A Relação mãe-filho no romance Harry Potter à luz da Psicanálise

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

TARCISIO DAVI SOARES DA SILVA – Mat.: 1322359-9

A RELAÇÃO MÃE-FILHO NO ROMANCE HARRY POTTER

À LUZ DA PSICANÁLISE

Fortaleza

2017

TARCISIO DAVI SOARES DA SILVA

A RELAÇÃO MÃE-FILHO NO ROMANCE HARRY POTTER

À LUZ DA PSICANÁLISE

TCC apresentado ao Curso de graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza como requisito parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso em Psicologia. Grupo de Pesquisa: Psicologia. Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Social.

Orientador(a): Profª. Ms. Rosita de Lina Montenegro Duarte Paraguassú

Fortaleza

2017

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Ficha catalográfica da obra elaborada pelo autor através do programa de geração automática da Biblioteca Central da Universidade de Fortaleza

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Silva, Tarcisio.

   A RELAÇÃO MÃE-FILHO NO ROMANCE HARRY POTTER À LUZ DA PSICANÁLISE / Tarcisio Silva. - 2017    29 f.

   Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade de Fortaleza. Curso de Psicologia, Fortaleza, 2017.    Orientação: Rosita Paraguassu.

   1. HARRY POTTER. 2. VINCULO MÃE-FILHO. 3. FANTASIA. 4.

PSICANÁLISE. I. Paraguassu, Rosita. II. Título.

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS CURSO DE PSICOLOGIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

A RELAÇÃO MÃE-FILHO NO ROMANCE HARRY POTTER

À LUZ DA PSICANÁLISE

Tarcisio Davi Soares da Silva*¹;

Rosita de Lina Montenegro Duarte Paraguassú²;

*¹ Universidade de Fortaleza – Curso de Psicologia – (IC)

[e-mail]

² Universidade de Fortaleza – Professora-Orientadora – (PQ)

Palavras-chave: Harry Potter; Vínculo Mãe-Filho; Fantasia; Psicanálise

Resumo

Esse estudo consiste em um Trabalho de Conclusão de Curso do curso de Psicologia, cujo o título é a relação mãe-filho no romance Harry Potter à luz da Psicanálise, em que o questionamento se dirige para o problema no qual não se tem uma demanda considerável de pesquisas sobre o tema, e por isso o objetivo é analisar a relação das mãe e seus filhos nos livros do romance, baseado na teoria de Melanie Klein, de seio bom e mau e posições esquizo-paranóide e depressiva. A metodologia deste estudo foi a análise bibliográfica, com revisão de literatura e revisão sistemática. Os resultados encontrados mostram que em alguns livros do romance existem figuras maternas que podem ser associadas com os conceitos de Klein, acerca do tema. Como conclusão, o trabalho chega a perceber que existem verdadeiramente figuras maternas no romance Harry Potter, no qual elas se distanciam do plano do determinismo biológico e se instaura no âmbito do simbólico psicanalítico da relação mãe-filho.

Introdução

O interesse pelo tema surgiu desde a infância, onde o envolvimento com o romance, perdura até os dias atuais. O relacionamento das mães com os filhos nos livros de Harry Potter, despertou a investigação na perspectiva da Psicanálise que buscará explicar muitos dos comportamentos e atitudes que alguns desses personagens sustentam durante a história.

A relevância deste trabalho se faz a partir da articulação da psicanálise com uma obra literária de grande repercussão no universo juvenil. Nesta perspectiva, os estudos envolvendo a compreensão da subjetividade, levam à ampliação da psicologia. E socialmente, levará o jovem para além de uma simples leitura de uma obra literária ampliando seus conhecimentos nas articulações com a teoria Psicanalítica.

O estudo da relação mãe-filho no romance Harry Potter à luz da psicanálise se dá inicialmente a partir de um estudo sobre o que é o mito e a magia aos olhos da filosofia, onde nesse mesmo solo, nasce o conceito de fantasia. O romance Harry Potter utilizado para o desenvolvimento do trabalho se insere nesse gênero literário de fantasia, onde se vê uma maior liberdade na narrativa dos acontecimentos.

Para fazer essa leitura do romance Harry Potter foi utilizado a linha de pensamento psicanalítica, no qual em suas teorias responde com clareza o problema delimitado. Foi necessário esclarecer alguns conceitos citados inicialmente por Freud, para que depois se possa explicar o porquê de utilizar uma releitura Kleiniana desses termos para se tratar da relação mãe-bebê.

A série fantasiosa de Harry Potter, escrita por Joanne Kathleen Rowling (1997), é composta por sete livros publicados em um período de nove anos. Os romances contam a vida do seu personagem, Harry Potter que lida com perdas, com a sobrevivência e independência, tudo em nome de derrotar o mal e salvar toda a sua raça. Harry tenta em sua saga como menino e depois como adolescente, equilibrar o destino do mundo bruxo, ao longo de sua estadia na escola adquirindo o conhecimento mágico necessário para derrotar o mal. Contudo, antes de realizar um estudo detalhado sobre o assunto central do trabalho é necessário que se entenda um pouco sobre o que é o mito para a filosofia.

        Compreende-se aos olhos da filosofia que o mito é a primeira análise do mundo, e o início de outros questionamentos do real não afasta do homem aquilo que forma a raiz de sua inteligibilidade. O mito é o começo para que se entenda o ser (Campbell, 1988).

        Este é o solo onde surge a fantasia e, em conjunto, a magia e a fé religiosa. No mundo fantasioso não existe um limiar claro entre os seres. O olhar da realidade não é naturalístico, ao contrário, a referência no qual ele se retrata é a sociedade humana. De acordo com esse olhar, o homem não possui um lugar priorizado nessa sociedade da vida. O que ocorre de fato na atitude mítica é a ligação da inabalável unidade da vida, em réplica ao temeroso e inevitável fenômeno da morte. Se a morte afeta cada um pessoalmente, a vida ganha no plano conjunto das espécies ou no plano da sociedade da vida (Campbell, 1988).