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Análise Fílmica - Freud Além da Alma

Por:   •  5/11/2017  •  Resenha  •  1.519 Palavras (7 Páginas)  •  544 Visualizações

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE

Curso de Psicologia

GABRIELA VIEIRA PIMENTEL DA ROCHA PITA

JULIA LOPES GOVETRI

Análise do filme “Freud além da alma”.

São Bernardo do Campo
2017

GABRIELA VIEIRA PIMENTEL DA ROCHA PITA

JULIA LOPES GOVETRI


Matutino

Análise do filme “Freud além da alma”.

 

Trabalho de aproveitamento parcial da temática Enfoque Psicanalítico do Curso de Psicologia da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP.

Docente responsável: Prof.  Gleise Sales Arias

São Bernardo do Campo
2017

Análise Fílmica:

Logo no começo do filme, Charcot apresenta uma paciente histérica com paralisia, Jeanne. Quando perguntada, afirma que não houve motivo específico para a paralisia. Contudo, é sabido que a mesma surgiu após um acidente na ferrovia em que não houve trauma físico. Após uma demonstração com outro paciente, também histérico, Charcot prova sua hipótese de que a paralisia de Jeanne é exclusivamente psicológica.  O sintoma dos dois pacientes não é somente eliminado durante a hipnose, como também é criado outro sintoma pelo professor apenas com ordens. Tem-se então que a hipnose não somente elimina sintomas, mas também os cria. Apesar disso, os sintomas retornam após os pacientes acordarem do transe, significando que não se pode curar, mas é possível investigar os sintomas.

Mais tarde Freud começa a trabalhar com Breuer que afirma curar os pacientes através da hipnose. É nesse ponto que Freud começa a pensar sobre o que mais tarde chamará de “mecanismos de defesa do ego”, que são operações psíquicas utilizadas pelo Ego para se proteger de situações dolorosas.

Freud começa a atender um paciente que assassinou seu pai. Ao ser perguntado, ele confirma que cometeu o homicídio, mas não sabe o por que. Durante a sessão, descobre-se que o motivo pelo qual ele matou o pai, foi o amor sexual que o menino sente pela mãe. Ao final da hipnose, Freud não permite que o paciente se lembre da revelação quando acorda. O paciente utiliza da repressão, mecanismo de defesa que leva os pensamentos dolorosos para o inconsciente, para se afastar dos desejos considerados errados. Também observamos que o paciente não conseguiu superar o que Freud chamaria mais tarde de Complexo de Édipo é um dos principais pontos da Teoria Psicanalista.

O Complexo de Édipo consiste em uma fase por qual todos os seres humanos passam. O menino vê a mãe como objeto de desejo, é dependente dela e quer total atenção da mesma. Quando o pai entra nessa relação, faz o rompimento da díade mãe-filho e castra essa criança, a mesma direciona hostilidade para o pai. O menino começa a rivalizar com o pai e querer tomar o seu lugar. Mesmo com isso, ele ainda tem sentimentos conflitantes, já que também ama o pai e quer imita-lo, pois este conseguiu o amor da mãe. Com o passar do tempo, o menino reprimi seus sentimentos e estes dão lugar à entrada na sociedade, onde o menino passa a procurar outra mulher que não sua mãe.

Após o encontro com esse paciente, Freud começa a ter sonhos perturbadores e para de atender os pacientes com histeria. Mais a frente, Freud retornaria à questão dos sonhos dando a eles um papel importante na vida humana e escrevendo o livro “A interpretação dos sonhos”.

Quando retoma os estudos, Freud cria a Teoria da sexualidade e coloca problemas relacionados a sexualidade como causa da histeria. Breuer não concorda e leva Freud a uma antiga paciente, Cecily, o qual afirma não ter problemas com a sexualidade e mesmo assim sofre de histeria. Freud consegue, aparentemente, cura-la.

Vemos como ocorre a transferência e a contra transferência. Cecily projeta em Breuer a imagem de seu falecido pai e o dr. Corresponde as expectativas da paciente. Quando Cecily pede um beijo de despedida à Breuer, ao invés do mesmo alerta-la de que é um comportamento impróprio, ele cede à exigência. Não demora muito e os sintomas de Cecily retornam, dessa vez como uma gravidez psicológica e mais tarde paralisia novamente.

Com a morte de seu pai, Freud volta a ter pesadelos e insiste que há um significado por trás deles. Faz, então, uma auto-análise e em conversas com Breuer tenta descobrir a ligação entre os pesadelos e seus sintomas. Freud acha que seu pai fez algo contra sua irmã.

Quando Freud volta a atender Cecily, fica claro na fala da moça que ela não conseguiu superar o Complexo de Édipo. Ao contar do acidente de sua mãe, comenta que foi a época mais feliz de sua vida, se corrigindo logo depois, dizendo que apesar disso sentia falta da mãe. Ao decorrer da fala de Cecily notamos não só esse mas vários outros atos falhos, conceito criado por Freud. O ato falho consiste em um erro de linguagem, comportamento e até memória, que não são somente falhas. Por trás desses pequenos deslizes, há um significado muitas vezes profundo e que reflete os problemas internos.

Nas cenas seguintes, vemos novamente referência ao futuro Complexo de Édipo. Quando Freud conversa com sua esposa Martha sobre Cecily, Martha reclama sobre ser um reflexo reprimido de alguém do passado. Freud, em sua fala seguinte, faz menção ao que acontece quando a criança para de enxergar a mãe como objeto de desejo e procura mulheres semelhantes à ela. Freud: “pode ser que tenha semelhança com alguma imagem em meu coração, uma imagem esquecida”.

Voltando a Cecily, percebemos que sua mãe a castrava, e continua, constantemente. Quando a paciente conta a Freud como ganhou uma boneca de seu pai, conta também que deixou sua mãe furiosa. Nessa cena vemos a mãe castrando a menina em um ato violento ao jogar água em seu rosto.

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