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ANÁLISE CRÍTICA DO ARTIGO DOSSIÊ GLOBALIZAÇÃO

Por:   •  10/4/2016  •  Resenha  •  1.800 Palavras (8 Páginas)  •  485 Visualizações

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FACULDADE PITÁGORAS

CURSO DE PSICOLOGIA

CLENIR ABGAIL DA S. OLIVEIRA

DAISY S. J. RIGO

EDGARD SOUSA

KATIUCIA PRATES

LILIANE B. BASTOS

MARIZETE BERTELI

MIRELLA SILVA

ROBERTA SANTOS

ANÁLISE CRÍTICA DO ARTIGO DOSSIÊ GLOBALIZAÇÃO

        

TEIXEIRA DE FREITAS

2016[pic 1]

CLENIR ABGAIL DA S. OLIVEIRA

DAISY S. J. RIGO

EDGARD SOUSA

KATIUCIA PRATES

LILIANE B. BASTOS

MARIZETE BERTELI

MIRELLA SILVA

ROBERTA SANTOS

ANÁLISE CRÍTICA DO ARTIGO DOSSIÊ GLOBALIZAÇÃO

 

Trabalho apresentado como requisito de avaliação parcial da disciplina Ênfase II – Trabalho e Saúde Mental 8º período do curso de Psicologia - Faculdade Pitágoras.

Profª.: Valesca Costa de Melo

TEIXEIRA DE FREITAS

2016[pic 2]

ANÁLISE CRÍTICA DO ARTIGO DOSSIÊ GLOBALIZAÇÃO

O presente artigo Dossiê Globalização (1997) aborda profundas questões do sofrimento psíquico no trabalho implícito nos modelos propostos por Ford, produção em massa, que substituía a produção artesanal e ao chamado modelo japonês de produção flexível, daí se aprofundando no tema das relações de trabalho.

No inicio do século XX, enquanto na Europa Freud se debruçava sobre a origem do sofrimento humano, nos EUA Henry Ford instituía o fordismo, objetivando aumentar a produção automobilística, diminuir tempo livre dos trabalhadores almejando maiores lucros. O processo de adaptação, esse novo modelo trouxe grande sofrimento para muito trabalhadores que tiveram dificuldades em se adequar a essa nova realidade.

Em 1929, período em que o mundo vivia sob a tensão da Segunda Grande Guerra e sob as incertezas oriundas da crise na bolsa de Nova York que gerou o colapso financeiro com as paralisações de inúmeras fábricas, falências bancárias, elevado índice de desemprego, fome e miséria. Foi esse o ano em que Freud escreveu um dos seus grandes livros: O Mal Estar na Civilização. 

Freud pontua, nessa obra, as raízes da infelicidade humana à partir do conflito existente entre a cultura e os instintos e da forma com que a sociedade (civilização) se impõe sobre o homem. 

Nesse clássico da antropologia e da sociologia, Freud apresenta que a canalização para o mundo do trabalho como uma forma de sublimação dos instintos sexuais é uma das principais causas de sofrimento psíquico da nossa época.

Segundo Freud, a civilização exige que os homens se agrupem em grandes unidades e que o trabalho e a vida em comunidade exigem que os homens refreiem seus instintos e permaneçam alienados em razão dos seus deveres com o outro, centrando a sua energia para atender às demandas da cultura e da família, deixando os seus desejos em segundo plano.

A civilização é vista como a causadora do sofrimento humano, na qual seriamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos as condições primitivas. Segundo Freud (1978, p.149) “Uma pessoa se torna neurótica porque não pode tolerar a frustração que a sociedade lhe impõe, a serviço de seus ideais culturais, inferindo-se disso que a abolição ou redução dessas exigências resultaria num retorno a possibilidade de felicidade”.

Para estabelecer uma relação analítica do sofrimento psíquico com o trabalhador, nos remetemos aos estudos de Freud (1929), nos quais encontramos ser o sofrimento uma ameaça constante para o homem, a partir de três fontes, a saber: do próprio corpo, do mundo externo (a natureza), e dos relacionamentos que se estabelece com os outros. Freud enfatiza, entretanto, que o sofrimento nascido dos meandros da relação humana, talvez seja mais penoso que qualquer outro.

A teoria freudiana sobre o sofrimento nas relações humanas mantém se atual, tendo em vista que as relações de trabalho continuam provocando sofrimentos psíquicos.

[...] a organização japonesa, ao tempo em que impele uma parte dos operários a níveis mais altos de qualificação, submete-os a uma intensidade de trabalho maior do que a da esteira de montagem fordista. Os tempos mortos são anulados precisamente para serem substituídos por tempos de trabalho vivo. O esforço intensifica-se e aumenta o gasto de energias psico-somáticas dos operários [...] (GORENDER, 1997)

Freud chegou à conclusão que o indivíduo não pode ser feliz na civilização moderna. O mundo é hostil às necessidades humanas, para tudo que é bom e prazeroso exigem-se trabalhos penosos e sofrimentos.  A manutenção da  civilização exige que os indivíduos trabalhem, e o homem, através de uma repressão social se vê obrigado a trabalhar.

A exemplo da organização japonesa que [...] Apesar do privilégio do emprego garantido, o núcleo de trabalhadores permanentes nem por isso deixa de sofrer a pressão. (GORENDER, 1997)

A sociedade industrial, a competitividade, o consumo desenfreado, o desemprego, a violência, a dinâmica das transformações sociais e dos valores, a adaptação do indivíduo às exigências da vida são os principais fatores que produzem o mal-estar na civilização. 

De acordo com os pesquisadores da saúde do trabalhador, o assédio moral, terminologia que define a presença de relações perversas que fazem adoecer os trabalhadores, é conhecido internacionalmente por diversas expressões. Na França, hercélement moral; na Inglaterra, bullying; nos Estados Unidos, harassment e no Japão ijime.

As voltas com essa relação perversa e contínua, o trabalhador acaba por manifestar, no trabalho, sintomatologias muito caricatas, mais relacionadas à intensidade e à duração da agressão do que propriamente às estruturas psíquicas. Quer esta pessoa seja histérica, obsessiva ou fóbica, o que vem à tona, de imediato, é um quadro peculiar a todos os traumatismos psíquicos, acompanhado, não obstante, de um traço de interrogação, de dúvida: "é mesmo verdade ou estou enlouquecendo?". (HIRIGOYEN, 2002, p. 157).

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