A pre historia da escrita
Por: Marcia Ibañez • 1/3/2016 • Artigo • 1.931 Palavras (8 Páginas) • 577 Visualizações
UNIVERSIDADE PAULISTA – CURSO dE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA SOCIO-INTERACIONISTA
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A PRÉ-HISTÓRIA DA LINGUAGEM ESCRITA – LEV VYGOTSKY
Cap. 8 do livro: A formação social da mente. Martins fontes.
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A linguagem escrita
é um sistema particular de símbolos e signos cuja dominação prenuncia um ponto crítico em todo o desenvolvimento cultural da criança.
SIMBOLISMO DE SEGUNDA ORDEM
[pic 1][pic 2][pic 3]
O GESTO É O SIGNO VISUAL INICIAL.
OS GESTOS SÃO ESCRITA NO AR.
OS SIGNOS ESCRITOS SÃO SIMPLES GESTOS QUE FORAM FIXADOS.
[pic 4]
O DESENVOLVIMENTO DO SIMBOLISMO NO DESENHO
O DESENHO
O desenho da criança começa quando a linguagem falada já alcançou grande progresso. A fala passa a predominar e modela a maior parte da vida interior, submetendo-a a suas leis. Isso inclui o desenho.
INICIALMENTE A CRIANÇA DESENHA DE MEMÓRIA
- Ela não olha o original, não desenha o que vê, mas o que conhece.
- Com muita frequência os desenhos não têm a ver com a percepção real e até a contradiz.
- Desenhos de raio X são frequentes. A criança desenha uma pessoa vestida e tb suas pernas, a barriga, o dinheiro no bolso.
- As crianças são mais simbolistas do que naturalistas. Tentam identificar mais do que representar. Quando uma criança libera seus repertórios de memória através do desenho, ela o faz à maneira da fala, contando uma história. O desenho é linguagem gráfica que surge tendo como base a linguagem verbal.
- Nesse sentido, os esquemas que caracterizam os primeiros desenhos infantis lembram conceitos verbais que comunicam somente os aspectos essenciais dos objetos. Esses fatos nos fornecem elementos para passarmos a interpretar o desenho das crianças como um estágio preliminar no desenvolvimento da linguagem escrita.
- Há um momento crítico na passagem dos simples rabiscos para o uso de grafias como sinais que representam ou significam algo. Uma criança desenhou uma espiral sem qualquer intenção, mas de repente ‘
- Mesmo assim, não equivale à descoberta da função simbólica. Ela encara o desenho como um objeto em si mesmo e não como sua representação. Para uma menina o desenho de sua boneca era, na verdade, a sua boneca.
- O desenho acompanha obedientemente a frase e a linguagem falada permeia o desenho das crianças. Nesse processo a criança faz descobertas originais ao inventar uma maneira apropriada de representação. Como fez uma criança ao desenhar a frase: Eu não vejo as ovelhas. Uma pessoa (eu) não vejo (a mesma figura com os olhos vendados) as ovelhas (duas ovelhas) mas elas estão ali (um dedo indicador e várias árvores atrás das quais podia-se ver as ovelhas). Podemos observar que este processo é decisivo para o desenvolvimento da escrita e desenho da criança.
O SIMBOLISMO NA ESCRITA
Luria fez investigações com crianças que ainda não eram capazes de escrever, sendo colocadas frente à tarefa de elaborar algumas formas simples de notação gráfica.
- Quando as crianças se convenciam de que não seriam capazes de lembrar todas as frases, dava-se a elas uma folha de papel pedindo-lhes que grafassem os rabiscos. Inicialmente as crianças ficavam perplexas diante desta possibilidade até que em algum momento os rabiscos deixavam de ser brincadeira e se tornavam símbolos auxiliares na lembrança das frases.
- Na idade de três para quatro anos a notação escrita em nada ajudava as crianças no processo de lembrança. Até que pela primeira vez os traços tornavam-se símbolos mnemotécnicos.
- Estes sinais escritos constituem símbolos de primeira ordem, denotando diretamente objetos ou ações. A criança terá ainda de evoluir no sentido do simbolismo de segunda ordem, que compreende a criação de sinais escritos representativos dos símbolos falados das palavras. Para isso a criança precisa fazer uma descoberta básica – a de que se pode desenhar, além das coisas, também a fala. Foi essa descoberta, e somente ela, que levou a humanidade ao brilhante método da escrita por letras e frases, a mesma descoberta conduz as crianças à escrita literal.
- Do ponto de vista pedagógico, essa transição deve ser propiciada pelo deslocamento da atividade da criança do desenhar coisas para desenhar a fala.
O brinquedo de faz-de-conta, o desenho e a escrita devem ser vistos como momentos diferentes de um processo essencialmente unificado de desenvolvimento da linguagem escrita.
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