primeiro congresso sobre psicoterapia breve. 1963 foi marcado pelas teorias de D.H. Malan publica a Study of Brief Psychotherapy, que descrevem a experiência clinica com tratamentos de curto prazo, utilizando o método focal. No Brasil, o crescimento da psicoterapia breve é observado na última década, com o crescimento de publicações e Encontros sobre o assunto.
O quarto passo para expor as suas idéias sobre a psicoterapia breve de orientação psicanalítica, o autor aborda a entrevista como fator de suma importância de coletar as informações necessárias para a avaliar a condição do paciente, e estabelecer um vínculo terapêutico entre o paciente e o profissional. A relação terapeuta-paciente é importante para estar atento a certos fatores que podem interferir nesta relação:relações contratransferenciais, a abordagem do paciente, o ouvir sem julgar e o ambiente.
Seguindo a sua linha de raciocínio, o autor descreve o inicio da entrevista, o que seria o desenvolvimento de uma anamnese, uma espécie de coleta de dados importantes sobre cliente. Ele cita uma abordagem não diretiva como sendo uma certa autonomia que se dá ao cliente para falar de suas questões, pois em primeiro instante, segundo o autor, é preciso tomar conhecimento da história de sua "doença". Uma abordagem mais diretiva se dará para facilitar o falar do cliente. Esta anamnsese seria composta de identificação do cliente, Queixa principal, História da doença atual,História patológica pregressa, História pessoal, História familiar, Exame psíquico e a Súmula psicopatológica. Nesta anamnese se tem conhecimento suficiente para tentar formar os triângulos de interpretação focal, onde o terapeuta precisa estar atento aos dados que comporão o Triângulo do conflito e o Triângulo de insight. Triângulo do conflito é composto: Impulso - sentimentos encobertos; Ansiedade - conseqüências temidas e Defesa - métodos adotados para evitar sofrimento ou não enfrentar os sentimentos encobertos. O Triângulo da pessoa insight é composto pelo: Outras situações do presente do paciente; História de vida passada (pais) e Transferência ou relação terapêutica. Estes triângulos são ferramentas para se trabalhar o FOCO, ou seja, o material consciente e inconsciente do paciente identificado como área a ser trabalhada no processo terapêutico.
...