ANÁLISE DO FILME “OBRIGADO POR FUMAR”
Por: Crismayanne Angelo • 6/6/2015 • Resenha • 1.550 Palavras (7 Páginas) • 1.530 Visualizações
UNIFAVIP – DEVRY BRASIL
PSICOLOGIA
CRISMAYANNE ANGELO
NATHALYA FLORENCIO
ANÁLISE DO FILME “OBRIGADO POR FUMAR”
CARUARU/PE, 2014
Nick Naylor (Aaron Eckhart) é o principal porta-voz das grandes empresas de cigarros, no filme Obrigado por fumar de 2005, dirigido por Jason Reitman. Uma “comédia dramática” com duração de 92 minutos e classificação de 12 anos. A produção é uma sátira sobre a indústria do cigarro e o tabaco, baseado no romance homônimo de Christopher Buckley. Indicado nas categorias de melhor filme (comédia ou musical) e melhor ator (comédia ou musical) em cinema (Aaron Eckhart).
Naylor sendo desafiado pelos vigilantes da saúde e também por um senador oportunista, Ortolan K. Finistirre (William H. Macy), que deseja colocar rótulos de veneno nos maços de cigarros, passa a manipular informações de forma a diminuir os riscos do cigarro em programas de TV. Além disto, ele conta com a ajuda de Jeff Megall (Rob Lowe), um poderoso agente de Hollywood, para fazer com que o cigarro seja promovido nos filmes. Nick repetidamente diz que trabalha apenas para pagar as contas, mas a atenção cada vez maior que seu filho Joey (Cameron Bright) dá ao seu trabalho começa a preocupá-lo. Ele ganha a vida defendendo os direitos dos fumantes nos Estados Unidos. Neste filme o personagem principal é um homem que possui características que o torna perfeito para a função que exerce: carisma, eloquência, inteligência, facilidade para entender a natureza humana, gosto por desafios, senso moral “flexível”, boa aparência, e o principal, o domínio com as palavras.
E ele sabe usar todas essas características a seu favor da Academia dos Estudos do Tabaco. É evidente seu dote de persuasão e suas estratégias de asseveração, no qual ele utiliza suas marcas linguísticas, tipos de função de linguagem e habilidades de expressão corporal para atuar com excelência em seu papel. Partindo disso, analisaremos cenas marcantes do filme que trata de tais artifícios.
O poder de argumentação do protagonista é muito forte e característico e logo de imediato percebemos no filme quando Nick está no programa de TV de Joan Lunden onde ele faz argumentação inesperada fazendo a plateia e quem estava presente acreditar que o cigarro não foi o responsável pelo câncer do jovem ex-fumante. A sua resposta a apresentadora foi, "Eu dou a cara pra bater por uma organização que mata 12.000 pessoas diariamente Eu, a cara dos cigarros, o coronel Sanders, da nicotina. Pagam a mim para falar, não sou médico nem advogado. Tenho uma licenciatura em terminar com qualquer rival. Joan, como as tabacarias podem se beneficiar da perda deste jovem? Não quero ser insensível, mas, no mínimo, estaríamos perdendo um cliente. Não só desejamos como nos convém que Robin continue fumando".
Na resposta de Nick podemos observar o uso de algumas funções linguísticas como, função referencial quando ele menciona o dado em que 12.000 pessoas morrem todo dia por causa do cigarro, também podemos ver uma função conativa, pois ele defende a indústria do tabaco e ainda tenta influenciar através dessas palavras persuasivas, por exemplo, nesse trecho, "desejamos como nos convém que Robin continue fumando", em "eu dou a cara pra bater", "não quero ser insensível", ele usa a função expressiva tentando comover quem o escuta, se revelando conseguindo encaminhar o seu raciocínio para onde ele realmente estava interessado.
Na conversa com a menina na sala de aula, a função fática pode ser identificada quando Nick faz três perguntas a ela, "o que sua mãe faz?", "ela é médica, uma pesquisadora cientifica, ou coisa assim?", "então ela não me parece uma especialista no assunto né?". A função conativa pode ser vista quando ainda na sala de aula ele diz: “Vocês devem descobrir por si mesmos!”.
Uma cena que também chama atenção é quando ele explica ao filho que dar para defender qualquer coisa usando apenas o poder das palavras: “Argumente corretamente e nunca estará errado”. E ele consegue provar isso quando os dois discutem qual é o melhor sabor de sorvete e o seu filho acaba decidindo o outro sabor que ele considerava não tão bom quanto o de chocolate.
Uma parte interessante é quando retrata que Joey, seu filho, dá passos no mesmo caminho e segui seus ensinamentos, ganhando debate escolar e até mesmo quando por suas palavras faz Nick se recuperar de uma depressão provocada por séries de fatores, sendo a gota d’água sua demissão no emprego da Academia de Estudos do Tabaco. E fica bem claro o quanto Nick deseja que as pessoas pensem por si, argumentem, saibam colocar-se a debates, saibam “falar”, com isso ele manipular as ideias de seu público alvo, desde aos que ele vende o produto, quanto a quem ele trabalha, citando ainda na primeira parte do filme, quando ele se encontra numa entrevista de TV e por intermédio da situação ele precisa impressionar os telespectadores e toma decisões inesperadas quando diz que a empresa está prestes a lançar uma campanha de 50.000.000 de dólares com o objetivo de conscientizar as crianças a não fumar, pois ele diz que não a nada melhor que isso. E essa proposta é aceita. Então ainda percebemos o uso da função linguística emotiva, pois ele tendo o objetivo de transmitir seus anseios e emoções, pois ele mostra a realidade sob o ponto de vista que o emissor quer; então ele se sujeita a colocar-se e transmitir seu pensamento comovente.
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