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A casa de Petros .. Faculdade Ages

Por:   •  7/10/2015  •  Resenha  •  5.404 Palavras (22 Páginas)  •  384 Visualizações

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A casa de Petros.

Escrito por Albert Silva

Serpente. Cap. 1.

De repente, uma floresta, um caminho a trilhar, era noite de lua cheia, o vento soprava com força, e a temperatura caía a cada minuto que passava. Um caminho apertado e longo, minha visão não alcançara o final da estrada, só a neblina branca rastejando pelo chão. Pássaros voam berrando, eles são negros, olhos vermelhos, refletindo a dor e o medo. A solidão também estava presente naquela noite, assim como alguns pecados capitais. Flores venenosas e espinhosas decoravam as laterais da estrada de terra, flores brancas, amarelas e vermelhas, todas tão lindas e perigosas, que podem até ser comparados aos olhares de algumas pessoas. Me chamo Tomas, e não sei ao certo onde estou.

Uma voz suave e doce sussurrava em meu ouvido:

- Não tenha medo do escuro, e sim do que há dentro dele e é pra lá que estás seguindo, para a escuridão.

Entendo a mensagem, mais continuo seguindo em frente, aquela voz, de alguma maneira, persuadiu - me a desvendar o mistério daquela escuridão. As arvores sem cores, com galhos imensos feito garras. Uma serpente está envolvida em um dos galhos, sorrindo ironicamente, o réptil era grande, com três cabeças e olhos de um amigo fiel.

 - Você vai sentir o fardo da traição, o vão, não olhe para trás, só vá adiante, há uma fogueira a sua espera, vai ser a sua chegada ao paraíso, quente e árduo, porém eterno, como a dor de um amor.

Tudo o que eu desejava naquele momento, era destruir as cabeças daquela serpente, mais algo me dizia para prosseguir. A serpente me fazia companhia durante o percurso.

- O medo e o poder de decisão andam de lado a lado, a decisão é fundamental para uma escolha bem sucedida, porém o medo de errar faz tudo sumir, feito fumaça se exalando no ar.

A cada passo, mais próximo eu estava da escuridão, pronto para entrar sem pedir licença. Posso notar nela, medos insignificantes, traumáticos. Chegando no destino, a serpente fez questão de me acompanhar naquele mar sombrio que estava a meu aguardo.

- Você me pertence Tomas, você em breve traíra ou será traído, qual sua escolha?

O encontro com a escuridão aconteceu de repente, não fazia diferença fechar ou abrir os olhos, porem minha decisão é manter os olhos fechados, por questão de segurança, o silêncio reinou naquele momento, a serpente parecia não está mais ali, e isso me tranquilizou, apesar de estar nadando e se afogando na escuridão escaldante. O gélido suor escorre por meu rosto e corpo, e parecia faltar ar.

Decido então abrir os olhos, e os sinto arderem por causa da luz forte que agora tomava conta do ambiente. E então a surpresa, duas pessoas deitadas em camas de metal separadas, uma pessoa toda de branco com uma seringa na mão, e um liquido verde dentro do recipiente da seringa. Ninguém me informou de nada, mais eu sabia que era veneno, e que seria ejetado no pescoço de uma daquelas pessoas. Eu não sabia muito o que fazer quando vi mais uma cama de metal vazia, a serpente retorna com risos irônicos, bem a minha frente. Ao olhar para baixo, percebo outras serpentes em volta dos meus pés, eram pequenas, e todas possuíam apenas duas cabeças.

- Duas caras, Isso tudo começou a fazer sentido, mais porquê a maior serpente tinha três faces, e seus olhos me persuadiam a confiar nela?

Ao me aproximar das camas de metal, olho tudo em minha volta, além das pessoas que ali presenciavam o momento, estava tudo vazio, nem se quer uma estante, ou uma mesa decoravam aquela sala. Tudo era branco.

Percebo também os rostos familiares daquelas pessoas deitadas nas camas, meu coração apertou, e o meu corpo sentiu um intenso arrepio, enfim, se dou conta que conheço aquelas pessoas, eram amigos de infância, um de meus colegas de escola, e o outro, filho da vizinha próxima da família. Naquele momento eu não tinha uma única lembrança sobre o que vivi com eles, mais sabia que ambos tinham uma conexão enorme com a minha vida.

O chão daquela sala estava coberta por pequenas serpentes, quase que não dava para enxergar o chão branco dali. A mesa de metal vazia, parecia ser o lugar mais seguro daquela sala.

- Então Tomas, isso tudo aqui, é obra de sua criação, você quem decide se vai optar se seus amigos irão permanecer sobre essas camas, e morrerem. Caso deseje a outra opção, deite na cama, e você será envenenado pelo soro contido na seringa. Haverá de fato uma traição?

Eu sabia o que fazer, deveria salvar meus amigos, era só um sonho, mais não queria de forma alguma trair e deixar a serpente conseguir o que ela queria, uma traição. Berro para o cara de branco, com as seringas, para que libertasse meus amigos, e de repente junto com eles, as camas de metal somem num piscar de olhos. Eu já estava deitado de barriga para cima, e a pessoa de branco estava ajeitando sua luva hospitalar, a seringa estava cheia daquele liquido, e o pânico se intensificou de forma descontrolada.

A pessoa de branco, retira a máscara cirúrgica do rosto, antes de ejetar o liquido no meu pescoço, então sinto um frio gélido na espinha. Era o meu pai, o cara manejando aquela seringa, era o meu pai, não poderia haver traição maior. Todas as serpentes, da maior com três cabeças até as menores, que pareciam minhocas, estavam sorrindo, sem se preocupar com o que estava acontecendo.

- Você me pertence Tomas, você em breve traíra ou será traído, qual sua escolha?

Foi o que a serpente falou, não havia salvação, simplesmente iria ter traição, escolhi ser traído, mesmo que eu não soubesse o que estava prestes a acontecer. Fui traído. Ao sentir a pontada da agulha na veia mais alterada do meu pescoço, tudo ficou escuro, e a noite continuou, sem nenhuma imagem, som ou algo do tipo, só o sono estava presente.

O espelho e o escorpião. Cap. 2

Abro os olhos e meu pai estar de meu lado, levanto a cabeça mesmo sentindo muita dor, não me recordo totalmente o que me aconteceu, lembro de uma serpente traiçoeira e irônica, lembro de mesas de metal e de uma seringa, com um liquido no seu recipiente. Luvas cirúrgicas estavam descartadas numa sexta de lixo vazia, ali perto. O pânico me atinge, e fico completamente descontrolado. Meu pai parece não se importar com o meu estado, ele simplesmente sorri e fica cantarolando baixinho. Sinto um breve gosto amargo na língua. Meu pai se despede com palavras que eu não sei realmente o que se trata.

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